São José nos espera: Como os Reis Magos, vamos a Belém com presentes nas mãos
Ir. M. Nilza P. da Silva – Estamos em Belém! Após acompanharmos José e Maria de Nazaré até o nascimento de Jesus, na pobre gruta, vivenciamos o canto dos anjos, na escuridão da noite, e os pastores que chegaram contando as maravilhas do que os anjos lhes haviam anunciado.
José e Maria ainda assimilam interiormente os fortes acontecimentos dos últimos dias. Enquanto Maria cuida da pequena criança, Deus feito homem, José, como bom esposo e pai, tenta fazer o melhor para sua família. Já conseguiu um lugar melhor, estão numa casa, como veremos adiante, na narração da chegada dos magos.
Certamente, repetidas vezes, ressoa no ouvido de José o que lhe disse o anjo “Não tenhas medo” e isso o faz crer que Deus proverá os melhores meios para ele cuidar de Jesus e Maria. Ele pensa no lar que deixara em Nazaré e faz planos para retornar o quanto antes, então, continuará a trabalhar e terá muitas alegrias com sua família.
José é caminho seguro para o encontro com Deus!
Mas, eis mais um inesperado, o local em que está é iluminado por uma estrela e ele tem diante de si os “magos (que) vieram do Oriente a Jerusalém” (Mt 2, 1) para adorar o menino. José se surpreende, Magos são os sábios que estudam os astros e interpretam os sinais de Deus na história, são pessoas que possuem muitos bens e aqui estão, conduzidos por uma estrela.
Sim, podemos crer que é José que os recebe, fora da casa, e se certifica de quem se trata, ouve seus relatos e os conduz para dentro, para Maria e Jesus, pois Mateus assim narra: “Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram.” (Mt 2,11) Ele conduz também a nós, se nos dirigimos a ele em preces.
José acredita no bem que há nas pessoas
É interessante o silêncio das narrações bíblicas sobre José, pai adotivo do Menino Jesus. Mas, ao mesmo tempo, isso o torna tão grande e credível, pois ele é apresentado pelas suas ações, que dizem muito mais do que palavras.
José confia nas pessoas, ele acreditou na bondade de coração dos magos e os leva para dentro de casa, onde encontram Maria e Jesus. Diz o Papa Francisco que José “soube descentralizar-se, colocar Maria e Jesus no centro da sua vida.” [1]
Nesse tempo de tantos medos e inseguranças, vamos para José, apresentemos para ele quem somos, de onde viemos, o que desejamos. Ele acredita em nós, confia na boa intenção de nosso coração e nos aproxima de Maria e de Jesus.
Colocaram seus bens sob os cuidados de José
Hoje, quando invocamos a São José, em nossas necessidades, repetimos o que fizeram esses homens sábios, os magos do Oriente, pois eles são os primeiros a confiarem seus bens a esse patrono da família: Tendo sido conduzidos por José, ao Menino Jesus, “abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11).
Pelas mãos dos magos é a Divina Providência que estende sua benevolência sobre José, o bondoso pai da criança divina, que se sacrificou tanto até agora. Mas, como continua o Papa Francisco, “a felicidade de José não se situa na lógica do sacrifício de si mesmo, mas na lógica do dom de si mesmo.” [2] Quando doamos do melhor que somos, também estamos abertos para acolher o melhor que há nos outros.
Retorna-se ao dia a dia
Segundo o texto de São Mateus, “depois deles (os Magos) partirem, eis que um anjo do Senhor apareceu, em sonho, a José e disse-lhe: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito e fica lá até eu te avisar, porque Herodes vai procurar o menino para o matar’.” (Mt 2, 13).
Assim é também conosco, amanhã é segunda-feira, termina o tempo de festas e começa a lida diária. Mas, vamos acompanhados pela confiança de e em São José.
Rezamos com o Papa Pio XII:
“Permanecei conosco, ó São José, nos nossos momentos de prosperidade, quando tudo nos convida a gozar honestamente dos frutos de nossas fadigas; mas, sobretudo, permanecei conosco e sustentai-nos nas horas de tristeza quando parece que o céu quer fechar-se sobre nós e até os instrumentos de trabalho vão escapar de nossas mãos” [3]
Referências:
[1] Papa Francisco, Patris Corde, 7
[2] Papa Francisco, Patris Corde, 7
[3] Papa Pio XII, AAS 50 (1958), p. 335-336.