19º Domingo do Tempo Comum: Semana Nacional da Família – Dia dos Pais
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – Este evangelho é a continuação do domingo passado: Jesus multiplica os pães diante da lógica dos discípulos: “manda embora este povo”, ou seja, “que eles se virem”. Jesus não segue essa lógica. A multiplicação dos pães foi um gesto para a conversão dos discípulos e da própria multidão. Seguir Jesus exige uma conversão na Providência Divina, que em cinco pães e dois peixes, Deus provê alimento para a multidão e ainda houve sobras – uma lição para que não desperdicemos o “pão de cada dia” que o Senhor nos dá hoje!
Neste domingo, Jesus também rompe com a lógica do “tchau geral” e despede as multidões, ou seja, Ele os envia e tem o cuidado para com cada um. Retira-se para rezar, ou seja, agradecer o dia e a ação de Deus providente. Conduz seus discípulos à Barca – simbolismo da Igreja. Enquanto rezava, ventos contrários sobrevém sobre a barca (ventos contrários sempre se abaterão contra a Igreja e nos que nela estão). Jesus, andando sobre as águas, vem em socorro da Igreja e de seu povo. Mas… como sempre, nos deixamos levar pelos “ventos fortes” e diante disso não somos capazes de reconhecer Jesus e até chegamos a confundi-lo com fantasma! Mas a sua voz soa aos ouvidos, dizendo: “SOU EU, não tenhais medo!”. Mesmo assim, como Pedro, ainda duvidamos e condicionamos o Senhor: “Se és tu, manda…” e ele diz suavemente com sua voz de quem sempre nos chama: “VEM!”
No começo, acreditamos e seguimos andando sobre as águas agitadas da vida, mas, quando elas insistem a querer nos afundar, perdemos a fé e começamos a ceder. Aí, gritamos e Jesus estende o braço para que nele possamos nos apoiar e sermos salvos! Quando ele entra na barca de nossa vida, tudo se acalma! Recobramos a fé e a professamos que verdadeiramente Ele é O Senhor!
Esses tempos têm sido de muitas ondas agitadas no mundo global, no mundo familiar, no mundo religioso, enfim, ondas se abatem nas nossas barcas. Mas não estamos sozinhos. Se levantamos nossos olhos, Ele está diante de nós esperando que o convidemos para tomar a frente de nossas barcas! As ondas fortes são necessárias para nossos barcos, são meios de fortalecer a nossa fé, meios de sentir a presença do Senhor que tudo pode, sim, como dizia Gabriel à Virgem de Nazaré: “nada lhe é impossível”!
Mês vocacional
Nesta semana somos chamados a rezar pela Família! Lembrando nossos pais, aos quais Deus concede a graça da paternidade, do cuidado para com os que lhe são confiados como filhos e filhas. A figura paterna deveria ser esta figura de Deus Pai que ama seus filhos com imenso amor. Prova de seu grande amor de Pai por nós está na Cruz. Ali está o manancial de amor de Pai e Filho e Filho e Pai. Todo pai deveria se espelhar no amor de Deus Pai em todos os sentidos! Se assim fizermos, os filhos sentirão o amor que Jesus veio revelar, pois ele é o “Filho amado, no qual está toda a complacência”.
Pe. José Kentenich é denominado “pai” porque experimentou ser amado por este Pai. Ele teve, na Senhora de Schoenstatt, sua educadora e ela o moldou à imagem do Filho querido do Pai do Céu. Muitos que dele se aproximavam sentiam-se como filhos e filhas. José de Nazaré cuidou de Jesus como um pai, por quê? Porque experimentou como Deus o amava e enchia seu coração de um amor paternal que todos ao olharem para Jesus diziam: “Não é ele o filho do carpinteiro”?
Rogo a Deus Pai por todos os pais vivos, para que cresça e seus corações o amor com que Deus os ama e assim sendo possam ser para os filhos este reflexo de amor. Aos falecidos a recompensa por todo amor que puderam expressar e que agora junto de Deus Pai intercedam pelos filhos que hoje são pais!
Leituras deste domingo:
1ª Leitura – 1Rs 19, 9a.11-13
Salmo – Sl 84
2ª Leitura – Rm 9, 1-5
Evangelho – Mt 14, 22-33