É possível ficar em dúvida e temer dar este passo importante, ou então voltar atrás quando tudo parece errado. O que fazer?
Christian Callegari – “Comecei a trilhar meu caminho vocacional, acho que não é isso, e agora?”. Por vezes isso se faz verdade, muitas vezes a dúvida toma conta e separa a razão da fé e aí se inicia uma confusão interior que transforma a certeza, antes conhecida, em incerteza imediata e medo daquilo que há de vir. Bom, talvez existam motivos para isso: provação divina, o agir do mal querendo desviar-te do teu caminho, falta de fé, falta de vontade… entre diversos outros motivos que, portanto, diferenciam cada ser humano. Aí vem a Ordem do Ser e do Agir, da qual diz que aquilo que é natural ao ser modifica o agir.
O erro é natural ao homem: Eva errou, Adão errou, São Pedro errou, Cléopas errou, todos erramos. Nós, a geração de Eva, redimidos pela Ave, vemos isso claramente. É fácil dizer que: “Eu reconheceria Jesus se o visse”, contudo, deve ser bem mais difícil que parece. O que importa aqui, na verdade, é reconhecer o erro, se ele existir, é novamente orar e entregar tudo a Deus. É valido comentar que Deus tem seu tempo para tudo, Ele dita quantos segundos há em 1 minuto, mas também pode dizer quantos minutos há no mesmo segundo. Para Deus não há fronteira e é este o ponto principal da vocação, Deus nos quer cada vez mais perto dele.
Receber e cumprir a missão da vida é difícil e talvez muitos de nós não saibamos nem se conseguiremos no final. Mesmo assim, isso será o motivo de viver para quem tem fé: cumprir o propósito.
Há quem erre e viva com o próprio erro, há quem sabe que errou e insista, há quem tem desconhecimento e não procura saber mais, há quem ignore, há quem se importe, sabe e, mesmo assim, se faz preguiçoso em mudar, mas também há quem erre, sabe que errou e porque errou e busca de alma mudar isso.
“Quer dizer que eu tenho que mudar de vocação?”. Não, porque talvez você não esteja na vocação errada. Você, primeiramente, precisa saber se errou, para depois saber porque errou e enfim buscar a mudança interior. A boa notícia é que existem milhares de padres, freis, bispos, irmãs, famílias, leigos, estudiosos e afins que estão dispostos a lhe ajudar com qualquer que seja seu erro. O discernimento inicia no próprio ser, mas também não precisa ser somente interior, Deus nos ajuda de diversos meios e também nos ajuda por diversas pessoas. Por isso, pense, não tenha pressa, não tenha medo de “ser muito velho para brincar com seus filhos” ou de “ser conhecido como padre novinho” ou, ao contrário, tenha medo de correr achando que sua vida vai acabar amanhã e viver achando que está no caminho errado.
Portanto, reze, busque Deus, demore 1 dia, 1 mês, 1 ano, 1 década, mas faça com fé; assuma apenas a responsabilidade que está disposto de corpo e alma a seguir, pois viver no erro incomoda a alma. Escolha bem, reze bem, pergunte bem a cada um e cada uma, experiências ensinam muito e a vivência explica à alma aquilo que quer.
Que artigo maravilhoso. Todo ele é lindo mas o último paragrafo é riquíssimo para refletirmos:
“assuma apenas a responsabilidade que está disposto de corpo e alma a seguir”
“viver no erro incomoda a alma”
“experiências ensinam muito e a vivência explica à alma aquilo que quer”