O presente da maternidade para o mundo
Neusa Maria Rocha / Vania Maria C. M. Santa Cruz – Maio, mês das mães, mês de Maria! Ecoa no coração da Família de Schoenstatt do Brasil, o canto que diz: “… se o M que trago na palma da mão é de mãe, é também de Maria” [1]. Por que não acrescentar também: o M de mundo, de mulher, de missão? Em nossa história contemporânea, nunca o homem necessitou tanto da presença materna para socorrê-lo, protegê-lo e ampará-lo.
Neste tempo de pandemia, em que uma grande crise alcança toda humanidade, os cristãos católicos parecem continuar o canto: “…uma mulher reluzente, vem, tendo na fronte as estrelas. A grande lua a seus pés mantém. Toda terra se exalta ao vê-la. AVE MARIA, AVE MARIA!”
Diz o nosso fundador, Pe José Kentenich: em dificuldade, coroa a Mãe de Deus. E nossa Família a coroa! A corrente de vida que nos une é a coroação da nossa Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt como a Rainha da Saúde Física e Espiritual do Mundo.
O Papa Francisco nos convida a intensificar nossas orações neste mês de maio, confiando na amorosa solicitude e intercessão da Mãe que nos ama tanto quanto ama o seu filho Jesus. E nos diz: “rezar à Virgem Santíssima significa, igualmente, pensar nas mães e avós, a verdadeira força motriz das famílias e da nação inteira; elas são um baluarte, uma fortaleza no seio de cada sociedade” (Viagem ao Peru em janeiro de 2018).
Maternidade e a essência feminina
Pe. José Kentenich nos ensina que, assim como Maria veio para trazer a salvação ao mundo, dando à luz a Jesus Cristo, cada mulher e mãe deve ser outra Maria, proporcionando em seu ambiente a salvação aos homens. Ele considera o cultivo da filialidade como o fundamento essencial da nossa espiritualidade mariana. Porque Maria se fez filha, foi capaz de dar o seu ‘sim’ ao chamado de Deus para ser a mãe do Redentor. Portanto, sem uma filialidade profunda, torna-se difícil à mulher viver a maternidade em sua plenitude. Pe. Kentenich compara a maternidade com uma árvore que produz flores e frutos. A raiz é a filialidade, a grandeza feminina; o tronco é a doação serviçal e magnânima e a sua copa, plena de frutos, é a maternidade desprendida de si mesma, que se doa em amor fiel.
A maternidade é uma característica própria, original e única do ser feminino. Tendo gerado filhos biológicos ou não, o ser mãe está latente em sua essência. Além daquela mãe que, fazendo doação de si mesma, concebe a vida, alimenta-a com seu próprio sangue e depois com o leite materno, há também a maternidade espiritual – aquela que alimenta com seu ser voltado para Deus e para os homens, todos aqueles que estão à espera de sua dedicação desinteressada, de sua ajuda, de seu coração de mulher feito para o amor. A maternidade espiritual é o imutável, o absoluto, o eterno na natureza feminina. O eterno na mulher é o símbolo da doação receptiva: ao mesmo tempo em que se dá, que se doa, ela recebe e está corporificado de modo perfeito em Maria.
Muitas mulheres consagradas e mães espirituais viveram e vivem a grandeza deste mistério em seu ser, projetando luz inextinguível no decorrer da história da humanidade e da Igreja, propagando o seu amor ao próximo.
O Papa Francisco uniu as mães espirituais que devemos ter como amparo, dizendo: “Nós não somos órfãos, temos uma mãe! Nossa Senhora, a mãe Igreja e a nossa mãe. Não somos órfãos, somos filhos da Igreja, somos filhos de Nossa Senhora e somos filhos das nossas mães!” (Audiência Geral de 07/01/2015)
Não estamos sozinhas!
Na vida de Aliança com a Mãe de Deus, concretiza-se a Aliança com Deus. Por ela, a Mãe de Deus nos conduz à Aliança de Amor com Cristo, à Aliança de Amor com o Espírito Santo, portanto, à Aliança de Amor com a Santíssima Trindade. Pela Aliança de Amor entramos na Escola de Maria que nos dá a agilidade de filha sempre pronta a ouvir a voz do Pai que nos chama a participar de sua obra criadora e redentora. Ao viver em aliança com Maria, ela cuida que o Evangelho nos penetre e que nossa vida produza frutos de santidade. Selando uma Aliança de Amor com Maria, sabemos que ela toma a sério nossa troca de corações e toma nossa família sob o seu manto protetor. Nessa confiança, aconteça o que acontecer: “Mater habebit curam!” (A Mãe cuidará!).
O Santuário de Schoenstatt é a casa materna. O lugar da Aliança, nossa escola de amor onde recebemos as graças que de lá jorram para nos transformar, educar e santificar. Tanto na dor como na alegria, entregamos nossas vidas como ofertas de amor para o Capital de Graças e elas se tornarão fecundas para o reino de Deus.
Maria reflete a luz de Jesus sobre nós e ilumina as nossas vidas com as suas virtudes. Imitando-a em sua pureza, amor desinteressado, confiança inabalável, disponibilidade em servir, sua fidelidade, humildade, bondade, solidariedade, silêncio, renúncia, sacrifício, obediência, dignidade, nobreza…, um pouco do seu brilho nos fará compreender e desejar servir a Deus de acordo com o seu divino plano a nosso respeito.
Com a nossa colaboração humana, através de muitas ofertas ao seu Capital de Graças, diariamente podemos nos santificar e santificar nossos filhos por meio de gestos, ações, palavras, atitudes e orações. Contemple sempre a imagem da querida Mãe de Deus e procure assemelhar-se a ela. Consagre seu filho à Mãe de Deus e ela nunca o abandonará, preservando-o das dificuldades, guiando-o e ajudando a vencer o mal, fazendo-o sentir alegria no bem e o despertará para decisões heroicas. Para que seu filho permaneça fiel a Maria e, por Ela a Cristo, venere-a como a maior das mães. Proclame-a como Rainha Educadora do seu coração e da sua família. Esforce-se por viver a sua consagração na vida diária, fazendo tudo com Maria e segundo o seu exemplo. Assim solucionará os problemas, conforme ela os resolveria.
A Mãe e Rainha quer ajudá-la a alcançar a grande finalidade da sua vocação materna e seu esforço será abençoado.
A mais preciosa aliada de Deus
“A mãe é, com o sacerdote, a aliada mais preciosa de Deus e Maria é a imagem mais admirável do amor maternal e do amor de Deus para com os homens. Quanto mais a humanidade se distancia de Deus, mais difícil se torna entender a maternidade e apreciar a contribuição pessoal da mulher. Ela deve perceber a sua grande distinção no fato de que Deus Filho surgiu nos braços de uma mãe e que Ele levou até o fim, ao lado de uma mãe, a sua existência de Deus feito homem” (Cardeal Joseph Mindszenty, (1892-1975, Primaz da Hungria).
Contribuição do 3° Curso – União Apostólica de Mães de Schoenstatt
Referências bibliográficas:
– A dignidade da mulher – Pe José Kentenich (Coleção Herança Tabor. Vol. 5).
– Dignidade e missão da mulher – Irmãs Assessoras da Liga de Mães de Santa Maria/RS.
– Com Maria, por Cristo, no Espírito Santo ao Pai – Livro de Conferências do III Congresso Internacional da União Apostólica de Mães de Shoenstatt.
– Curso de Formación – Apostila – Federación de Madres – Argentina – Paraguay.
– Primavera de Deus Novena – Ir. M Gunthildes Kley
– Site www.mariedenazareth.com.br – Um minuto com Maria – A mais preciosa aliada de Deus.
– Site www.schoenstatt.org.br – A maternidade como fruto da filialidade – Ir. Neiva Maria Pavlak.
– Site www.schoenstatt.org.br – Toda mulher nasceu para ser mãe – Ir. Maria Dioneia Lawand.
[1] Música: No Campanário