“Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor” (Mt 9, 36 – 10, 8)
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – Neste domingo encontramos no Evangelho algumas atitudes marcantes de Jesus: compaixão, oração ao Senhor da Messe e chamado-envio.
Ter compaixão
Jesus demonstra a atitude de compaixão sentindo a dor das pessoas, estando próximo aos seus anseios e decepções ao longo da vida. Não é uma compaixão de “dó”, ou um mero sentimento passageiro, mas algo profundo, de quem sente, vê e toma atitude. Nesses tempos de pandemia, sejamos tomados por esta atitude de Jesus, sintamos a dor dos que perdem seus entes queridos, perdem seus bens materiais ou emocionalmente estão abatidos pelo cansaço… Não nos seja apenas um sentimento para, logo depois, já nos esquecermos. Mesmo que a atual situação nos impeça de uma certa proximidade, não sejamos indiferentes com a dor dos outros.
Rezar
Jesus nos ensina a rezar ao Senhor da Messe, seu Pai, para que ele nos envie pessoas dóceis ao Espírito e que sejam capazes de ser “bons pastores”. Pastores esses livres de desejos mundanos e gananciosos, mas com um coração misericordioso semelhante ao Filho que, enviado pelo Pai, deu a vida pelas ovelhas, não deixando que ninguém se perca. Lembrando sempre que o dono da Messe é Deus e que seus escolhidos são instrumentos para que sua ação alcance a todos.
Chamado-Envio
Ao perceber tudo isso, Jesus chama os 12 e lhes dá o nome de apóstolos, ou seja, enviados. Confere-lhes seus poderes de cura, ressureição, purificação e expulsão dos demônios. São poderes que partem de corações compassivos – se assim não for, estes gestos podem até se realizar, mas seus frutos vêm do mal e da injustiça. Somente unido a Jesus, com o nosso coração unido ao dele, é possível fazer bom uso deste poder que é de serviço aos que mais sofrem. Ah… ele os envia primeiro à casa de Israel, o povo da promessa! Pensando dessa forma, creio que nosso serviço de evangelização precisa ser, em primeiro lugar, na casa dos católicos que aos poucos estão se deixando levar por correntes sutis de afastamento de Deus e uso da religião apenas para cumprir preceito, o que acaba esfriando nossa fé e nos tornando, por vezes, indiferentes com as dores da humanidade.
Com Jesus temos também uma Mãe Compassiva, que recebeu esta missão aos pés da Cruz. Coroada no céu, é nossa Mãe Misericordiosa, que volve sempre seus olhos maternos para nossas aflições (como fizera em Caná) e nas dificuldades antes, durante e depois sempre nos mostrará Jesus, o fruto bendito de seu ventre. Como Onipotência Suplicante, ela recorrerá ao Senhor da Messe por muitos operários!
Pe. José Kentenich tinha essa alma de pastor compassivo, sempre com as suas mãos no pulso do tempo (atento às necessidades) e os ouvidos no coração de Deus, para saber qual era a vontade divina em cada momento. Então, com ele, rezamos a oração por ele composta, chamada de Oração do Pastor:
“Três Vezes Admirável Senhora de Schoenstatt, olha para os meus que te confio. Ao vê-los sozinhos em meio à luta, só na confiança em ti, posso continuar o caminho. […]
Por isso, de novo, inscrevo, com sangue e fogo, em teu coração, todos os que me são caros e percorro, sem medo, o caminho da vida que a sabedoria do Pai previu para mim” (Rumo ao Céu, 529.536).
Reflexão para o 11º Domingo do Tempo Comum
14 de Junho de 2020
1ª Leitura – Ex 19, 2-6a
Salmo – Sl 99
2ª Leitura – Rm 5, 6-11
Evangelho – Mt 9, 36-10,8