“Amando, me consumo pela glória do Pai”
Luciene Maria Rozin Cremasco Marques de Lima – A presença da mulher na Obra internacional de Schoenstatt tem um profundo paralelo com a presença de Maria na Obra da Redenção, como fiel colaboradora de Cristo. Desde 1920, Schoenstatt conta com milhares de mulheres que doaram suas vidas como consagradas, leigas, mães e esposas à serviço da Obra. São inúmeros testemunhos de mulheres que, seguindo o ideal de Maria, a mulher por excelência, se consumiram como luz nas diversas comunidades da Obra.
Refletindo sobre a Coluna Feminina de Schoenstatt, sobre seu centenário, sobre a geração fundadora, chegamos à Ir. Maria Custódia Lovercio. Uma mulher brasileira, não muito conhecida talvez, mas que, como pequena semente, cresceu junto ao canteiro de nossa Mãe Celestial no Santuário de Schoenstatt. Vamos conhecer mais sobre esta mulher forte e destemida que, identificando-se com os ideais de Schoenstatt, consagrou sua vida na comunidade das Irmãs de Maria e tornou-se uma fiel seguidora de Cristo a serviço da missão.
Quem é ela?
Philomena Lovércio (nome de batismo), nasceu em 14 de novembro de 1925, em Potirendaba/SP, e faleceu no dia 10 de outubro de 1982, em Santa Maria/RS.
Foi a primeira vocação brasileira para o Instituto das Irmãs de Maria. Aos nove anos ela já expressava, à sua família, a vontade de consagrar-se. Nasceu em Potirendaba, porém, quando era muito jovem, sua família estabeleceu-se em Londrina/PR, bem próximo ao Colégio Mãe de Deus, onde estudou e conheceu Schoenstatt. No dia 1 de dezembro de 1943 aconteceu sua vestição e recebeu o nome que escolhera para a vida consagrada: Maria Custódia.
A jovem irmã conheceu o Pe. José Kentenich, vivenciou nele um Pai e com muito entusiasmo levou seu carisma a muitas comunidades de Schoenstatt. Dedicou-se bastante à educação de grupos schoenstattianos, foi mestra de cursos do Instituto das Irmãs de Maria e assessora do 1º Curso da União Feminina do Brasil.
Missionária em Portugal
Em 1975 foi enviada como missionária a Portugal. Seguindo o pedido do Pe. Kentenich, ela se predispôs a enfrentar as dificuldades de um novo início em outras margens. Aceitou essa designação com espírito de sacrifício e profunda consciência de missão, pois amava e trabalhava muito para seu país.
Quando foi construído o Santuário de Aveiro, em Portugal, as pessoas presentes começaram a escolher o que queriam ser ou representar naquele Santuário: uns queriam ser a porta, outros a janela… Ela escolheu ser o altar do sacrifício. Como que numa entrega total, aceita pelo Bom Deus, pouco tempo depois começou a sua enfermidade, cirurgia e cuidados.
Quem foi ela para mim?
Em 1980 Ir. M. Custódia retornou ao Brasil, particularmente a Santa Maria/RS. Neste mesmo ano, foi visitar sua família em Londrina, participou de um almoço festivo, repleto de muita alegria pela sua presença.
Foi quando a conheci melhor, ela me levou pelas instalações do Colégio Mãe de Deus e me apresentou às Irmãs responsáveis pelo Movimento de Schoenstatt em Londrina: Ir. M. Ane Gonçalves e Ir. M. Isabel Machado. No ano seguinte ingressei na Jufem (Juventude Feminina) e Schoenstatt nunca mais saiu de mim e nem eu de Schoenstatt. Hoje estou na Liga de Mães de Curitiba/PR.
Ir. M. Custódia era minha tia avó, irmã da minha avó materna. Em 1982, meses antes de falecer, ela nos escreveu uma carta, na verdade ela ditou essas palavras, pois estava muito debilitada: “Por meio desta carta venho fazer-lhe uma vista especial, para comunicar-lhes que Deus também me visitou especialmente, com uma doença (…) Mas eu aceito isto como vontade de Deus e estou aproveitando esta nova fase de minha vida para me preparar bem para o céu”.
Era realmente um sim para Deus, pois se tratava de uma filha de Schoenstatt muito atuante e cheia de projetos. Mais da sua carta: “Ele está sempre conosco, seja na hora de alegria ou de dor, e queremos ver também este acontecimento como algo que vem do seu amor e espera de nós uma RESPOSTA de amor, um Sim-Pai filial e amoroso”.
Hoje esta é a família da Ir. M. Custódia: irmão, sobrinhos, sobrinhas, sobrinhos netos, sobrinhos bisnetos, sobrinhos tataranetos:
Esta foi uma de nossas reuniões bianuais, quando sempre há uma foto ou uma lembrança desta nossa tia – importante referência para os Lovercio e para as mulheres de Schoenstatt.
O que seu exemplo traz para nós, mulheres de Schoenstatt?
Quanta sabedoria e quanta entrega vemos em sua vida. Ela nos deixa um legado de mulher schoenstattiana que realizou a vontade de Deus. Quando tinha saúde trabalhou convictamente pela Obra e quando adoeceu seguiu trabalhando e apresentando novos caminhos.
Como mulheres de Schoenstatt, neste ano jubilar podemos aprender muito com Ir. M. Custódia. Ela tornou-se um Santuário vivo, a ponto de fazer a oferta de sua vida à serviço da missão. Na vivência com os familiares tinha um olhar muito pessoal e bondoso para cada um. Ir. M. Custódia também representa a coragem de avançar para novas margens, deixar o comodismo e ir além de si mesma. Como ela, cada mulher é convidada a ser o altar sacrifical que faz Cristo presente no mundo, seja na família, no trabalho, na educação dos filhos ou na vida consagrada.
Texto de Luciene Maria Rozin Cremasco Marques de Lima, da Liga de Mães de Schoenstatt, Curitiba/PR
Contribuições da Ir. M. Jacinta Donati, Instituto das Irmãs de Maria de Schoenstatt, Londrina/PR
Luciene, muito obrigada por compartilhar esta linda história!! Quantas mulheres exemplares Schoenstatt nos presenteia. Que possamos seguir a Ir. M. Custódia no amor à missão e fidelidade a nosso Pai e Fundador!!
Que história linda, não é, Lu?
Abraço,