“Não perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim”
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – Nossa caminhada pascal está no seu auge! A cena do evangelho deste domingo é a da Última Ceia, um cenário de despedida e tristeza. Jesus sabe que sua hora chegou, anuncia quem o trairia, revela que Pedro o negaria e que, morto o Pastor, as ovelhas se dispersariam. Mas… também é um cenário de proximidade. Jesus, mesmo sofrendo, está próximo dos seus dá-lhes a Eucaristia como Pão e Vinho, alimentos que em sua memória tornar-se-ão seu Corpo e Sangue entregues em nosso favor. Sua morte anunciada é redenção, pois o grão de trigo caído na terra produzirá muitos frutos.
Neste cenário Jesus nos consola: “não perturbe o vosso coração”, Jesus nos enche de esperança: preparar-vos-ei um lugar na Casa de meu Pai e se o seguirmos como Caminho certo chegaremos ao Pai. Portanto, este caminho tem cruz, ele já nos avisou e ele mesmo fez esse percurso. Tê-lo como Verdade nos colocará em situações difíceis, às vezes por causa dela nos será exigido a vida. Abraçar Jesus como Vida é sair em defesa da vida num mundo que grita pelo aborto e outras formas de morte lucrativas para certos seguimentos da sociedade.
Quem o segue e não desvia seu olhar de seu rosto, vê o Pai. Ele é a imagem do Deus invisível, seu rosto misericordioso, nele somos filhos e filhas muito amados deste Bom Deus. Os lugares preparados no céu não se devem confundir com os lugares de honra dados neste mundo. Os lugares são para aqueles que bem viverem sua vocação, de acordo com o estado de vida e suas obrigações civis, sociais, políticas e religiosas, trazendo no coração a herança por ele deixado na Última Ceia: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, nisto está a vida!
Nestes tempos de pandemia, em nossas casas que se tornaram “Igrejas domésticas” e “Santuários da Mãe Três Vezes Admirável”, devemos nos fortalecer na fé. E, ao término destes tempos, ao sairmos de nossas casas, tendo nossa Mãe como Educadora como no cenáculo com os apóstolos, implorando para nós o Espírito Santo, anunciar com alegria o evangelho da vida a muitos que ainda não encontraram o Senhor crucificado-ressuscitado.
São tempos de aflição, sim, mas não nos deixemos perturbar, creiamos em Cristo, em Deus e na nossa Mãe e Rainha da saúde do mundo. Com nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, rezemos este belo trecho da oração da aflição:
“Em união com o Filho, a ti foi concedido
Restituir-nos a vida da graça que fora perdida,
Afastar de nós muitas aflições terrenas,
Suavizá-las e convertê-las em meio de salvação (…)
Com teu Filho, sê para nós libertadora
Da fúria do inferno e da tempestade dos tempos
E, com gratidão, te bendiremos eternamente como a grande Mãe dos povos”.
(Rumo ao Céu, 505.510)
Leituras deste Domingo (10.05.2020)
1ª Leitura – At 6, 1-7
Salmo – Sl 32
2ª Leitura – 1Pd 2, 4-9
Evangelho – Jo 14, 1-1