Reflexão para o 33° Domingo do Tempo Comum
Pe. Roque Machado – As leituras deste domingo falam das últimas realidades. A vida do cristão, como a vida da Igreja, caminha para as últimas realidades, para a consumação da história.
Com a Ressurreição de Jesus, o mundo e a história entraram em sua fase final, a plenitude dos tempos. Com a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, Deus emitiu o seu juízo definitivo sobre a história. O pecado, as contradições deste mundo e as tribulações são vencidas e Deus inaugura um tempo novo no qual são gestados os novos céus e a nova terra. Isto terá sua plena realização com a vinda do Filho do Homem em poder e glória, quando, então, realizará o juízo universal e a ressurreição dos mortos para a vida eterna e os ímpios para a condenação eterna.
Viver a espera por Cristo unido a ele
O Pe. José Kentenich nos diz que “o sentido da história é a preparação, a continuação e o aperfeiçoamento da vida histórica de Cristo, em vista de uma perfeita união de amor com o Pai” [1]. Ou seja, o tempo antes do nascimento de Jesus representa a preparação para a sua vinda; já o tempo depois dele, no qual vivemos, “é a misteriosa repetição de cada uma das fases de sua vida, tanto em determinados indivíduos, como também em todas as gerações” [2].
Segundo nosso Fundador, Cristo repete seus mistérios gozosos, luminosos e dolorosos em nossa vida, em cada um de nós
Enquanto se desenrola a história entre a Ressurreição de Jesus e a sua segunda vinda, é o tempo da vigilância na oração e na caridade, contribuindo o cristão na construção dos novos céus e da nova terra que se dá na Aliança de Deus com os homens. Nada se faz sem nossa cooperação, é o tempo da Igreja. Deus tudo realiza em seu Cristo como sentido e consumação da história, nada faz sem a participação e a resposta generosa do homem em Aliança.
“Qual é o sentido dos acontecimentos do mundo na perspectiva de Cristo? Que ação devo deixar para Cristo? Devo aproveitar cada acontecimento para me decidir novamente por Cristo e os acontecimentos mais difíceis devem estimular-me, a partir do interior, a decidir-me por Cristo por livre escolha e livre vontade. […] O sentido dos acontecimentos do mundo e de minha vida e de minha vontade é que todos os acontecimentos de minha vida me levem continuamente ao Senhor”.[3]
Façamos também nós a nossa parte, colocando a nossa contribuição para o novo céu e a nova terra por uma vida de santidade diária. Assim contribuamos para restauração e renovação do mundo em Cristo. E que o Senhor tenha misericórdia de todos nós.
Leituras deste domingo:
1ª Leitura – Dn 12, 1-3
Salmo – 15
2ª Leitura – Hb 10, 11-14.18
Evangelho – Mc 13, 24-32
[1] Pe. Jose Kentenich, em: Carta de Buenos Aires à Família de Schoenstatt, por ocasião do 18 de outubro de 1949. Livro: Cristo Minha Vida – Textos escolhidos sobre Cristo
[2] Idem
[3] Pe. José Kentenich, em: Congresso em 1946. Livro: Cristo Minha Vida – Textos escolhidos sobre Cristo