Celebrar Corpus Christi durante a pandemia nos faz refletir sobre como cada um é chamado a ser presença viva de Cristo onde estiver
Jaqueline Montoya – Hoje celebramos a solenidade de Corpus Christi e, mais uma vez, somos desafiados pela pandemia a encontrar novas formas de vivenciar este dia. Em alguns lugares será possível participar da eucaristia, até mesmo com procissões ou carreatas, porém, em outros, novamente a situação das regras sanitárias e decretos visando minimizar a disseminação da Covid-19 exigem restrições e cuidados, impossibilitando a comunhão presencial. O que precisamos aprender destes tempos é que não importa somente a forma como celebramos, mas, principalmente, qual o sentido da celebração.
Origem histórica
O Corpus Christi foi instituído pelo Papa Urbano IV, em 8 de setembro de 1264, com a publicação da bula papal “Transiturus”, que instituiu a data e concedeu indulgências às pessoas que fossem à missa neste dia. A solenidade faz memória à instituição da eucaristia e nos conscientiza de sua grandiosidade. Pela comunhão nos unimos intimamente a Deus e também a toda comunidade.
…aplicação na prática
As solenidades nos trazem memória de valores não podem ficar restritos apenas a um dia do calendário litúrgico. Celebrar a eucaristia é celebrar a presença viva de Cristo no meio de nós. Em Schoenstatt, a Liga Apostólica Feminina (Lafs) é um dos ramos que carrega diretamente em seu ideal esta missão. Ser Tabernáculo Vivo, Guarda e Portadora do Tesouro são os elementos que o ramo carrega em sua origem, mas que também convém a todo bom cristão.
“Ideal Tabernáculo! O Tabernáculo não está no centro do Santuário? Escrínio de Cristo, escrínio de Deus, ideal-tabernáculo! O Tabernáculo não é a fonte de luz, não é a fonte de força para inúmeras pessoas? Fonte de consolação para todos os que estão aflitos e sobrecarregados. (…) O Tabernáculo – fonte de consolação, fonte de graças: Cristo, a fonte de vida para incontável número de homens! Escrínio de Cristo, portadora de Cristo deve ser nosso ideal. De nós a magnificência de Cristo, de modo semelhante como da imagem da Mãe de Deus, devia irradiar ao mundo e ali unir homens e levá-los ao alto, ao eterno, infinito Deus. Em verdade, um ideal sublime!” [1], diz o Pe. Kentenich.
Maria foi o verdadeiro Tabernáculo Vivo e é dela que aprendemos como realmente ser e formar Cristo. “A Mãe Três Vezes Admirável é um Tabernáculo vivo, pois ela é admirável em sua relação com Cristo. Ela é a admirável, formada à imagem de Cristo. Admirável, formadora de Cristo nas pessoas. Admirável portadora de Cristo” [2], reforça o Fundador.
Ser e formar Cristo onde estamos
E como vivenciar na prática este ideal? É isso que nos contam as próprias liguistas.
Luiza Maria da Costa, da Lafs Londrina/PR, partilha como tem sido viver o ideal em meio à pandemia. “No desafio dos últimos tempos com a pandemia, precisei adaptar meu trabalho como cabeleireira, reduzindo minha jornada, mas estou levando minha vida com tranquilidade. Tenho participado na medida do possível em minha paróquia e na liturgia do Santuário às quartas-feiras. Busco forças na meditação do Evangelho, na oração do terço e me fortaleço diariamente na espiritualidade de Schoenstatt. Espiritualmente diante do Santíssimo, peço a bênção de Deus Pai pelas mãos de nosso fundador, Pe. José Kentenich, essa benção me fortalece na caminhada da missão, na Aliança de Amor, na alegria e nos momentos difíceis, que devo remar contra correte, seja nas lutas da minha vida e dos que estão próximos. Assim em meu coração aumenta a esperança de dias melhores. Sou grata que em Schoenstatt descobri meu verdadeiro ideal, ser Tabernáculo Vivo, pequena Maria que leva Cristo onde vai. O amor de Jesus me transforma a cada dia, se traduz no meu amor ao próximo e na atitude de dedicação. Procuro viver em todas as situações que Cristo é o centro de minha vida”.
Fernanda Meyrelles, da Lafs Olinda/PE, completa como vivem as liguistas “na prática tentamos ser como pequenas Marias no mundo, seja dentro de casa, na Igreja, no ambiente familiar ou de trabalho”.
Já Gizella Maria Fischmann, da Lafs da Vila Mariana/SP nos conta “busco viver este ideal a cada dia, dentro de toda minha pequenez, fazendo parte desta grande família que é Schoenstatt e a Lafs. Busco do início ao fim do dia ser um instrumento filial e fiel, pedindo esta graça ao Pai e à nossa querida Mãe Rainha. Quero fazer a minha parte, me esforçar por ser uma Pequena Maria, Tabernáculo Vivo, da melhor forma possível, refletindo como foi o dia, guardando também muitos momentos de oração, entregando tudo ao Capital de Graças e também ao horário espiritual, na certeza de que em tudo a Mãe cuidará perfeitamente”.
Ser Tabernáculo é presente e missão!
[1] Alocução Pe. Kentenich por ocasião dos 30 anos de existência da LAFS (9/6/1960).
[2] SCHOENSTATT, Liga Apostólica Feminina. Nosso Fundador nos Fala: Palestras do Pe. José Kentenich.
Volume 1, p.54. Atibaia/SP. 2020