À luz da missão do Santuário de Schoenstatt, o Advento possui para nós um significado todo especial.
No ofício das Matinas do “Rumo ao Céu” rezamos:
“Teu Santuário é nossa Nazaré oculta em tempos lúgubres, sem fé!”
Assim, como Deus escolheu a pequena cidade de Nazaré no tempo do povo de Israel, e deste lugar deveria partir a salvação do mundo, do mesmo modo, em nosso tempo, Deus escolheu o insignificante lugar, o pequeno Santuário de Schoenstatt, a partir do qual Ele quer renovar a humanidade de hoje.
Nosso pequeno Santuário é o Nazaré para o tempo atual.
Aqui a Mãe de Deus quer colocar nos corações de seus filhos, sua grande saudade salvadora, para que se faça novamente Natal neste mundo.
Schoenstatt, nosso pequeno Santuário, é o lugar onde, como representantes de toda a humanidade que se encontra numa assustadora fuga de Deus, imploramos incansavelmente neste tempo de Advento: “Ó vem, ó vem, Emanuel!”
Pe. Kentenich, interpretando a leitura do 1º Domingo do Advento, em 1929, disse:
“Nós que somos um Movimento Apostólico e cremos em nossa missão, estamos convictos de que o bom Deus enviou nosso Movimento, para que Jesus nasça novamente no mundo de hoje e para o mundo de hoje. deveríamos intensificar mais nosso afeto de saudade: ‘Ó vem, ó vem Emanuel, liberta o pobre povo de Israel’
Liberta nossos filhos! liberta nossos homens, mulheres e jovens!
Sim, liberta-os todos pelo teu nascimento! Por isso, não só dialogar uns com os outros, mas devemos também aprender a falar com Deus.
Neste tempo, não devemos entrar no Santuário como em outros tempos, não! No Santuário, a Mãe de Deus, com o Filho, se apresenta a nós, nestes dias, com forma, aspecto e colorido diferente.
Cremos e queremos nestes dias, fortalecer novamente a fé de que, a partir de Schoenstatt, se realiza uma grande parte da história mundial, que à sombra do Santuário será influenciada essencialmente e por muito tempo. Acreditamos nisto? Se assim for, então a querida Mãe de Deus nos mostrará a nossa tarefa no Advento. Então saberemos o que devemos fazer e como devemos fazer.
Vejam, portanto, que tom deverá ter nossa vida interior, qual a atitude de nossa alma.
‘Ó vinde enfim, Filho de Deus…’
Sim, com esta intimidade, com este ardor, os afetos deverão surgir do nosso coração, assim como surgiram do coração da Mãe de Deus. Este deveria ser nosso ideal nestas semanas. Devemos fazer vibrar em nosso coração os afetos da querida Mãe de Deus. Tudo o que ela sentiu, pensou e almejou, deverá ser, nestes dias, o conteúdo de nosso querer, pensar, sentir e aspirar.
Será que não brotará do nosso coração e da nossa boca o canto ‘Ó vinde, enfim, Eterno Deus!’ com mais ardor, com maior intimidade?
‘Ó vinde enfim, Emanuel, liberta o teu povo de Israel! Ó Jesus vem e preenche-nos de tua graça, vem renascer em nossos corações, renasce no mundo inteiro!’
A liturgia nos apresenta uma palavra séria na primeira oração. Esta nos poderá indicar o rumo para todo o tempo de Advento: ‘Todos os que em ti esperam, não perecerão.’
A liturgia diz: ‘Todos os que confiam!’ Esta é uma grande lei da condução divina. Portanto, todos os que te esperam confiantemente e os que têm saudade do teu nascimento no mundo de hoje, todos estes não perecerão!
O que a Igreja, o que a eterna Sabedoria, o Espírito de Deus nos querem dizer com isso? Se nós, assim como os justos do Antigo Testamento, nos deixarmos inflamar, nestes dias, pelo Espírito Santo, com afetos de saudade, então também poderemos esperar que o Espírito de Deus nos conceda frutos semelhantes aos dos justos da antiga aliança. Os que deixaram desabrochar em seus próprios corações esta saudade, não perecerão. Eles serão amados e privilegiados por Deus de modo especial.
Se, nestes dias, quisermos viver especialmente como filhos de Deus, devemos tornar presente a lei condutora da liturgia: ‘os que esperam tua vinda, não perecerão!’
Não acham que poderíamos facilmente incluir estes pensamentos no conteúdo do Capital de Graças? O Capital de Graças é uma expressão concreta dos nossos afetos de saudade.
Nós não fomos chamados a fazer a história mundial no âmbito grande da publicidade. Fazemos história mundial, assim como fez a Mãe de Deus. E assim como ela concebeu a salvação do mundo e a apresentou ao mundo, de forma semelhante, sim, se for possível da mesma forma, também nós devemos fazê-lo durante a nossa vida, e principalmente no advento”
______________________________________
Texto extraído do livro Vem Senhor Jesus – Reflexões e Orações para o tempo do Advento
Fonte: maeperegrina