Pais presentes, fortes, verdadeiros transparentes de Deus Pai é o que nós mais precisamos
Flávio e Maria Ângela Kolberg – “A paternidade do pai terrestre, em primeiro lugar, é expressão da paternidade de Deus. Em segundo lugar, é um meio para gravar no filho a paternidade de Deus. Finalmente, em terceiro lugar, é, também, uma contínua proteção da imagem do pai, da imagem do pai celeste, para os filhos, no decorrer de toda sua vida” [1] (Pe. José Kentenich).
Pe. José Kentenich foi um dos primeiros a perceber que a desvalorização da figura do pai terrestre, em andamento, traria sérias consequências para a sociedade e a Igreja. Esse lento e sistemático enfraquecimento da figura paterna terrestre poderia, no futuro, esfriar ou até apagar do coração do homem a figura amorosa de Deus como um pai que nos ama como a “pupila de seus olhos”.
Deus deu ao Pe. José Kentenich dons específicos para realizar uma missão muito especial, a de revelar-nos Deus como um pai amoroso, que quer se fazer presente em nossas vidas, que tem todo o perfeito cuidado conosco: Ele é nosso Pai!
Para qual time seu filho torce?
Por isso, falar sobre a paternidade terrestre é crucial neste momento. Famílias estão esfaceladas quer pela ausência física do pai, quer pela imagem fraca de pai que damos aos nossos filhos. Isso nos faz lembrar quando nosso filho era pequeno e queríamos muito que ele torcesse pelo mesmo time de futebol que torcíamos. Não queríamos correr o risco que ele torcesse pelo time rival. Uma coisa tão banal, mas que nos causou empenho e dedicação – e hoje podemos dizer que deu resultado. Esse empenho ocasionou uma enorme ligação entre pai e filho. Hoje, ele caminha pelas próprias pernas e torce sozinho, mesmo quando não estamos presentes.
Bobagem tudo isso! Talvez sim, muito provavelmente sim, mas nosso ponto é: como é que dedicamos tanto tempo a coisas que não são essenciais e levamos de uma maneira “light” as que são realmente vitais e que acarretam a salvação de nossos filhos?! Comprar a camiseta do time com o nome dele ou o do melhor jogador escrito nas costas, levar a jogos, comprar a pipoca e o cachorro quente durante a partida para que a experiência de estar no campo assistindo ao time do coração fosse a mais maravilhosa do mundo, e que ficasse impressa na sua mente para sempre. E ficou…
Não há problema algum nos pais quererem que os filhos partilhem dos mesmos gostos, afinal são uma família. É saudável termos momentos assim, pois fortalecem os vínculos familiares. Mas esses mesmos vínculos deveriam estar também nas questões de cunho espiritual. Por que não utilizamos os mesmos métodos e empenho nas coisas relacionadas à vida espiritual de nossos filhos?
Uma sugestão médica alternativa, mas eficaz
Muitas famílias chegam ao meu consultório de pediatria completamente desestruturadas, perdidas pelos mais variados motivos: separação, brigas pela guarda dos filhos – e estes ficando um dia em cada casa, sem ter o porto seguro de um lar cristão. Sempre que possível, tento dialogar e por várias vezes consegui que alguns deles fossem até ao Santuário para fazer a consagração a Nossa Senhora, e muitos retornam dizendo que ficaram emocionados neste momento no Santuário.
Pais presentes, fortes, verdadeiros transparentes de Deus Pai é o que nós mais precisamos neste momento. Fortes, não apenas fisicamente, mas espiritualmente, dando testemunho a seus filhos do caminho certo a percorrer para bem realizar a vontade de DEUS. Comprar a camiseta, levar ao campo de futebol, jogar bola juntos, comprar a pipoca gostosa e o DVD das vitórias do time e assistir juntos, não esquecendo da bandeira, tudo isso é bom, e saudável! Paremos para pensar se temos o mesmo empenho com a vida espiritual dos nossos filhos!
Pe. José Kentenich viveu da Fé Prática na Divina Providência. Mostrou no decorrer de toda sua vida que Deus e sua Mãe eram pessoas presentes e ensinou a nós, Família de Schoenstatt, a vivermos assim. Procurou o Deus na vida diária, cotidiana, nos pequenos e grandes acontecimentos de sua vida. Assim devemos fazer e ensinar aos nossos filhos. Esse é o maior legado que podemos, como pais, dar a eles. Se Deus for presente no nosso dia a dia, ele será presente na vida deles também.
“Teu ser e tua vida repercutem neles”
Uma igreja do sul dos Estados Unidos realizou uma pesquisa muito interessante e chegou às seguintes conclusões: se a criança for a primeira a se converter na família, há 2% de probabilidade que a família se converta também; se a mãe for a primeira, a probabilidade de conversão da família sobe para 17%; mas se o pai for o primeiro, o número é estarrecedor: 93% de probabilidade que a família se converta também [2].
O testemunho cristão de um pai muda a realidade de sua família. Você, pai católico, é chamado a viver sua fé no seu dia a dia através de suas escolhas, de sua maneira de falar, de agir, do tempo que você dá a Deus em sua vida.
Deus nos chamou para vivermos nossa fidelidade a Ele. Sejamos sal da terra, luz do mundo como Jesus nos pede, só assim seremos pais como Deus nos pede que sejamos e estaremos revelando aos nossos filhos o maior tesouro que eles podem ter em suas vidas: sentirem-se filhos amados por Deus.
Referências:
[1] A Nova Imagem do Pai – Conferência do Pe. José Kentenich aos homens, Schoenstatt – 18/junho/1966
[2] Fonte: A Importância do Ministério com Homens nas Igrejas Evangélicas, Vilson Trindade Monteiro -> link: https://pt.scribd.com/doc/52423038/A-IMPORTANCIA-DO-MINISTERIO-COM-HOMENS-NAS-IGREJAS-EVANGELICAS-FINAL