Como os schoenstattianos têm vivido a Aliança neste período de crise mundial?
“O filho singelo vê Deus por trás de cada acontecimento. Deus é pai, Deus é bom e bom é tudo o que ele faz! Talvez valeria a pena examinar nosso passado sob este ponto de vista. Os grandes golpes do destino não foram períodos de bênçãos? Se eu lançar um olhar retrospectivo para o passado e deixar-me penetrar por essa realidade, estarei tranquilo diante do futuro. […] Sei que em todos os acontecimentos do mundo está Deus, a bondosa mão de um Pai que tudo sustenta” [1].
Nessa reflexão do Pe. José Kentenich está a base da chamada fé prática na Divina Providência. É ela que tem direcionado a vivência da Aliança de Amor para os schoenstattianos durante os dias difíceis – e também os alegres – da pandemia atual.
Ação e oração
Para João Vittor dos Anjos, da Juventude Masculina de Schoenstatt, de Olinda/PE, viver a Aliança de Amor na pandemia trouxe novas oportunidades:
“A Mãe de Deus quer me educar a cada simples acontecimento. E, nesse momento de pandemia, realizar pequenas tarefas em casa, vivenciar momentos de orações em família (que em alguns momentos não conseguia por conta de trabalho e faculdade), buscar silenciar ainda mais para escutar o bom Deus, faz com que todos os dias, ao levantar e ao deitar, consiga renovar minha Aliança de Amor. Buscar formas concretas de ajudar o próximo, levar o amor de Deus às pessoas que precisam através da escuta, da doação de alimentos, de sair da zona de conforto para ajudar as pessoas que precisam também faz com que a vivência prática e espiritual da Aliança de Amor seja concretizada, buscando todos os dias ação e oração”.
Os período de crise são preciosidades em nossa história
Ana Virgínia e Nelson Pacheco, da União de Famílias de Schoenstatt, de Porto Alegre/RS, recordam como tudo começou:
“Nosso Pai e Fundador estabeleceu a Aliança de Amor com a Mãe de Deus, celebrada no Santuário Original, como sendo o carisma do Movimento Apostólico de Schoenstatt. E assim o fez para todas as situações da vida que viriam a acontecer na sua vida e de todas as gerações futuras. Também ele enfrentou pandemias e nunca deixou-se abater. Por isso, em 2020, quando se abateu sobre nós a pandemia do coronavírus, não foi causa de pânico e de vão temor, mas sim experimentamos uma oportunidade que Deus nos havia permitido viver para testar as nossas reservas de fé e confiança que o nosso fundador, pela sua admirável pedagogia, nos havia ensinado nos anos de preparação e aprofundamento da Aliança de Amor”.
Gilvanilda Bulhões, da Liga das Mães de Schoenstatt, de Maceió/AL, também faz este paralelo:
“Estamos vivenciando momentos de calamidade pública, muita tristeza, incerteza, medo, perdas, desemprego, mas, confiando na Divina Providência e mantendo fidelidade à Aliança de Amor, venceremos esta pandemia.
Tudo isso faz lembrar o início do Movimento, as dificuldades no período da guerra que os jovens seminaristas vivenciaram – quanto maiores eram as dificuldades, mais a capelinha se tornava um lugar de graças, oração e acolhimento.
Nossos lares estão sendo Igrejas domésticas, não só com as pessoas que estamos próximas fisicamente, mas também com as distantes, através das lives que o Movimento está realizando. Além da Família de Schoenstatt, muitas outras pessoas estão participando e querendo conhecer a espiritualidade de Schoenstatt. A Aliança de Amor nos une e nos leva a assumir responsabilidades com fidelidade – nada sem vós, nada sem nós – e não resta dúvida que, por ela, recebemos maior proteção de Maria”.
Com você também é assim?
Adriana Cássia dos Santos é da Liga Apostólica Feminina de Schoenstatt, de Louveira/SP, e conta sua experiência:
“Tem sido desafiador passar por essa pandemia, não só por se tratar de uma crise sanitária e política, mas porque algo tão inesperado mexe também com o mundo interior. Isso afetou a mim, confesso que tive uma micro crise de ansiedade por três dias com palpitação no peito, estresse, irritabilidade, sono ruim, por excesso de estudo, atividade Pastoral na Igreja, até mesmo pressão pela falta de emprego para realizar projetos pessoais que foram interrompidos, eu pensava: ‘Logo eu, schoenstattiana que controlava minhas emoções, sempre ativa e presente na Igreja’. Pois bem, repensando a vida, voltei novamente à origem e mergulhei ainda mais nos ensinamentos do Pai e Fundador: ‘Sob a proteção de Maria, queremos nos educar para sermos personalidade firmes e livres…’ – ao ler novamente, resolvi na prática retomar e ressignificar coisas do dia a dia e entregar para a Mãe de Deus:
Provai que realmente me amais
Escrever bilhetes ou conversar com a Mãe de Deus sobre os aprendizados (bons e ruins) do dia. Escolher um hábito ruim para mudar.Tomar a sério os seus propósitos
Reorganizar atividades com Planejamento Semanal e Diário.Vida zelosa de Oração
Preparar o ambiente para oração; rezar o terço; participar de momento de oração e adoração online com mais zelo.Pelo Fiel e Fidelíssimo cumprimento do dever
Realizar atividades que me propus; ler livros e conteúdos para gestão da emoção e aprofundamento da almaTrazei-me contribuições ao Capital de Graças
Elencar e eliminar pendências
Esses três dias me acenderam um alerta e serviram para reafirmar o que Schoenstatt já me deu e, dali para frente, me reconectar comigo mesma. O Pai e Fundador foi o meu diretor espiritual e amigo nesse período. A força da Aliança me ajudou a trocar um coração preocupado pelo coração da Mãe, luz da Esperança, pois um ‘Servo de Maria jamais perecerá’”.
Os livros que li:
A Cura da alma feminina – Pe. Adriano Zandoná
Qual a tua obra? – Mario Sergio Cortella
Sobre as potencialidades da alma – Santo Agostinho
Documento de Fundação e Pré-Fundação do Movimento de Schoenstatt
Fotos: Adriana Cássia dos Santos
[1] Pe. José Kentenich. Ser filho diante de Deus, vol 1