Que o tempo do Natal fortaleça nossa vida
Juliana Gelatti Lovato – O Pe. Carlos Shimura continua sua catequese, preparando-nos para este Natal. Veja abaixo mais sugestões e motivações que ele nos traz:
Se você prefere ouvir a reflexão, clique abaixo:
Para que serve o Advento? “O tempo do Advento serve para que nos preparemos para este momento tão importante do nascimento de Jesus, que quer renascer na nossa vida, feito criança, para que assim possamos aprender também a sermos mais humildes de coração, em nossa forma de ser, agir, pensar, de modo mais ordenado e orgânico.
Mas, o que seria essa preparação? Talvez o reconhecimento dos enfeites que faltaram durante o ano que passou, o enfeite do perdão, da simplicidade, da humildade, da alegria, todos aqueles momentos que tivemos durante o ano, momentos bons e outros não tão bons. E neste tempo em que estamos a viver esta pandemia, mais ainda, porque ele nos tem dado muitas coisas que não foram tão agradáveis: amigos e amigas que se foram pela doença, outros por outras causas, mas são circunstâncias pelas quais também devemos aprender a preparar o nosso coração para a vinda do Senhor. Respeitando este tempo, liturgicamente falando, para que a cada vela que acendemos, estejamos atentos, vigilantes, para que tudo isso possa realmente transformar a nossa vida para que, quando for o dia do Natal, saibamos receber Cristo na nossa vida, no nosso coração.
Podemos aprender a jejuar melhor no Advento. Ao jejum, dar um caráter de alegria, não o da penitência prévia à Páscoa, mas esperar o aniversário de Jesus para celebrar bem a ceia de Natal. Não é apenas um sacrifício que tem um valor espiritual, mas um sacrifício que nos ajuda na expectativa para o Natal. Podemos também aproveitar este tempo da nossa vida para levantar mais cedo. Não é fácil, mas é um pouco mais de tempo que cada um pode dar para começar bem o seu dia com Deus, com uma oração pessoal, uma boa oração da manhã, uma breve leitura bíblica, a reza do rosário, e também aproveitar este momento para estarmos mais disponíveis para Deus e a Mãe de Deus.
Aprender a dar presentes de coração. Todos os dias podemos dar um pequeno presente: uma carta, uma imagem. Aprender a ter um tempo de silêncio durante o dia, no trabalho, na escola – tanto as crianças, como os jovens, os adultos – das atividades que temos, aprender a silenciar, para que o nosso coração possa estar preparado para a chegada do Menino Deus. Ter um momento de visitar Jesus no sacrário. Aproveitar nosso Santuário Lar. O Natal é sempre uma celebração do pão vivo que desceu do céu para ser nosso alimento. Belém significa casa do pão.
Como na Quaresma, a melhor forma de preparar nosso coração é pela confissão. Como sabemos, Jesus nasceu num estábulo, na pobreza, na simplicidade, longe do barulho da cidade grande, entretanto, São José, certamente, teve que remover as teias de aranha e a sujeira ao redor, enquanto Maria arrumava a roupa de cama limpa para preparar o lugar para o nascimento de Cristo. Acima de tudo, tinham um coração cheio de amor puro. Então, sem a confissão não há um bom Natal. A palha velha, o podre, devem ser varridos do nosso coração. Tirar o pó, talvez, seja o suficiente, para que Jesus possa encontrar uma morada onde possa repousar.
Também podemos rezar pelas mães e futuras mães que esperam os seus filhos, para que tenham a coragem de assumir sua missão de ser mãe. E também por aquelas que não puderam ter seus filhos, que possam, juntamente com Nossa Senhora, sentir a presença de Jesus curando as dores que cada uma sofreu.
Também temos as tradições natalinas em todo o mundo, e também no Brasil. Somos na maioria católicos, mas sabemos que se não prepararmos bem o tempo do Advento, o Natal se torna apenas uma festa em que se trocam presentes. É bom ter um momento de festividade: trocar presentes, a ceia natalina, mas com a consciência de estarmos preparados para receber Jesus. Enfeitar a árvore – às vezes é cômico colocar neve – as bolinhas, luzes, para ilustrar o presépio, a presença de Cristo. Que tudo isso não seja apenas algo decorativo, mas que tenha o sentido da presença de Cristo nesta casa. Queremos que essas tradições sejam valores reais, que nos mantenham em contato vital com Cristo na nossa realidade.
Podemos fazer com que esse tempo do Natal fortaleça nossa vida, especialmente a família, estar sempre unidos, para que juntos possamos rezar, na noite de Natal, para que essa pandemia termine. Queremos aprender a viver junto com José, com Maria e o menino Jesus, na manjedoura do nosso coração. Assim vamos ter a certeza de que juntos, em família, nossa vivência se torna mais plena e realizada”.