Como foi o dia da sua Aliança de Amor? Você se recorda do lugar, das músicas, dos amigos que estavam com você? Normalmente, para a maioria das pessoas, essa é uma ocasião repleta de comemorações, de gratidão, de cantos e de alegria.
Então, após selar este ato de amor, retornamos para nossa casa e vem o dia seguinte, depois o outro dia, e o outro… Semanas, meses e anos se passam e no decorrer do tempo vamos então, de fato, vendo a Aliança se enraizar, brotar e florescer. O Sr. Ernesto Branstetter, Irmão de Maria de Schoenstatt, de Itaara/RS, comenta: “Quando se faz a Aliança, geralmente se entende pouco. Se faz por entusiasmo. Dali para frente é preciso então crescer nessa Aliança, tanto no entendimento como na vida. No início trata-se de uma semente germinada que precisa ser cultivada por bons ‘jardineiros e agricultores’ e assim vamos crescendo nela”.
Ao longo do tempo, como tudo na vida, altos e baixos fazem parte da caminhada: em alguns dias estamos entusiasmados, outros mais cansados, às vezes esperançosos… Em tempo calmos ou difíceis, o que não pode faltar, nesse enredo da vida, é a decisão de sempre começar de novo, de buscar crescer e ser fiel à Aliança. Luciana e Edso Mocelin, da União de Famílias de Schoenstatt, de Curitiba/PR, contam: “Selamos nossa Aliança de Amor, como casal, em 2003 e, para mantê-la sempre viva, precisamos de muita oração, confiança nas promessas de nossa Mãe e fidelidade às exigências”.
Algumas forma de manter a Aliança viva no dia a dia
A Sra. Maria Rita Vianna, da Liga das Mães de Schoenstatt, de São Paulo/SP, consagrou-se há 39 anos (em 1989) e conta como faz para manter essa chama acesa:
“Como manter sempre viva e renovada a Aliança de Amor? São várias formas. Primeira: procuro viver a vinculação aos três pontos de contato: à Mãe Três Vezes Admirável, ao Santuário e ao Pai e Fundador, Pe. José Kentenich. Logo ao acordar, dedico todo meu dia e minhas tarefas à Mãe, Rainha e Educadora; eu a coroo como ‘Rainha da logística do meu tempo’ e, à noite, confirmo que tudo aconteceu no tempo certo. Se não posso ir de forma presencial ao Santuário, vou todos os dias espiritualmente, imaginando-me dentro do local que é meu outro lar, berço de santificação. O vínculo com o Pe. José Kentenich tem um cunho de filialidade; ele é meu pai, que me orienta, me elogia e até me dá certos puxões de orelha.
A segunda forma é a vivência das três graças especiais do Santuário; são meu ponto de partida no dia a dia. Porque me sinto acolhida nos braços e no Coração da Mãe de Deus (primeira Graça: abrigo espiritual), a ela me entrego (segunda Graça: da transformação); seguindo os passos do Pai e Fundador, dou só a ela o direito de me educar, de me transformar em outra Maria. Em Schoenstatt, a autoeducação tem força; Schoenstatt é um Movimento de educação; para viver essa particularidade do Movimento, esforço-me para conhecer a si mesma, para estudar a riquíssima espiritualidade de Schoenstatt; contando com a imprescindível ajuda da Mãe Três Vezes Admirável, posso pelo menos tentar me transformar segundo os planos do Pai. Porque segue então a terceira Graça: da fecundidade apostólica, que desperta em mim a consciência de que minha Aliança de Amor vai além de rezar diariamente a pequena Oração de Consagração; é deixar que a Mãe de Deus me use como seu instrumento, como for da vontade de Deus, quando e onde Ele assim o quiser. É a plenitude do Nada sem vós, nada sem nós.
Assim renovo a Aliança de Amor, que renovou meu Batismo, me deu consciência de ser filha amada do Pai, genitora, portadora e servidora de Cristo, impulsionada pelo Espírito Santo. E vivo na confiança vitoriosa de que é a Rainha Custódia Viva que intercede por mim essa graça – sem ela, nada sou”.
Duas coisas andam sempre juntas
Concluímos com as palavras do Papa Francisco: “Não estamos aqui para ir vivendo, mas para fazer da vida um empreendimento grandioso. Todos vós tendes em mente grandes histórias que lestes nos romances, vistes em algum filme inesquecível, ouvistes em algum conto comovente. Se pensardes bem, nas grandes histórias há sempre dois ingredientes: um é o amor, o outro é a aventura, o heroísmo – andam sempre juntos. Para tornar grande a vida, precisamos de ambos: amor e heroísmo”.[1]
[1] Discurso do Papa Francisco aos jovens em Košice, na Eslováquia, dia 14 de setembro de 2021