Um instrumento na edificação de Schoenstatt no Brasil
Ir. M. Angela Zam – Falar de Ir. M. Teresinha Gobbo é falar da missão de Schoenstatt, é falar da missão Tabor, é falar de alguém que se doou em confiança incondicional à missão que o próprio fundador, Pe. José Kentenich, lhe confiou em terras brasileiras.
Santina Rosa (seu nome de batismo) nasceu numa família profundamente cristã, em 20 de julho de 1922 em Pejuçara, pequena cidade no interior de Rio Grande do Sul. Numa missão popular, através do Pe. Celestino Trevisan, decide-se a consagrar sua vida inteiramente a Deus, indo morar em Santa Maria/RS juntamente com outras jovens que desejavam formar uma “comunidade nova e apostólica”. Em 1943 conhece as Irmãs de Maria que visitavam pela primeira Santa Maria e se decide a partir com elas para Londrina/PR, ingressando no primeiro noviciado realizado no Brasil.
Ir. M. Teresinha, deixou seu coração se inflamar por Jesus, consumindo-se pela missão de anunciar e edificar Schoenstatt no Brasil. Seu grande modelo foi a Mãe de Deus, como a mulher forte aos pés da cruz, a consorte e auxiliar de Cristo.
Sua alegria foi imensa ao saber que o Pe. José Kentenich, que há pouco (1945) saíra do campo de concentração de Dachau, em março de 1947 viria ao Brasil. Ao encontrar-se com ele, Pe. Kentenich descobriu que em Ir. M. Teresinha Deus havia presenteado muitas aptidões, tanto de empatia, quanto de inteligência. Por isso, em 1949 ele deposita nela a sua esperança e confiança ao entregar-lhe a responsabilidade de edificar Schoenstatt em terras brasileiras. Tarefa essa que desempenhou com muita dedicação. Por onde passou, deixou profundas marcas de entrega e doação pela missão a ela confiada, formando e conduzindo muitas pessoas à Aliança de Amor com a MTA.
Ir. M. Teresinha também foi instrumento para colaborar com o nascimento da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt. Em 1950, no âmbito de uma ação apostólica do Movimento de Schoenstatt, ela confiou a João Luiz Pozzobon uma imagem grande da MTA para ser levada às famílias, para que rezassem o terço e, assim, se preparassem para a proclamação do dogma da assunção de Maria ao céu, proclamado em 1º de novembro daquele ano. Este fato a ligou para sempre à Campanha da Mãe Peregrina, tanto que João Pozzobon, 30 anos mais tarde, ao devolver a imagem para as Irmãs de Maria, quis entregá-la, de volta, nas mãos dela.
Nos anos difíceis no tempo do exílio do fundador (1951 – 1965), Ir. M. Teresinha, foi o forte esteio que, com o coração em Deus e a mão no pulso do tempo, conseguiu levar adiante a missão que recebera do Pe. Kentenich, encorajando a todos os que estavam próximos dela. Chegou a ser também “exilada” pelo bispo diocesano, que exigiu que ela fosse transferida para fora da Diocese de Santa Maria.
Algumas marcas de sua personalidade eram a alegria contagiante, clareza de princípios e capacidade de empatizar e compreender o sofrimento alheio. Na sua tarefa se destacou pela formação do verdadeiro ser feminino. Muitas das mulheres formadas por ela destacam a nobreza e o ser da pequena Maria que a caracterizava, por meio do ensinamento não somente teórico, mas também prático, como por exemplo: organizar a casa, a escolha do look adequado à faixa etária, a diferença no comportar-se como mulher casada, solteira ou consagrada, etc…
Para este ano centenário das mulheres em Schoenstatt, Ir. M. Teresinha reflete diante de todas nós as virtudes da beleza e da grandeza que toda a mulher traz dentro de si: o de ser filha que se consome pela missão recebida de Deus e o da maternidade física ou espiritual, da mulher que traz ao mundo a ternura de Deus manifestada na delicadeza das pequenas coisas que embelezam e encantam o mundo em que vivemos.
Gostei muito em ler o artigo sobre a Irmã Maria Terezinha,participei de vários encontros do Ramo das Mães com a presença dela. Uma pessoa incrível.Saudades dos encontros.