Como podemos celebrar este mês especial, que é sinônimo de Aliança e de Missão?
Karen Bueno – “Há alguns dias veio ao Santuário um senhor de Montevideo/Uruguai com um grande ramo de flores. Perguntei-lhe por que vinha até aqui. Como resposta disse-me que queria selar a Aliança de Amor com a Mãe Três Vezes Admirável. Neste senhor vejo-vos simbolizados e a milhares de pessoas que, no decorrer dos tempos, peregrinarão a este Santuário. Todos trazem os seus ramos de flores, não vêm com as mãos vazias, as suas mãos estão cheias, pois toda a Aliança pressupõe dois contraentes. E cada um dos dois trará algo”.
O Pe. José Kentenich contou essa história quando ele visitava o Uruguai, em 1948. Ainda falando sobre o presente das flores, ele continuou dizendo: “Todos os que estamos aqui deveríamos saber-nos unidos pelo vínculo da Aliança de Amor; quase diria que deveríamos ser nós mesmos ‘o ramo de flores’ para a Mãe de Deus. (…) Para terminar, pensemos uma vez mais no ramo de flores. O ramo espiritual que oferecemos a Maria deveria estar formado por uma confiança grande e invencível, pelo profundo anseio de estar acolhido em Deus, pela disponibilidade para sermos transformados interiormente e pelo sério esforço por sermos defensores das coisas boas e nobres” [1].
Chega a hora de pensar em nossas “flores”
Chegamos ao mês de outubro que, no “dicionário de Schoenstatt”, é sinônimo de Aliança e sinônimo de missão – não é um erro gramatical, é a resposta que a vida traz. Quando inicia outubro, o Horário Espiritual ganha “pontinhos” especiais para aprofundar e celebrar a Aliança de Amor: para ser missionário.
As simbólicas flores, que o Pe. Kentenich fala na história, são todos os presentes de amor conquistados e colocados no Capital de Graças. Nessa reflexão, o Fundador lista três presentes especiais que poderiam ser ofertados à Mãe de Deus: confiança, disponibilidade para deixar-se transformar e sério esforço para defender/viver as coisas boas. Mas, os presentes de outubro podem ir muito além desses três exemplos.
Meu presente para a Mãe de Deus
O Sr. Hilmar Mendes, de Salvador/BA, conta sobre o presente que eles preparam, em família, para este tempo de Aliança: “Neste mês em que comemoramos a fundação do Movimento, através da Aliança de Amor selada em 18 de outubro de 1914, queremos oferecer ao Capital de Graças, como família, o compromisso de rezar o Santo Rosário nos nossos lares diariamente, pela canonização do nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich”.
Para o casal Marilsa Liviero e Cleber Lima, de Londrina/PR, a aspiração deste mês pode estar unida ao tempo que vivemos: “Tendo em vista que nosso Pai e Fundador sempre estava atento aos sinais da Divina Providência e sempre com a ‘mão no pulso do tempo e o ouvido no coração de Deus’, podemos oferecer neste mês e neste tempo de pandemia (onde as pessoas estão mais sensíveis), muitas ofertas ao Capital de Graças olhando nosso próximo integralmente (em suas 4 dimensões) e valorizando nele os traços de Deus que nos são visíveis. Também, nas dificuldades, tentar extrair da situação o que Deus quer dizer ou mostrar e qual virtude Ele quer que eu trabalhe em mim mesmo diante desta situação. Para nós, nossa ascese é a melhor oferta neste período de isolamento”.
Um outubro diferente
Caroline Moraes de Freitas, de Poços de Caldas/MG, recorda que um novo tempo traz novos desafios: “Estamos vivendo tempos difíceis, tempos que exigem de cada um de nós a Esperança e a Confiança em Deus e em nossa Mãe. Diante de pequenas e grandes situações do nosso cotidiano, exercer a filialidade diante de Deus nos permitirá olhar para o nosso pequeno mundo que é a nossa casa, nossos relacionamentos, nosso trabalho, estudos, vida em comunidade, etc., com um olhar de Esperança, certos de que pequenas e grandes vitórias são presenteados por Deus e pela Mãe a cada um de nós também nos tempos difíceis. Podemos perder muitas coisas na vida – e temos visto muitas famílias vivenciando essas perdas neste tempo de pandemia (pessoas, empregos, rendas, saúde e etc) –, mas um filho de Deus, um filho da Aliança, um filho de Schoenstatt, jamais pode perder a sua Esperança e Confiança na Vitória, na bondade, nos cuidados e na Providência Divina”.
Para este outubro tão peculiar, Caroline aponta algumas sugestões de aspiração: “Visto que muitas pessoas têm vivido a fome, o desemprego, enfrentado problemas emocionais e psicológicos nos últimos tempos, atos concretos seriam lindos de entregar para a Mãe neste mês, como ajudar alguém que precisa, doando algum alimento, uma roupa, um medicamento, mas também fazer uma ligação para alguém, passar de carro na porta da casa de um amigo para dar um ‘oi’, convidar um familiar ou amigo para rezar o terço junto via chamada de vídeo, dentre outros… São presentes que podemos oferecer para alguém que tocará o coração da Mãe. Viver a Aliança de Amor sendo luz na vida de todos”.
“O apostolado do ser é o mais importante”
Fazer Cristo presente, seja onde estivermos, é a nossa meta e o presente precioso para este mês de outubro: “Nós, católicos, temos de tornar Cristo presente desta forma perfeita e de a testemunhar mais com a vida do que com as palavras. Por isso, não procuramos como antes puxar os outros para nós, mas temos mais respeito pela totalidade da pessoa. Como será então o apostolado? É como antes dizíamos: o apostolado da plenitude religiosa vivida no plano do ser. Dar testemunho de tudo com o ser, com a vida! […] Eu tenho, portanto, que viver. Transmito a minha vida. Também o posso fazer com a palavra, mas o apostolado do ser é o mais importante” [2].
[1] Pe. Kentenich, Nueva Helvecia, 1948
[2] De: J. Kentenich, Conferência em Roma, 17.11.1965. Livro: Tua Aliança, Nossa Missão – Pe. Peter Wolf