O corpo humano e sua natureza divina
Paulina Lawand – Desafio o leitor com uma pergunta: Quem já ouviu falar sobre a beleza da Teologia do Corpo?
Nós fomos criados para o amor, buscamos o amor, temos SEDE de ser amados, vistos, valorizados e de SERMOS FELIZES. Santo Agostinho nos fala: “O desejo mais profundo do coração humano é ser visto pelo olhar amoroso do outro”.
Deus é tão apaixonado por nós que nos presenteou toda a criação. O pôr do sol, o céu com a lua e as estrelas, as flores… Na primavera, toda a natureza quer se acasalar para gerar vida. As flores e os pólens, os pássaros… A natureza é super abundante – reflete o amor de Deus por nós.
Em contrapartida a esse amor puro e incondicional, muitas vezes o mundo nos oferece como que um “fast food de amor” – rápido e gostoso. Mas, quando comemos muito “fast food”, passamos mal, adoecemos. Deus, ao contrário, quer me presentear um VERDADEIRO BANQUETE DO AMOR.
Desde a criação, fomos destinados ao êxtase eterno, à ALEGRIA ETERNA. Como seres humanos, nosso amor ‘Eros’ (físico) é direcionado ao amor ‘Ágape’ (divino): à sensibilidade, à afetividade, ao desejo do infinito… Mas a cultura diz que isso é bobagem, pois o pecado original inverteu os motores do nosso foguete e, em vez de irmos para o alto (amor Ágape – amor doação), somos direcionados para o instintivo. Isso faz, por exemplo, com que o homem oprima a mulher, a magoe; já ela, por sua vez, nega sua identidade e deseja ser uma cópia do homem.
Nascidos para a complementação
Deus é tão apaixonado por nós que criou nossos corpos – Homem e Mulher – como expressão deste amor enlouquecido. Isso nós vemos no livro do Gênesis: “Homem e mulher os criou” (Gn 1, 27).
Ele é também um Deus que vive em comunidade: o Pai está no Filho e o Filho está no Pai, gerando o Espírito Santo que é amor entre os dois. E a relação entre as três pessoas da Santíssima Trindade é amor, comunhão, doação, íntima união.
Deus criou nossos corpos, Homem e Mulher, para expressar também este amor de comunhão e intimidade. Ele é tão generoso que nos deu os órgãos genitais para viver o amor Eros e o amor Ágape sempre com maior profundidade. “Genitais” significa “gerar”. “Gerar” vem de “generosidade”.
Cada célula do corpo humano tem 46 cromossomos, mas as células genitais têm 23 cromossomos em cada sexo. Portanto, para gerar é preciso a complementação.
O corpo fala a linguagem suprema do amor
Se eu não acredito no amor do Criador, no amor de Deus, então, como vou compreender que o corpo conta a história de amor de Deus por nós?
Opa… Ficamos confusos, pois a cultura de hoje está nos dizendo que nosso corpo não tem significado algum e que nós podemos colocar qualquer significado nele. Nossa cultura separa o corpo da alma, o que leva à morte. VIVEMOS UMA CULTURA DE MORTE.
Nossos corpos foram criados por Deus para serem um sinal dele aqui na terra. O próprio Deus se fez corpo no útero de Maria – TEOLOGIA DO CORPO.
Ele não precisa de coisa alguma, Ele é amor perfeito, alegria perfeita, mas Ele nos ama tanto que quer expandir seu amor, quer compartilhar. O amor de Deus é tão grande por nós, que Ele entrega a sua vida, o seu corpo pela nossa salvação. Cristo assume nosso corpo humano para nos resgatar para o verdadeiro sentido do amor: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15, 12).
Por isso, para viver no mundo de hoje, torna-se necessário responder a três perguntas chave:
– DE ONDE VIEMOS?
– ONDE ESTAMOS?
– PARA ONDE VAMOS?
Respondendo a primeira pergunta: Se somos a expressão do amor de Deus, então viemos do Amor. E qual o nosso rumo? Para onde vamos? Nosso rumo nesta vida é o Amor Pleno, o Céu, a Eternidade.
Então, eu vos pergunto: Onde estamos?
Dica:
O Papa São João Paulo II desenvolveu nas Audiências Gerais de quarta-feira (entre 5 de setembro de 1979 a 28 de novembro de 1984) alguns temas sobre a Teologia do Corpo. Você encontra essas reflexões no site do Vaticano: vatican.va
É a mais pura verdade, Paulina. O Amor é tudo. O Amor alimenta a Alma, de quem ama e de quem é amado. Parabéns! Eduardo Claro, seu colega do Prudente de Moraes.