Calça, saia, short, moleton… o que se deve levar em conta antes de escolher uma peça?
Sra. Raquel Esther Padilha – Lemos na Bíblia: “Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança…’. Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher” (Gn 1,26-27).
Desde o início da criação Deus deu a cada um (Homem e Mulher) características próprias e missões próprias que se complementam formando, juntas, a imagem de Deus.
“O que é próprio do ser feminino?”, questiona o Pe. José Kentenich. Ele responde: ser toda alma, toda entrega e toda pureza. E essa essência feminina se expressa em todo seu ser: no corpo, no pensamento, nos sentimentos, nas atitudes, nas ações e também no seu estilo de vida e no vestir. A isto o Pe. Kentenich fala da lei: “A ordem do ser é a ordem do agir”.
Nossas expressões exteriores são e devem ser a expressão de todo nosso ser feminino, de nosso corpo e da nossa alma.
Qual é o sentido de nosso corpo?
* É expressão da alma,
* é companheiro da alma,
*é instrumento da alma.
Então, a nossa pergunta é: o estilo de vestimenta também tem que expressar esse mundo interior de nosso ser feminino? Qual é o sentido de nossa vestimenta segundo a essência do ser feminino e da lei da ordem do ser e do agir?
1º A vestimenta é proteção para as inclemências do clima. Mas, se fosse este o único sentido, então só estaríamos cobertas no inverno. No verão, não! Então, portanto…
2º O sentido das roupas é a proteção do pudor.
“O que é pudor? A Igreja ensina que ‘o pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado à castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união’ (Catecismo da Igreja Católica 2521). Favorece para o entendimento que o corpo não é um objeto a ser usado e depois descartado, mas um lugar sagrado, pois ‘acaso ignorais que vosso corpo é templo do Espírito Santo que mora em vós e que recebestes de Criador?’ (1 Cor 6,19). Com isso, espera-se que o corpo seja considerado e tratado como tal: templo de Deus”. (Pe. Marcio L. Fernandes)
Diante disso surgem várias perguntas: como deve ser o comprimento da minha saia? Quanto posso deixar aberto o decote de minha blusa? Posso ou não usar calça e quanto pode ser ajustada no meu corpo? Posso ou não usar short?
Já temos uma resposta geral: o sentido da minha roupa é proteger o sentimento do pudor.
3º A vestimenta é a expressão de meu ser feminino: Toda alma, toda entrega e toda pureza.
A principal proteção da pureza é o sentimento de pudor e da vergonha. E isto se expressa na roupa, maneira de me sentar, caminhar, gestos, palavras etc. Então aplicamos o princípio: mantenho coberto o que ainda se pode cobrir. E isto vai em contra ao que hoje se vive: deixar nu o que mais se pode deixar descoberto.
Valorizamos em nosso corpo as formas femininas; não as ocultamos obsessivamente, mas não queremos mostrá-las de forma provocativa que excite facilmente ao homem.
Minha pergunta deve ser: o que quero transmitir com minhas vestes? Eu elevo o homem? É algo mariano ou algo descontrolado?
Não queremos chamar atenção nem por antiquadas, nem por exageradamente modernas.
Muitas vezes se pensa que nossa forma exterior está desvinculada com nosso mundo interior. Esse é um pensamento mecanicista, nós somos um ser orgânico, uma totalidade. Nosso exterior expressa nosso mundo interior e nosso mundo interior dá forma à nossa forma exterior.
Qual é, então, nosso estilo de vida e nosso estilo de vestir?
É um estilo mariano. Maria é a mulher em plenitude. Cada uma de nós é outra Maria para nosso tempo. E em cada uma de nós está o “eterno feminino”, aquilo que faz parte da nossa essência que vai além do tempo, da cultura, da modernidade: toda alma, toda entrega e toda pureza.
Nós, mulheres, devemos nos preocupar em tornar vivo o eterno feminino, para que em nós Maria possa caminhar em nosso tempo.
“Torna-nos semelhantes à tua imagem, como tu, passemos pela vida, fortes e dignos, simples e bondosos, espalhando amor, paz e alegria. Em nós percorre nosso tempo, prepara-o para Cristo” (Rumo ao Céu 609)