Que esta fase de restrições seja a passagem de Jesus a nos purificar!
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – Caminhamos para a terceira semana deste tempo de conversão, para celebrar na alegria a Páscoa do Senhor! Vimos no primeiro domingo que as tentações serão vencidas mediante a condução do espírito de Deus em nossas vidas, no alimento da Palavra que sai da boca de Deus e a alegria corajosa do anúncio do reino que já está entre nós. No segundo domingo éramos convidados a subir na Montanha Sagrada e ali ouvir o Pai que nos dizia para escutar seu Filho Amado; somente na sua escuta seremos transfigurados e, a partir do Cristo Tabor, poderemos transfigurar o mundo, hoje desfigurado por esta pandemia e suas nefastas consequências.
Nesta terceira semana, Jesus está no Templo e ali expulsa os que fazem da casa de oração, morada de Deus, um lugar de comércio. É um rito de purificação do Templo de pedra, mas a partir dele um rito de purificação de nosso corpo, que é Templo de Deus. O sacramento do Batismo é este rito de purificação: do homem velho para o homem novo! Jesus quer nos purificar de tudo que vem a fazer de nosso corpo, morada da Trindade, um objeto de uso, exploração, desvalorização do ser humano como imagem de Deus, que leva ao desrespeito pela dignidade da pessoa humana em seus direitos e deveres; Jesus vem para nos purificar e devolver o paraíso no qual somos feitos e para o qual fomos destinados.
O gesto de Jesus no Templo é um convite à conversão, um deixar Jesus expulsar de nós tudo de ruim – às vezes com a força do chicote, mas este sempre com amor – numa correção amorosa para nosso crescimento nas coisas de Deus. É um convite a pensar: Quais são nossos “templos”? Muitas vezes corremos o risco de tornar certos lugares turísticos, centros lucrativos e tantos outros espaços como “templos sagrados”, desviando do essencial: os lugares físicos consagrados a Deus, à Maria e aos santos; são lugares de encontro com Deus e de profunda experiência de fé.
Precisamos de estruturas de acolhimento, lazer e bem-estar, isso é necessário, mas elas não podem tomar o lugar daquilo que é santo: locais que o são pela força de uma aparição, uma imagem ou quadro milagroso ou um impulso de Deus, como fora no coração de nosso Pai e Fundador ao convidar a Mãe de Deus para morar na antiga capelinha de Schoenstatt!
Aproveitemos as dificuldade do dia a dia para nossa purificação pessoal. Não vamos ficar a murmurar, reclamar ou procurar culpados, ou deixar-nos levar pelas preocupações econômicas. Mas, deixemos que nossas dificuldades sejam para nós a passagem de Jesus a nos purificar!
Leituras deste domingo
1ª Leitura – Ex 20, 1-17
Salmo – Sl 18
2ª Leitura – 1Cor 1, 22-25
Evangelho – Jo 2, 13-25