Como um psicólogo vive e o que sugere que consideremos para viver o ideal Tabor
Luiz Henrique Furlaneti – Quando tive uma vida mais ativa em Schoenstatt, passei por vários processos pessoais, profissionais e até mesmo como um schoenstattiano, pelos quais vivi intensamente muitas experiências dentro do Movimento – e olha que foram bons anos, desde os Pioneiros até o Jumas (Juventude Masculina de Schoenstatt). Depois que me desliguei do Jumas, sempre estive ativo como um colaborador, palestrante ou simplesmente ajudando o Santuário de Cornélio Procópio/PR com minhas ações e, assim, até hoje me mantenho vinculado fortemente a Deus e a Mãe – claro que isso também se deve por conta das minhas orações.
Desde que fui convidado a escrever este texto, me dei conta mais uma vez do meu vínculo com Deus e Maria. A surpresa e a alegria por estar aqui escrevendo me fizeram aprofundar-me acerca do Ideal Tabor, isso me ajudou a relembrar desta palavra e seus significados tão fortes. Além disso, tive a grata sensação de que vivo o Tabor no meu dia a dia, de várias maneiras, mesmo não participando ativamente do Movimento. Para que você possa entender melhor o que quero trazer neste texto, não posso deixar de falar da minha profissão e de alguns aspectos que sempre quis buscar em minha vida.
Descobrindo o caminho de vida
Desde os intensos anos de Jumas, sempre gostei de conversas, escutas, falas, posicionamentos, conselhos e ações que me levassem a ser uma pessoa melhor. Por meio de várias conversas com minha família, professores, orientador espiritual, conclui que não só gostava, mas que devia ajudar pessoas de uma maneira geral, foi aí que comecei a pesquisar onde me encaixava no mundo profissional, desta forma tive a alegria de encontrar a Psicologia e seu vasto mundo de informações, abordagens, teorias, um universo muito amplo e subjetivo, porém cheio de possibilidades que me ajudassem a ser alguém melhor e ajudar os outros a fazerem o mesmo.
A Psicologia muitas vezes me foi confrontada com a Pedagogia de Schoenstatt e tudo o que já tinha aprendido no Movimento, porém, sempre usei o Movimento de espelho para pensar como eu gostaria de ser um psicólogo que levasse o Tabor e, como todo psicólogo, mantendo o sigilo de suas opiniões. Desejava que esse Tabor fosse transmitido sem se falar sobre ele, simplesmente vivendo-o, ouvindo feedbacks de amigos, colegas de trabalho, pacientes, entre outras pessoas me reafirmando que é possível ser psicólogo e viver o Ideal Tabor entre tantas outras coisas que o Movimento, Deus e Maria me ensinaram e me ensinam até hoje.
Estar em missão
E quando penso em tudo que escrevo, afirmo mais uma vez que a Psicologia e Schoenstatt/Tabor andam lado a lado. Isso pelo simples fato de nada ser maior ou menor em minha vida, mas sim de terem seus valores e espaços dentro de mim, de poder olhar para cada aspecto da minha vida e ver uma verdade, mas não qualquer verdade e, sim, a minha verdade. Falo isso não em caráter egoísta, porém entendendo que quando me encontro como pessoa, posso ser eu, seja no consultório, seja com minha esposa, com meus amigos, com meus familiares, no Movimento, nas missas, independente de lugares e de pessoas, da mesma forma que Jesus na Transfiguração mostrou aos discípulos o seu verdadeiro rosto.
Schoenstatt me ensinou muito a ser um homem novo, livre, independente, forte, mas, também, educado, pensante, respeitoso a tudo e a todos à minha volta. Sendo assim, creio que a Psicologia veio para continuar meu trabalho como pessoa e profissional; digo isso pois, quando estou atendendo em meu consultório, me dou conta que posso ser verdadeiramente eu naquela sala. Poder observar e ouvir histórias de vida, saber respeitar cada aspecto da pessoa, me ajuda a lembrar que também devo me respeitar e que nesses momentos me encontro novamente. E mais uma vez consigo ser verdadeiro, em outras palavras, acredito que até consiga levar a imagem de Cristo e de Maria aos meus pacientes, sem ao menos citar Jesus e sua Mãe.
Autoconhecimento é fundamental
E cá estou eu novamente me dando conta de mais um aspecto quando escrevo tudo isso: em Schoenstatt sempre ouvi o nome do Pe. Kentenich; na Psicologia, sempre ouvi o nome de Carl Rogers. Ao parar para pensar, constato que eles também tinham essa verdade dentro deles, ou seja, de pessoas que sabiam o que queriam, porém respeitavam a cada um e a cada momento a sua volta, ao ensinar e aprender ao mesmo tempo. Jamais me comparo a eles, mas digo que talvez o “caminho certo” seja esse, nos encontrarmos como pessoas, entender quem somos nós e o que queremos levar aos outros, não só em aspectos físicos como também em sentimentos, sermos convictos de nossas experiências e crenças. É fato que nesse tempo de pandemia, o que mais tenho visto são pessoas adoecendo por não saberem quem são, por não confiarem nelas mesmas e, assim (como ouvi muito na minha época de Jumas), simplesmente ser mais um, ser massificado, ou até mesmo ser morno.
Tenho pensado como a pandemia tem feito, querendo ou não, estarmos mais íntimos de nós mesmos. Isso pode soar como algo ruim, porém, pode ser um tempo para você! Por isso, olhe-se, pergunte-se, busque saber quem é você, se pergunte do que gosta ou não, seja verdadeiro consigo mesmo. Ser verdadeiro facilita receber e doar amor, com você, com o próximo, com Deus e Maria, o que nos ajuda a nos cuidarmos e vivermos bem, ainda mais no tempo que vivemos. Para terminar, peço (com letras maiúsculas): NÃO ESQUEÇA DE VOCÊ! Deixo aqui meu sincero abraço a cada leitor!
Adorei a matéria! Me identifiquei muito também como psicóloga e schoenstattiana.
Como que os valores que aprendemos em Schoenstatt podemos levar para a vida, inclusive a profissional.
Parabéns a equipe do site e ao Luiz Henrique 🙂
Parabéns meu amigo Luiz pelo texto.
Karen adoraria que a foto da reportagem fosse do Santuário de Cornélio
Boa dica Leonardo, obrigada!!!
Show de bola Luiz, parabéns pelo texto… Muito massa ler tudo isso, ainda mais para um irmão de grupo aqui que conhece sua caminhada e princípios! Valeu! Abs.