Rumo à santidade da vida diária nos estudos
Ariel Stival – Ser jovem é ter intensidade, é ter muitos sonhos, é ter várias dúvidas, tudo junto e misturado. Já não é simples. Ser jovem e universitário, então, é ter coragem e determinação em descobrir novas coisas, ou seja, menos simples ainda! Mas, e quando se é jovem, universitário e ainda por cima católico, tudo ao mesmo tempo? Bom, aí a história é completamente diferente.
Você jovem já tinha pensando sobre isso ou o título de “católico” que você carrega consigo não faz diferença naquilo que você é na universidade? Infelizmente, hoje em dia é mais difícil encontrar pessoas que realmente se preocupam com Deus no ambiente universitário.
Fazer faculdade pressupõe a busca de uma realização profissional futura – o que é essencial para cristãos que exercerão sua busca de santidade no meio secular algum dia. O trabalho e o estudo também são modos de servir a Deus. No entanto, tenho observado os estudantes que não vivem aspirações cristãs ao meu redor e vejo algo a mais que isso.
O jovem, inconscientemente, tem sede de fazer a diferença no mundo. Quer se engajar em algo e dar a vida por algum ideal, seja ele qual for. É nisso que ele encontra o sentido de sua vida. Então, quando não encontra esse sentido em Cristo, acaba encontrando na sua formação acadêmica. Seu maior objetivo se torna ter aquela profissão e exercê-la bem. Portanto, todas as suas forças se concentram na vida universitária. E é aí que entra a diferença deste jovem para um jovem universitário católico. Para nós católicos, a vida universitária não deve vir antes da vida com Deus.
O nosso maior foco, nosso maior objetivo, nossa maior busca não é nossa realização acadêmica, mas sim a Santidade! Todo o resto deve ser secundário, inclusive a universidade. Ela é importante, é um meio de encontrar a Deus, mas jamais deve ser o centro de nossa vida.
Na universidade, um lugar que muitas vezes podemos nos deparar com pessoas e situações que vêm contra aquilo que pregamos, com tanta promiscuidade, com tantos jovens sem direção e que não buscam o real sentido para a sua vida, o verdadeiro cristão universitário poderá ser o único contato com Deus que os outros a sua volta terão.
Santo Inácio de Loyola nos ensina: “Deveis esforça-vos por suprir ao que outros faltam; pois Deus vos fez particular graça de tal vocação e de tais propósitos”, ou seja, se cada um de nós, jovem, universitário e católico, levar Deus para a universidade poderemos fazer com que nossos colegas assumam esse caminho de santidade. A Igreja confia-vos a missão de levar até eles a luz da verdade de Cristo, o seu anúncio universal da salvação. Assim, a relação do jovem universitário com Cristo deve exalar para fora e atingir os outros que convivem com ele.
Um grande exemplo disso é a Missão Jovem Universitária de Schoenstatt, que busca viver santamente o período universitário e levar também a Mãe de Deus para esse ambiente. Enquanto estava cursando Jornalismo em uma instituição federal, eu era o coordenador do grupo e várias vezes me deparei com belos testemunhos de jovens que não tinham mais Deus em sua vida e aos poucos começaram a participar ativamente, inclusive fazendo missões com o Jumas (Juventude Masculina) e a Jufem (Juventude Feminina de Schoenstatt).
Santo Inácio, em outra ocasião, também convida a “encontrar Deus em todas as coisas e ver que todas as coisas vêm do alto”. Essa é a aspiração que nós devemos ter, precisamos encontrar Deus dentro do nosso curso, da nossa universidade e mostrar aos nossos colegas que ele está lá, assim não vamos esmorecer em nossa fé e, mais ainda, vamos conquistar os corações para Schoenstatt.
Os jovens universitários, ainda que não conheçam a Cristo, têm necessidade de Deus. Quando doam sua vida pela formação acadêmica e se cansam, eles percebem que, no final das contas, sempre estará faltando algo. Se não for você, quem mostrará o verdadeiro sentido da vida a eles?
Encerro com uma frase de nosso fundador, Pe. José Kentenich, que diz: “Dois são os fatores essenciais da aspiração à santidade do cristão: provar seu amor a Deus na sobriedade da vida cotidiana e guardar a clausura do coração, conservando-o recolhido e interiormente preservado no meio da agitação dos grandes centros.” Mostre, dia após dia, no ambiente universitário que Deus ainda está contigo e de forma cuidadosa mantenha-se caminhando rumo à santidade da vida diária.