“(…) rogarei ao Pai, e ele vos dará o Espírito Santo, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade (…)”
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – Já estamos nos aproximando do final deste Tempo Pascal que, em meio a esta pandemia, nos está ajudando a penetrar mais neste mistério Pascal de Cristo, esta passagem da Morte para a Vida. Este tempo de pandemia deverá nos ajudar a ver o quão passageiro é a nossa vida e quão passageiro é tudo aquilo que não nos leva a Deus. Que muitos tenham se permitido, e assim permitido ao Espírito Santo, fazer este “retiro de pandemia” para ver com os “olhos de Deus” seu amor por nós revelado em Jesus Crucificado-Ressuscitado.
Neste Domingo, que nos prepara para duas grandes festas que se aproximam – a Ascensão de Jesus e o Pentecostes –, o ambiente do evangelho é o da Última Ceia. O clima é de despedida e também de uma certa tensão, mas de muita proximidade de Jesus. O Senhor fala as claras sobre seu destino final, seu amor ao Pai (verbos relevantes que Jesus usa nestes capítulos: permanecer e guardar), seu amor por nós e sua alegria da partida e também de vir nos buscar para, com ele, saborear as alegrias que ele nos preparou junto do Pai.
É um contexto também de promessas, e promessas concretas: lugares preparados, alegria e o Espírito da Verdade e Defensor. Esta é, sem dúvida, a grande promessa: o Espírito que ele nos enviará quando estiver junto do Pai.
O mundo não conhece este Espírito, pois o espírito do mundo nos afasta de Deus, do amor ao próximo e da verdadeira felicidade – que tem cruz.
Ele traz a verdade, diferente do mundo, cujas verdades são falsas e com um gosto amargo de derrota.
O Espírito nos fará conhecer o que por hora não conseguimos compreender, como acontecia com os Apóstolos no contexto da Última Ceia. Foi a partir de Pentecostes que a inteligência, a vontade e o coração inflamaram-se pelo fogo e o vento forte afugentou o medo e a covardia.
Jesus usa o verbo “guardar”, ou seja, guardar seu mandamento, o amor ao próximo com o jeito com que ele nos ama. Peçamos que venham fazer morada no coração de nosso mundo, doente por esta pandemia e suas consequências… sem eles em nossa casa, adoecemos!
Rezemos com nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich:
“Impregna-nos profundamente do Espírito de Cristo.
Concede-nos, prodigamente, eloquentes línguas de amor;
Por nós se irradie o esplendor de Cristo,
À tua semelhança, como Espelho de Justiça”
(Rumo ao Céu, 199)
Leituras deste domingo (17/05/2020)
1ª Leitura – At 8, 5-8.14-17
Salmo – Sl 65,1-3a.4-5.6-7a.16.20
Evangelho – Jo 14, 15-21