Olhe para essas placas: para onde você escolhe ir?
Ir. M. Nilza P. da Silva – Frequentes vezes o trajeto de nossa vida segue como uma larga avenida, com belas paisagens e, de repente, identificamos uma sinalização de tristeza. Essas placas da foto ficam às margens do Rio Guaíba, em Porto Alegre/RS, e indicam a direção para o Santuário da Mãe e Rainha de Schoenstatt e para o bairro Tristeza, onde moram muitas pessoas felizes. Mas, a sinalização conduz à reflexão sobre as escolhas que fazemos.
A tristeza faz parte do trajeto
Há uma cultura da felicidade e bem-estar a qualquer preço e isso leva a muitas desilusões. Sentir tristeza é algo normal e sadio. Até Jesus se entristeceu e a bíblia registra três vezes que ele chorou de tristeza (João 11,32-36; Lucas 19, 41-42; Hebreus 5,7). Sentir tristeza faz parte da vida de todas as pessoas e pode se tornar um meio para um encontro pessoal mais profundo com Deus e o retorno à verdadeira felicidade. Ficamos tristes, por exemplo, quando nos damos conta de que pecamos, de que nos desviamos do que é plano de Deus, quando vemos injustiças e desamor, quando perdemos uma pessoa que amamos… Mas, precisamos cultivar a esperança e não podemos manter a tristeza como estado constante de espírito: “Não devemos conservar sentimentos de tristeza por longo tempo”, diz o Pe. Kentenich, “É necessário acentuar muito mais os sentimentos de alegria em relação a Deus, para sermos preservados contra a tentação de buscar compensações (negativas).”
Como superar a tristeza?
Mudar a direção da caminhada e cultivar a alegria. Vivemos em meio a tensões, estamos há um ano e meio em clima de perigo constante, devido a pandemia, e administrando suas consequências, por isso, ameaçados sempre pela tristeza. Precisamos de esforço e da ajuda do alto para educar-nos e cultivar a alegria dentro de nós. Estar atentos para saber quando precisamos até mesmo da ajuda de um profissional, quando a tristeza se torna enfermidade.
Mas, uma coisa é certa: o Santuário do coração da Mãe é o lugar em que encontramos ajuda para desviar o caminho da tristeza: é abrigo que acolhe e pausa que renova as forças. Sigamos a indicação e vamos ao Santuário (Original, Filial, lar, coração…), para encontrar-se com Jesus e a Mãe de Deus, causa de nossa alegria, e buscar a força divina. “Alegramo-nos e não permitimos que alguém nos roube esta alegria” . Como diz o Papa Francisco, “com Jesus, podemos imunizar-nos contra a tristeza.
Escolher o Santuário
Quando vamos ao Santuário, a Mãe de Deus nos abriga e estreita nosso vínculo com Jesus, então, “a vara mágica do amor logo transforma toda a tristeza em alegria” (RC 603). É isso que milhares de pessoas testemunham. Clélia Mieko Nakano, de Mairiporã/SP, partilha: “No Santuário tenho uma Mãe que me acolhe para acalmar o coração, fortalecer minha fé tão frágil… posso dividir e colocar em suas mãos aquilo que no momento meus olhos não enxergam e meu coração não aceita pela razão e emoção. Sinto abrigada, leve, renovada e feliz.”
Vinícius Cruz, do Rio de Janeiro/RJ, também segue em direção ao Santuário quando precisa de ajuda para ser apóstolo da alegria. Ir ao Santuário, para ele, “significa, encontrar a paz nos momentos de turbulência, fortalecer e aumentar a minha fé nos momentos que mais preciso. É encontrar na Mãe de Deus o meu respirar.”
Márcia Kazumi mora no bairro Tristeza, para onde indica a placa acima, e diz que lá há muita alegria. Mas, quando a tristeza aparece, ela segue a placa em direção ao Santuário: “As horas difíceis não perecem tão difíceis quando estou no Santuário, diante do Tabernáculo e da Mãe e Rainha em contemplação. Ali entrego tudo a Deus e à Mãe e a cruz fica mais leve. Saímos transformados e confiantes de que não vamos perecer, como expressa a moldura da MTA, ‘Servus Mariae nunquam peribit’ (Um servo de Maria jamais perecerá)”.
Maria é causa da alegria
Assim a Igreja a invoca e nós a louvamos na ladainha lauretana: “Causa de nossa alegria, rogai por nós!” Quem já recorreu a Maria em momentos de tristeza sabe o quanto é verdade esse título dado a ela. Como diz o Pe. Kentenich, “a Mãe de Deus mostrou incontáveis vezes ser a alegria da Igreja triunfante, o auxílio da Igreja combatente e o consolo da Igreja padecente.” Isso testemunha também Carlos Daniel Neves, de Garanhuns/PE, “Ir ao Santuário, para mim, significa renovar minhas forças para enfrentar as dificuldades, desânimo. É sentir a graça do Santuário, lembrando que Maria me ajuda e sempre está comigo”.
Um testemunho
Quando vi essas placas, pela primeira vez, imediatamente veio na minha lembrança uma vivência familiar, que peço licença para partilhar: Quando meus pais tinham 52 anos de casados, minha mãe faleceu logo após uma cirurgia. Sua partida foi totalmente inesperada, pois ela estava bem e, assim como o médico, achávamos que ela superaria muito bem. Porém, Deus a chamou e coube a mim a responsabilidade de dar a notícia de seu falecimento para meu pai. Rezei muito. Ao ouvir a inesperada notícia de que sua amada esposa havia partido, meu pai abraçou-me e chorou por alguns minutos. Em seguida, ainda chorando, foi ao jardim, colheu algumas rosas, as entregou para a Mãe de Deus, em seu Santuário Lar e, entre outras palavras, rezou: “Mãezinha, eu entrego tudo isso para o Capital de Graças.” Depois disso, virou-se com um semblante muito sereno e começou a falar conosco sobre os procedimentos necessários para o sepultamento da mãe. Confesso que até hoje isso me emociona: Meu pai escolheu o Santuário e a presença da MTA lhe deu forças, transformando essa hora de tristeza em serenidade.
Quando a tristeza aparecer em sua vida, que tal lembrar-se da opção de ir ao Santuário e buscar ali a alegria que você precisa?