Eu sei em quem pus a minha confiança
Ir. M. Nilza P. da Silva – Selar uma aliança sempre foi algo muito sério na história: é somar eu mais você, partilhar do que somos e acolher em nós o que o outro é, para que nossas vidas enlaçadas sejam fortalecidas e juntos multipliquemos o amor, espalhando o bem e preenchendo os espaços de nossos dias de sentido, da alegria que transborda e, ao partirmos desta terra, deixemos espalhados mensagens e testemunhos de que o doar-se plenifica, multiplica e enlaça a eternidade ao presente, faz com que o amor pleno de Deus se torne sensível já neste chão.
A Aliança tece redes
A história da Aliança é uma rede onde os fios do amor divino se entrelaçam com a história da humanidade, desenha espaços permeados pela liberdade do ser humano e suas decisões certas e erradas e os laços da misericórdia divina que sempre reconstrói.
De Gênesis a Apocalipse, a Sagrada Escritura narra o amor de Deus que incansavelmente vem ao nosso encontro, para atrair nosso amor e conduzir-nos a viver em Aliança com Ele. Hora, Deus fala diretamente com seu povo, hora envia um profeta, mas, é sempre Ele, em sua paternidade, que abre caminhos e abraça a pequenez humana para elevá-la. Até que já não apenas fala, mas, escolhe o Santuário Sagrado e puro do ventre de Maria, e se faz um de nós, a fim de sejamos unidos em seu amor.
O amor sempre vence
Mas, há também o mal que quer interferir na história e desatar o que está unido, espalha mentiras, destaca o bem como se fosse mal, distorce os fatos, enevoa pensamentos com dúvidas sem fundamentos, num barulho de tempestade entristece corações e vai desvinculando, como se isso fosse certo, atira pedras, coloca pesadas cruz aos ombros e leva à morte. No final, está a luz da Ressurreição Pascal: do amor que renasce do nada, que irrompe as duras pedras colocadas sobre a verdade e continua a vincular, a iluminar, a cobrir de misericórdia aquele que o negou e a expandir-se pelo mundo que somos todos filhos, nEle, e que o Pai tem os fios da história nas mãos e a vida só faz sentido se nos aliarmos cada vez mais estreitamente a Ele, até sermos Um.
Dia 18: dia de enlace entre o céu e a terra
Aquele 18 de outubro de 1914 é mais um laço nessa rede de graças: Na pessoa de um simples sacerdote, o Pe. Kentenich, mais uma vez, Deus renova a Aliança de Amor conosco, por meio de Maria, estreita nossa incorporação em Cristo, para que Ele viva em nós a imagem do Homem Novo que trazemos no âmago, pelo batismo. Se dizemos nosso sim, se acreditamos no instrumento que Deus escolheu, nossas vidas se vinculam, tornam-se graças fecundas a jorrar abundantemente do Santuário, que se multiplica, lava a terra como chuva silenciosa e faz florescer um Paraíso de pureza que atrai, de amor filial que ilumina olhares e abre corações para o céu.
Eu escolho a Aliança
Neste dia da Aliança, como sempre, há o convite para o enlace, a liberdade para decidir em meio a tempestades e ventos fortes. Seguimos o mesmo caminho que Deus trilhou, acreditamos naquele que Ele escolheu e vamos de novo, naquele mesmo espírito de origem: ajoelhamo-nos na Capelinha, no Santuário Coração de nossa querida Mãe, como filhos em Cristo, e repetimos com São Paulo: “Estou sofrendo assim. Mas, não me queixo, não. Sei em quem pus minha confiança” (II Tim 1,12)
Renovo firmemente a Aliança de Amor. Há ainda o que não entendo, mas, sei que meu coração não se engana e pertence à uma Rainha e Vencedora. Não são grandes discursos que renovam o mundo, são ações concretas de amor, movidas pela verdade que liberta, só ela cria laços, só ela constrói pontes e tece redes.
Excelente reflexão, Ir. M. Nilza. Amor por amor, fidelidade por fidelidade!!
Parabéns pela belíssima reflexão.