Será que João Pozzobon era parecido com São José?
Ir. M. Rosequiel Favero – Chegamos a mais um ‘dia 10’, que – dentro do Ano João Pozzobon – é um momento de parada e reflexão sobre este nosso Irmão na Aliança de Amor, já dentro de 2021 e em pleno ano consagrado a São José, patrono da Igreja.
O que encontramos de semelhante entre São José e João Pozzobon?
Para a proclamação do Ano de São José, nosso querido Papa Francisco promulgou a Carta Apostólica ‘Patris Corde’ (em latim: ‘Coração de Pai’). Nela, ele apresenta São José como aquele que amou Jesus com um “coração de Pai”.
João Luiz Pozzobon tinha plena consciência da sua vocação de pai e não renunciava a ela. Embora seu apostolado tenha sido grandioso, ele mesmo afirmava que “não adianta mover o mundo inteiro se descuidar da própria família”. Seus filhos eram seus tesouros, presentes que Deus lhe havia presenteado. Seu filho mais novo, Humberto Pozzobon, testemunhou diversas vezes que João Pozzobon era um pai amoroso, que se importava com os filhos.
São José era obediente aos planos de Deus. Na sua carta, o Papa descreve como Deus lhe revelava seus planos através de sonhos. José ouvia a voz de Deus e a seguia imediatamente.
João Pozzobon era também alguém muito atento às inspirações de Deus: aos seus mandamentos, às orientações da Igreja, à escuta atenta da Palavra de Deus. Com uma visão muito deficiente, deu um acento à ‘escuta’, que fez dele um homem sábio. Ele mesmo testemunha: “Eu tinha os símbolos, porque nunca pude ler nem a Bíblia, nem outro livro qualquer. Eu só podia escrever, porque há muitos anos quase não enxergo. Não pude ler nem a Bíblia, nem a vida do Padre Kentenich, nem a história de Schoenstatt. Só posso ouvir. Então aprendi uma coisa bonita que, este ano, é meu lema: ‘Quem escuta, nunca envelhece, está sempre pronto a servir’. Eu sempre procurei escutar”.
São José era um homem trabalhador, que sustentou a Sagrada Família com o suor do seu rosto. João Pozzobon foi educado numa família de imigrantes italianos, em que o trabalho é muito valorizado. Aprendeu, desde criança, a trabalhar com honestidade e afinco. Primeiro na agricultura, depois na administração de um hotel e, finalmente, de um armazém de secos e molhados. Seus filhos testemunham que ele era muito exato e honesto. Na época não haviam os pacotes fracionados em quilos, como estamos acostumados hoje. Era preciso pesar cada quilo de arroz, açúcar, feijão. Seu filho Humberto conta: “Nosso pai dizia nem menos e nem mais. Devíamos ser honestos e fazer os pacotes com o peso correto”.
A São José foi confiado uma grande preciosidade: cuidar de Maria e Jesus. João Pozzobon também aceitou esta tarefa, ao receber a Mãe Peregrina sob seus cuidados. Durante toda a vida, Pozzobon foi guardião da Mãe e do Filho, inclusive dormindo no chão algumas noites, em vigília, diante deles – lembrando a José, que dormiu no chão do estábulo.
Tanto José, como João, colocaram-se em segundo plano, para que a atenção estivesse sempre sobre o essencial: a virgem com o filho nos braços. Diz o Papa Francisco que José “soube descentralizar-se, colocar Maria e Jesus no centro da sua vida.” (Patris Corde, 7). Era também João Pozzobon aquele que sempre falava indicando Maria: “Ela fez isso, Ela fez aquilo…”, cada dia uma história sobre o que a “Mãe fez” – pois ele “nada fazia”, costumava dizer, era apenas seu burrinho.
Para fugir dos perigos da época, José “tomou consigo o Menino e a Mãe”, como Anjo do Senhor pediu, e fugiu para o Egito. Pozzobon não precisou fugir, mas também enfrentou desafios e esteve sempre ao lado dos dois, de Maria e de Jesus, sem temer os poderosos, pois cumpria os planos de Deus.
José e João, roguem por nós!
Crendo que esses dois modelos de pai, de esposo e de missionário estão juntos no céu, pedimos sua intercessão para o ano que começa. Que eles intercedam pelas famílias, pela Campanha da Mãe Peregrina, pelo Movimento de Schoenstatt, pela Igreja e por toda a humanidade.
Em nossos dias, ser José em atenção à Virgem Maria, é tão honroso quanto foi a João Pozzobon.
Rainha nossa à vós nós consagramos, e a São José, a gratidão da perseverança.
Roguem por nós ao Pai.