“Cristo, luz da vida, tende piedade de nós!”
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – Este Domingo Quaresmal é chamado de Domingo da Alegria, devido à antífona de entrada da missa: “Alegra-te, Jerusalém!” (Is 66, 10-11). Em tempos de coronavírus, tempos que estamos numa “quaresma” mais profunda nos recolhendo em nossas casas e saindo somente para o estritamente necessário, este domingo nos traz a alegria e a esperança. Somos chamados a ser luz e dela produzir frutos (2ª leitura) num mundo envolto em trevas e pânico, somos chamados a iluminar os que ao longo destes tempos se distanciaram de Deus.
Deus, na sua dinâmica, escolhe os pequenos, os que nem reparamos ou, em nossos julgamentos, achamos que não são capazes. Na escolha de David como rei, Samuel vê as aparências dos filhos de Jessé, mas todos são reprovados por Deus, já que o Senhor não vê as aparências, mas o coração. Samuel aprende a ver com os olhos de Deus. Quando David vem do pasto (estava a pastorear as ovelhas de seu pai), o óleo da unção é sobre ele derramado e o espírito de Deus apodera-se dele.
Precisamos ver as pessoas com os olhos de Deus, não nos enganar com as aparências… A lógica de Deus é bem diferente da nossa – nossa boa Mãe já nos canta isso: “olhou para a pequenez de sua serva… exalta os humildes”.
Jesus, sua luz seja minha luz
Na cura do cego de nascença em dia de sábado, Jesus se revela como luz, não só da cegueira de nascença, mas da pior cegueira: a da alma! O ato milagroso da cura é para despertar os fariseus e seus discípulos da cegueira da alma.
Por vezes nos fechamos em nossas construções intelectuais e até na construção de uma fé instrumental e mecânica. Deste modo, corremos o risco de desprezar as pessoas, não descer ao seu real sofrimento (espiritual, físico, financeiro etc.). Jesus vê, toca, faz caminhar para o encontro da cura e dá coragem para testemunhar e fortalecer a fé.
Jesus espera que neste período quaresmal sejamos por Ele iluminados, curados e fortalecidos na fé. Ele é a Luz! É o Pastor que nos conduz! Dele iluminados, seremos luz e produziremos frutos de luz que a muitos ajudarão a sair das trevas e sombras da morte.
Enquanto nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, esteve no campo de concentração – lugar de trevas e morte – foi luz iluminando os abatidos e, mesmo naquele “inferno”, a muitos fez viver o dia na esperança e certeza de que não estavam sozinhos.
Que neste tempo possamos nos voltar para nossos Santuários Lares e que sejam lugares onde a Luz do Menino, que Maria carrega, ilumine a vida de sua família e de seus arredores, restaurando a filialidade que recebemos no Batismo e que, por tantos motivos, pode estar em nós adormecida.