Coroação da Rainha da Filialidade Heroica marca a história de Schoenstatt no Brasil
Ana Paula e Guilherme Paiva – Todos nós conhecemos a história que marca a celebração que lembramos hoje: em 20 de agosto de 1949, no Santuário Tabor, em Santa Maria/RS, nosso fundador Pe. José Kentenich realiza a coroação de Maria como Rainha da Filialidade Heroica. A primeira coroação realizada em um Santuário de Schoenstatt do Brasil.
O contexto no qual essa coroação ocorreu é profundo: as visitações a Schoenstatt – os questionamentos quanto à Obra e a figura do fundador, o Capital de Graças, a pastoral empregada, as perseguições infundadas. Nesse tempo e com esses dilemas, nosso Pai e Fundador, após enviar a primeira parte da resposta aos questionamentos de autoridades eclesiásticas, expressa sua confiança heroica e ilimitada na condução de Maria e nos planos de Deus – e lhe entrega a coroa da gratidão e do heroísmo.
Heroicamente nos entregamos
É também no contexto da irrupção de graças em torno do 31 de maio (do mesmo ano, 1949), que a coroação ocorre: heroicamente nos entregamos a Maria – por meio da coroa que lhe entregamos – como valentes soldados em ordem de batalha na cruzada pelo pensar, amar e viver orgânicos. Nós nos entregamos, sobretudo, como filhos prediletos e heroicos, que se permitem educar, santificar – ainda que por meio do enfrentamento de cruzes e sacrifícios – e conduzir, na missão de forjar a renovação do mundo e da Igreja.
72 anos se passaram e os contextos permanecem profundos e muito significativos. Em meio a uma pandemia planetária, a pedagogia da coroação em Schoenstatt se mostra cada vez mais forte. Na campanha internacional do Corona Mater, por exemplo, surgiu uma resposta às correntes de coroação que sempre fizeram parte da história de nossa Obra. Em meio a dificuldades, era por meio de coroações que nosso Pai e Fundador entregava, concretamente, a situação ao reinado de Maria, que surgia como a grande Rainha e Vencedora em todas as situações.
E nós fizemos o mesmo. Coroamos nossa Mãe como Rainha da Saúde do mundo inteiro, como Rainha da Missão, como Rainha da Esperança. Uma corrente em nossos Santuários Lares deu a Maria títulos originais e próprios de cada família e vocação e o mesmo se passou entre todos os ramos e comunidades de nossa Obra. Toda a Família Internacional esteve (e está) profundamente vinculada.
Coroamos, também, para nos colocar a postos. Hoje, mais do que nunca, os desafios do tempo são também as tarefas do tempo. Hoje, mais do que nunca, a missão do 31 de maio, da originalidade de nossa Obra, do exemplo de profunda santidade de nosso Fundador, ainda que em meio a duras tormentas, é um convite real à busca por nossa santidade pessoal e familiar, para encarnar o carisma de Schoenstatt em nossa própria vida e experimentar a coerência de vida como católicos.
E ainda que muito possa nos ameaçar no entorno: sim, Rainha da Filialidade Heroica, aqui estamos. Usa-nos como teus instrumentos nesse tempo de insegurança e de desafios. Acolhe nossas fraquezas e nos ensine como semear alegria e esperança, como iluminar, em meio à escuridão do tempo, como ser exemplos e aliados de nosso Pai e a carregar, com ele, a missão de fundadores.