Bendito o que vem em nome do Senhor
Álvaro Coutinho – Hoje é um dia muito importante para toda Família de Schoenstatt do Brasil Tabor, pois recordamos os 73 anos da primeira visita do Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, em terras brasileiras.
Ele chegou ao nosso país em 16 de março de 1947. Nessa ocasião, Pe. Kentenich realizou essa grande viagem missionária para visitar as Irmãs de Maria de Schoenstatt que haviam chegado aqui há 12 anos, em junho de 1935. E também, como ele mesmo afirmou: “Por que vim até aqui? Vim para experimentar as glórias da querida Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt” (Santa Maria/RS, 18 de março de 1947).
A estadia no Brasil durou quase cinco meses, do dia 16 de março a 8 de agosto. Essa primeira viagem se deu, para o Pe. Kentenich, após um período de duras provas no campo de concentração de Dachau e também de vitoriosidade da Mãe de Deus. Junto com os desafios da guerra, ele experimentou a proteção extraordinária da Mãe e a fidelidade dos filhos de Schoenstatt à Aliança de Amor, então estava ainda mais certo de que Schoenstatt era verdadeiramente uma Obra de Deus. Assim, decidiu difundir sua Obra à toda Igreja e para todo o mundo, realizando diversas viagens mundiais.
Aqui é bom estar
Então, no dia 16 de março de 1947, Pe. José Kentenich pisa pela primeira vez na “Terra de Santa Cruz”, o Brasil. Na cidade de Recife/PE acontece uma parada rápida para o abastecimento da aeronave. Continuou viagem até o Rio de Janeiro/RJ e pousaram na Ilha do Governador, onde hoje encontra-se o Aeroporto Internacional do Galeão. Lá, à sua espera, estava a Ir. M. Norbeta Schulte, que, com muito sacrifício, chegara do Rio Grande do Sul para acolher o Pai e Fundador. “A barquinha atracou, mas devíamos ficar onde estávamos, por causa da interdição… De repente, vi seu rosto pela janela e pude abanar para ele pela primeira vez. Mais um pouco e ele desembarcou. Ereto, livre e intrépido era o seu passo. Julguei ver um prodígio vivo. O nosso fundador logo me viu e acenou” [1], contou ela sobre esse marcante momento de reencontro – podemos imaginar tamanha emoção que ela sentiu, não é?
No dia seguinte, Pe. Kentenich e Ir. M. Norberta seguiram viagem rumo a Santa Maria/RS, passando ainda por Porto Alegre/RS e Santa Cruz do Sul/RS.
Sintonizados no mesmo tom
Depois de uma longa viagem, em 18 de março, Pe. Kentenich chega a Santa Maria, onde estavam as Irmãs de Maria. “É verdade que os rostos são estranhos, que a língua é estranha, mas nossa vida interior está sintonizada no mesmo tom”. Essas foram algumas das primeiras palavras que o Pe. Kentenich dirigiu à Família de Schoenstatt do Brasil. Podemos claramente perceber, nessa primeira saudação, a sua confiança vitoriosa na Mãe de Deus e a grandiosidade da missão de Schoenstatt para a Igreja e o mundo. A linguagem de Schoenstatt, da Aliança de Amor com Maria, é o que nos une e torna-se universal.
No decorrer dessa primeira viagem, Pe. Kentenich também ajudou as Irmãs de Maria a descobrirem o ideal de sua província no Brasil. Juntos, eles perceberam que o “Tabor” seria o cerne de toda a identidade nacional de Schoenstatt (a princípio, um ideal somente para o Instituto das Irmãs de Maria e, posteriormente, para toda a nação). Este ideal contêm a essência daquilo que hoje é missão para toda nossa pátria. Uma missão para nós!
Nessa data histórica em que recordamos, com gratidão, o dia no qual nosso Fundador veio até nós, peçamos a graça de que ele nos visite hoje novamente! Que ele nos sinalize o caminho, que, como Pai, nos ensine a andar sempre! Não parar! E cumprirmos a cada dia nossa missão.
REFERÊNCIAS:
– Passos de um Pai. Pe. Estevão J Uriburu
– Tabor nossa Missão, col. Brasil Tabor, vol 1
[1] Crônicas das Irmãs de Maria de Schoenstatt