Sexta-feira Santa da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – “Quando eu for levantado atrairei todos a mim”: isto diz Jesus e é relatado pelo evangelista São João. Na celebração de hoje concretiza-se essa profecia de Jesus em todo o mundo! Atrairei todos a mim!
Por que é que a imagem do Crucificado já não nos atrai mais? E como devemos ser curados disso?
Primeiro: o andar da carruagem do mundo foi nos distanciando de uma ascese contemplativa do Crucificado. Fomos nos deixando levar por um mundo com ausência de sofrimento, uma constante avalanche de um “bem-estar” material e econômico que supre a cruz. Quase nunca encontramos imagens de Jesus Crucificado nos lugares públicos, em nossas casas, escolas e até mesmo as igrejas tentam substituí-lo por imagens que não nos façam lembrar do Calvário. Até de nossas Mesas Eucarísticas o retiraram… O Papa Bento XVI já nos falava da importância de tê-lo sobre a Mesa do Altar para nos lembrar de seu grande sacrifício de amor.
Segundo: nossos olhos foram deseducados a parar diante da Cruz e contemplá-la. Se estamos diante dela, estamos preocupados com compromissos ou ligados nas mensagens que nos chegam ao celular. Não conjugamos a dor que estamos a passar com a dor do Corpo sofrido e dilacerado na cruz; aí não entendemos a dimensão do sofrimento e fugimos em busca de um alívio rápido…. Drogas, álcool, vícios etc. não nos esvaziamos de nós mesmos, não silenciamos nosso interior. Temos dificuldades de, como Maria, estar em pé diante do mistério de um Deus que se fez homem e na Cruz morre por mim.
Terceiro: as ofertas do mundo nos atraem tanto que olhar o Crucificado nos remete à passagem de Isaías: seu aspecto era de um verme… os que o viam balançavam a cabeça e desviavam o olhar… O mundo nos tirou a piedade, o envolvimento com aquele que se deu a nós por puro amor e de livre vontade.
Então, que nesta Sexta-feira Santa, acompanhemos esta cerimônia rica de leituras e gestos. Coloque em destaque o Crucifixo que tiver em casa. Deixe-se atrair por ele. Aos pés de sua cruz temos uma Mãe que reeducará nosso olhar para aquele que tem a salvação. Não é mais a serpente do deserto levantada por Moisés para curar os que foram picados pelas serpentes – curava apenas do veneno; mas agora é Jesus levantado na Cruz que não só cura dos males físicos, mas do mal maior: o pecado!
Nossos Santuários de Schoenstatt serão nossos “pequenos calvários” onde a Mãe nos atrairá aos pés da Cruz de seu Divino Filho. Com ela, vamos depois descer o calvário na espera dos frutos da ressurreição!