Legados de um Fundador
Olindo e Marilene Toaldo – Passamos, nos últimos dias, pela história da União de Famílias e agora focamos brevemente no conteúdo do Retiro de nosso Fundador às Famílias, o que o nosso Pai disse, o que ensinou e recomendou àquelas famílias – e hoje a nós.
O foco do retiro é a família! O que ele então disse, ensinou e destacou vale para todas as famílias católicas, em particular para as famílias das comunidades de Schoenstatt. Contudo, são lições que precisavam ser acentuadas para serem assumidas e aplicadas à vida pela jovem União, que iniciava, e pelas famílias da União ao longo do tempo, porque são ensinamentos e diretrizes fundamentais válidos para sempre.
Toda renovação começa na família
O nosso Fundador sempre atribuiu à família uma importância e um valor essencial e fundamental, porque assim ela é concebida no plano de Deus. Ele destaca que tudo depende da família. A renovação do mundo e da Igreja deve acontecer, antes, nas famílias. Afirma que ela é o baluarte mais importante contra as correntes do mundo atual.
O perfil de uma família schoenstattiana
Ensina que uma família autêntica, uma “família de Schoenstatt” precisa lutar para tornar-se um reino de amor, de pureza, de liberdade, de alegria, de verdade e justiça e de vitoriosidade – é o perfil descrito no Hino da Minha Terra [1]. Explica o significado desses “reinos”, oferecendo aos casais aplicações práticas. Entretanto, reconhece que esse é um ideal grandioso, elevadíssimo, só alcançável se “irromperem em nossas famílias forças e poderes divinos extraordinários”, mediante a atuação da Mãe de Deus, como a nossa grande educadora, “no campo de batalha” do nosso coração, do nosso matrimônio e da nossa família [2].
Santuário: a santa escola da família
Nesse sentido, esclarece que o mais importante é a presença e a atuação da Mãe de Deus no Santuário onde ela “habita e age, atua e transforma, forma e modela, renova e envia” [3]. Daí porque o Santuário é a “terra santa” em que, ao aproximarmo-nos, precisamos “descalçar as sandálias” [4]
Em decorrência, salienta a necessidade de levar o Santuário, a atmosfera reinante no Santuário, para suas casas, levando a Mãe de Deus e dando-lhe um lugar de honra nos seus lares, como já havia recomendado na Carta de Santa Maria, dois anos antes. Ali, Ela, com o seu poder de graças, conjugado com o nosso esforço de autoeducação e de santificação, fará acontecer a transformação dos lares em autênticos santuários nos quais formará “uma santa terra na família e formará santos membros da família” [5]. Essa sua recomendação será concretizada com a instituição do Santuário Lar durante o seu exílio em Milwaukee.
Dar o lugar de destaque para Maria
É importante ter presente que o Fundador está falando a casais que se preparam para a consagração que os introduzirá em uma nova Comunidade da Obra de Schoenstatt. Está consciente das dificuldades existenciais pelas quais estão passando, sobretudo as econômicas que os angustiam. Por isso, procura apresentar-lhes toda uma pedagogia e uma espiritualidade traduzidas em princípios e orientações aplicáveis na sua vida familiar e profissional, visando aquela família autêntica que ele visualiza e quer construir. Destaca, porém, que tudo depende de que deem a Deus e à Mãe de Deus o primeiro lugar na vida familiar. Ela tem a tarefa de formar-nos para adquirirmos um pensar sobrenatural que nos ajudará a superar todas as dificuldades. Dá-lhes um princípio claro para situações concretas: “Faço o que posso, o melhor que posso, e Deus fará o restante, a Mãe de Deus o fará em nome de Deus” [6]. Lembra-lhes, contudo, que o essencial é sempre a vivência da Aliança de Amor, o que requer a fidelidade e a disciplina na prática dos meios ascéticos, ou seja, o “nada sem nós”.
Conclusão
Para concluir, podemos afirmar, com toda a certeza, que o conteúdo desse retiro histórico é a grande herança, o grande dom que o Pai e Fundador deixou à União de Famílias e, também, às demais comunidades da Obra de Famílias. Herança e dom que todas as gerações precisam acolher com grande amor e gratidão, levando-o à prática da vida diária.
Leia também:
– Parte I
– Parte II
Referências:
[1] Rumo ao Céu, n.600-605
[2] Construindo a Família do Pai, Retiro de 1950, edição da União de Famílias no Brasil, p.93, 103 e 105
[3] Idem, p. 25
[4] Idem, p. 64 e Ex 3,5.
[5] Carta de Santa Maria.
[6] Construindo a Família do Pai, Retiro de 1950, p. 47.