Teu ser e tua vida transformam o mundo
Ana Paula Paiva – Santa Tereza Benedita da Cruz, ou Edith Stein, foi a primeira mulher a conseguir seu título de doutora em Filosofia, na Alemanha. Uma grande mulher, e uma grande santa, que analisa a essência feminina a partir do tomismo e da fenomenologia, mesma linha filosófica e teológica de São João Paulo II, aliás.
No contexto da análise teológica da missão da mulher, disse: “Se Maria é o protótipo da genuína feminilidade, a imitação de Maria deve ser o fim da formação da jovem”.
E o que ela quis dizer com isso?
Quis dizer que, em meio ao turbilhão de acontecimentos e a um amontoado de estruturas e pensamentos revolucionários, devemos voltar nosso olhar à Maria, como Rainha de todas as virtudes e a Grande mulher revestida de sol. A Ela devemos nos dirigir para compreender, verdadeiramente, a essência feminina, e à Ela podemos entregar nosso coração para garantir que sejamos expressões concretas da filiação divina e da vivência de nossa vocação.
Especialmente na obra “A mulher segundo a natureza e a Graça”, Santa Tereza Benedita da Cruz aborda a mulher de maneira integral – sendo corpo, alma e espírito; ao passo que também a caracteriza em sua relação entre finitude e eternidade, passando pela missão dada por Deus à mulher e seu grande referencial, que é Maria Santíssima.
Para nosso Fundador, a mulher é a portadora de um grande ideal. Para José Kentenich: “Tudo o que se pensa e se pode imaginar da grandeza e da beleza da mulher, no aquém e no além, de beleza celestial, tudo, tudo, o eterno Deus colocou na imagem da bendita entre as mulheres”.
Tudo o que é belo, louvável, nobre e digno, pode ser encontrado na essência feminina. Não porque falta ao homem – no sentido conflituoso de separação que engessa a unidade criadora de Deus, mas exatamente porque o complementa. Somos convidadas a buscar as virtudes que trazemos, potencialmente, em nosso ser. Somos convidadas, mais ainda, a nos santificar a partir do que somos, a fazer nosso agir um reflexo do nosso ser, a agir como pensamos, para não correr o risco de pensar como agimos (São Tomás de Aquino).
Nossa natureza feminina pressupõe, necessariamente, a graça de Deus, e podemos harmonizar essa Graça com nossa natureza humana, como lembra nosso Fundador. Hoje e sempre, somos incitadas a ter em Maria o verdadeiro modelo de feminilidade e a enaltecer nossa grandeza presente, especialmente, em nossa alma, que como diz Kentenich, é reflexo do eterno e do amor de Deus.