João Pozzobon nos ensina a amar o Fundador
João Luiz Pozzobon, pai de família, brasileiro, tem o seu processo de beatificação concluído em sua diocese e em andamento em Roma.
Ir. M. Paula Taís Vogt – Estamos no Ano João Pozzobon e nos perguntamos: como o Servo de Deus João Luiz Pozzobon estava vinculado ao Fundador do Movimento de Schoenstatt?
Para João Pozzobon, o Pe. Kentenich não era uma pessoa distante, que simplesmente governava a Obra Internacional de Schoenstatt. O ‘Sr. Padre José’, como costumava escrever, era seu pai, um pai próximo e verdadeiramente presente em seus pensamentos, palavras e ações.
O pequeno aluno do Pe. Kentenich
João Luiz Pozzobon matriculou-se na Escola de Maria, cujo professor e mestre foi um instrumento apto e decisivo no Reino de Schoenstatt: Pe. José Kentenich. Como um genuíno e autêntico aluno, permaneceu fiel a origem, aos ensinamentos de seu educador. Procurou espelhar-se na vida dos heróis, educados no Santuário, na Escola de Maria, com a pedagogia de Schoenstatt.
” …. Desde que eu entendi, fiquei sempre ligado à fonte original, imaginando esses heróis e o Fundador … Então eu me sentia assim como um pequeno aluno, um aluninho junto com o Fundador, o Pe. Kentenich, e junto com esses heróis” [1]
Seu amor ao local de origem e ao Fundador o transportava à Schoenstatt: “Diariamente me colocava no lugar original, como um aluno do Pe. Kentenich, ao lado dos estudantes, para poder viver a espiritualidade que o Senhor Padre pregou aos seus seminaristas”. [2]
Como “pequeno aluninho”, não girou em torno de seus próprios interesses e ambições, mas colocou-se como pequeno aprendiz, sob a orientação e educação de nosso Pai e Fundador. Referindo-se a ele, disse: “É a pura verdade que todos devem crer: um santo instrumento enviado por Maria. Tudo o que ele quiser, e tudo o que exigir, é Maria quem quer”. [3]
Germano Arendes, do Instituto dos Irmãos de Maria de Schoenstatt, que conheceu João Pozzobon muito bem, testemunhou: “Para ele o nosso Pai e Fundador era um homem de Deus, um profeta. Sabemos dos primeiros encontros pessoais que teve, entre os anos 1947 e 1952. Foram encontros bem breves, em que ele participava quando o Pai e Fundador esteve em Santa Maria/RS. E quando foi falar com ele, antes de um desses encontros, dizendo que tinha um compromisso de rezar o terço nas famílias, o Pai e Fundador recomendou que o lugar dele era lá fora, com o povo que o esperava”.
Grande e forte foi a vinculação entre o “aluninho” João e o mestre Kentenich. Mesmo quando nosso Pai e Fundador estava no ‘exílio’, em Milwaukee/EUA, João Pozzobon não deixava de enviar relatórios de suas atividades pastorais. Pedia para uma Irmã de Maria, Ir. M. Judite Lauer, traduzi-los para o alemão. E um detalhe importante, sempre assinava as cartas ajoelhado, devido ao respeito e a estima para com o Pe. Kentenich. Isso testemunhou Ir. M. Judite anos mais tarde.
O Pequeno Cirineu
João Pozzobon nunca imaginou a Campanha separada de Schoenstatt e do Fundador. Tanto é que procurou viver unido a ele, oferecendo-se como ‘pequeno Cirineu’ do Pe. Kentenich:
(…) Sr. Padre, ofereci minha vida para o desenvolvimento da Obra da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt (e) se for para mais agradar o Pai do Céu, farei como o Cirineu, ajudarei a carregar o peso que lhe foi confiado”. (19.04.1952)
Não caminhou ao lado de nosso Pai e Fundador, mas com ele percorreu o caminho, através da Aliança de Amor com Maria. João estava decidido, plenamente convencido e disposto a fazer qualquer sacrifício pelo Fundador.
“Sr. Padre [José Kentenich] eu quis ajudar defender para que sua Obra se tornasse sempre mais conhecida e amada para ajudar a Santa Igreja a desenvolver um apostolado na transformação das almas” (Santa Maria, 17.12.1968) [4]
E o que fez concretamente como ‘pequeno Cirineu’?
Empenhou-se pelo Pai e Fundador. Por exemplo, em 1952, quando João fica sabendo que o Pe. Kentenich iria a Santa Maria, “oferece uma semana de comunhão e Missa, orações e sacrifícios, em uma palavra, tudo o que seja possível fazer, ele entrega para o Capital de Graças”.
“Tudo o que faço será por suas intenções, recordando tudo quanto fez por mim e por todos”. [5]
Suportou duas hérnias inguinais, como oferecimento para o Capital de Graças, pelo retorno do Pe. Kentenich do exílio. Não quis operar para oferecer pelo seu Pai e educador, até que ele não tivesse retornado a Schoenstatt.
Depois da morte do Fundador, empenhou-se pela sua beatificação. Além de distribuir novenas e até escrever ao Papa Paulo VI pedindo a beatificação do Pe. Kentenich, ofereceu muitas contribuições para o Capital de Graças nessas intenções. Criativamente, procurou maneiras de oferecer seus pequenos e grandes sacrifícios em prol do seu mestre e educador. Por exemplo, devido às suas dificuldades físicas (o cansaço das pernas e a crescente perda da visão), precisava de apoio para caminhar. Em outubro de 1982, encontrou um galho de árvore que transformou em um bastão. E escreveu:
“Andar com o bastão é um oferecimento à Mãe e Rainha por seu fiel instrumento, Pe. Kentenich, e por sua beatificação”. [6]
O amor de João Pozzobon ao Pe. Kentenich criou raízes profundas, que nenhum vento, tempestade alguma conseguiu afetar. Mas, sim, a fortificou em seu coração através da Campanha da Mãe Peregrina.
Ele foi o fiel “aluninho” do Pe. Kentenich e, hoje, pode ser nosso professor na arte da santidade da vida diária e na vinculação ao Fundador.
Referências:
[1] URIBURU, Esteban J. 140 Km com a Virgem, 25
[2] URIBURU, Esteban J. Herói Hoje, Não Amanhã, 162
[3] URIBURU, Esteban J. Herói Hoje, Não Amanhã, 50
[4] Arquivos da Causa de Beatificação – [ADJLP/629-004/ ITCA]
[5] Peregrino e Missionero de Maria, 93.
[6] URIBURU, Esteban J. 140 Km com a Virgem, 174
Publicado em novembro de 2019