Como ele viveu nosso ideal nacional?
Ir. M. Rosequiel Fávero – Neste mês de abril, a Família de Schoenstatt do Brasil inicia o ano preparatório ao jubileu de 75 anos da proclamação do “Tabor” como o ideal e missão do Movimento de Schoenstatt em nosso país.
João Luiz Pozzobon foi um membro ativo do Movimento de Schoenstatt e, como tal, vivenciou o processo de reconhecimento do ideal Tabor, nos anos que antecederam à celebração dos 100 anos de nascimento do Fundador, Pe. José Kentenich, em 1985. A definição do ideal Tabor foi o presente que a Família de Schoenstatt brasileira ofereceu para esta grande festa.
Deus chamou João Pozzobon para junto de si no ano do centenário de nascimento do Pe. Kentenich, em 27 de junho de 1985. Ele já tinha até a passagem para viajar a Schoenstatt e Roma em setembro daquele ano, para a grande celebração internacional. Ele vivia intensamente o espírito destas celebrações, por isso não se estranha que tenha desejado, para sua missa de corpo presente, que fosse utilizada a liturgia da festa de Transfiguração do Senhor (celebrada em 6 de agosto).
Que relação podemos fazer entre a atuação de João Pozzobon e o acontecimento da transfiguração de Jesus no Monte Tabor?
A experiência vivida pelos três apóstolos: Pedro, Tiago e João, que acompanharam Jesus ao Monte Tabor, foi única! O evangelho testemunha que o rosto e as vestes de Jesus brilhavam e que era tudo tão lindo que Pedro exclamou: “Senhor, é bom estarmos aqui!” (Mt, 17,4)
João Pozzobon viveu esta experiência no Santuário Tabor, no “colo” da Mãe e Rainha, para onde peregrinava diariamente, seja de forma física, seja de forma espiritual. E, a partir do Santuário, levou esta experiência para todos os lugares por onde andava. Ele mesmo afirmou: “Mãe e Rainha Três Vezes Admirável, sempre quero estar vinculado ao teu Santuário… Para mim, tudo é um Santuário, seja rezando, seja trabalhando, seja viajando, enfim, tudo” (Herói Hoje não amanhã, p. 54).
Os apóstolos precisaram subir um monte, com Jesus. E João Pozzobon “subia o monte” no caminho ao Santuário. Diariamente, caminhava cerca de um quilômetro até o Santuário. Tinha um “rito” para a chegada: subia as escadarias e, diante do Santuário, se ajoelhava e beijava o chão, pois esta era uma “terra sagrada”. Ali, de joelhos, entregava para a Mãe e Rainha suas contribuições para o Capital de Graças das últimas 24 horas. Como ele mesmo se expressava, entregando tudo para ela, se abria para as graças que a Mãe lhe daria neste dia.
Muitas vezes, os teólogos relacionam a experiência dos apóstolos no Tabor com a de Moisés, quando “conversava” com Deus. A Sagrada Escritura narra que esta experiência fazia com que o rosto de Moisés resplandecesse de luz, assim que, para esconder este fenômeno, ele usava um véu (cf Ex 34, 35). João Pozzobon não tinha um rosto “brilhante”, mas emanava dele algo especial. Muito embora nem soubesse falar com eloquência e formalidade, todos o escutavam: professores e alunos, pobres e ricos, adultos, jovens e crianças, acadêmicos e iletrados. Assim, os que hoje estudam sua vida se perguntam: o que tinha este homem tão simples, quase analfabeto, para cativar as pessoas desta forma?
Os apóstolos, embora quisessem ter “montado tendas” no Tabor, precisaram descer o monte com Jesus e enfrentar o caminho até o Calvário. João Pozzobon “subia o Tabor” todos os dias, peregrinando ao Santuário. Também “descia o monte”, para levar a Mãe e Rainha a muitas pessoas.
Podemos afirmar que, com a Mãe Peregrina nos ombros, João Pozzobon se tornou um “missionário do Tabor”, ajudando para que – com a presença de Jesus e Maria – muitas pessoas também pudessem fazer a experiência dos apóstolos no Monte Tabor. A mesma missão que têm os milhares de missionários e missionárias da Mãe Peregrina hoje, que cooperam para que em cada casa onde sua imagem peregrina entra, todos possam exclamar: “Mãe, como é bom estarmos aqui, contigo e com teu Filho Jesus”!