Um modelo é inspirado e apoiado no outro
Pe. Antonio Bracht – Nestes dias percebemos a casa de muitas famílias se transformou. A casa se transformou em outra coisa: num escritório, numa escola, num cinema, num mercado… e por que não transformar a nossa casa também em uma Igreja?
Se fazemos os trabalhos em casa, se as crianças estudam conectadas, lá também rezamos.
Como viver a Igreja doméstica?
Pensemos o que constitui a Igreja o que são os processos de vida básicos da Igreja e olhemos a família. Hoje, na realidade, temos que fazer o contrário: olhemos a família, o que constitui a vida de uma família. A Igreja no começo era uma comunidade que se reunia nas casas, nas famílias, mas não só isso, a Igreja vive da célula básica que é a família. Olhemos como vive uma família, porque lá se vive a comunhão e não há comunhão mais profunda que a vida matrimonial.
A família vive em torno da mesa. Nessa mesa compartilhamos os alimentos e, para que possamos compartilhá-los, eles precisam chegar até a mesa; isso tem um custo, um trabalho, um esforço, alguém trabalhou para que a refeição pudesse ser feita.
Na casa nós ouvimos, escutamos, e do escutar nasce o obedecer: os filhos escutam o que os pais dizem, eles obedecem porque é bom, faz bem o que os pais dizem.
Na casa, na família, prestamos serviços, cada um ajuda, mas não é que todos fazem todas as coisas, existem tarefas específicas e outras que todos fazem em comum. Esta é a comunidade familiar da casa e esta é a grande família da Igreja, que vive da comunhão de Deus conosco, que vive e tem como centro o altar, a mesa onde Deus nos oferece seu grande Dom que é seu filho, o pão e vinho transformado em corpo e sangue de Cristo e que Deus primeiro conquistou, teve que lutar, sofrer, trabalhar, para colocar seu corpo e sangue para redimir-nos. Também na Igreja realizamos serviços, tarefas específicas, também com serviços e coisas que dividimos.
Há uma semelhança, uma identidade na Igreja e na família em casa.
Nós, em Schoenstatt, temos uma experiência de Igreja doméstica muito forte, porque convidamos a Mãe de Deus para se estabelecer em nossas casas e assim transformar o lar em Santuário Lar, numa Igreja doméstica. Ela, que nos apresenta seu filho Jesus, nos reúne em família ao redor do Senhor da palavra e de seu amor para que sejamos Igreja viva.
Estas pequenas Igrejas, estes Santuários Lares estão todos conectados ao Santuário Original (na Alemanha) e aos Santuários Filiais (em muitos países), esta é nossa força.
Nestes dias em que não podemos nos reunir na Igreja, estamos conectados através de nosso ser família e ser Igreja, porque consagramos nossa casa à Nossa Senhora.
Esta é a forma de ser Igreja em tempos de fundação, é a forma de ser Igreja em tempos de crises, como esta que estamos vivendo.
A pandemia do Coronavírus vai trazer consequências negativas e positivas, porque estamos aprendendo muitas coisas, algumas consequências a curto prazo e outras a longo prazo. Oxalá seja a experiência de Igreja, interconectadas de forma mais profunda com o Senhor.
Homilia do Pe. Antonio Bracht, Vallendar-Schoenstatt, 19 de março de 2020
Fonte: Schoenstatt Internacional, transcrição de santuariosiaojaragua.com.br
Para o hoje de cada dia um aprendizado no Amor de Deus.