Sabia que em nosso Movimento existem pessoas que vivem uma vida contemplativa, de oração e adoração? Você já deve ter ouvido falar sobre as Irmãs Adoradoras, do Instituto das Irmãs de Maria. Na comunidade dos Padres de Schoenstatt também existem Padres Adoradores. Todos esses homens e mulheres vivem uma vocação contemplativa e alguns, inclusive, vão além: são os eremitas (leia mais sobre isso aqui).
É justamente um sacerdote eremita, o chileno Pe. Agustín Alvarez, que nos explica o que significa viver uma vida contemplativa:
Numa pequena resenha, eu diria que a vida contemplativa é uma maneira de viver. Mais que fazer algo, é uma maneira de lançar a vida e tem como elementos centrais a oração, o trabalho, o estudo, a leitura espiritual e, também, a vida comunitária. Assim é como viveram, durante muitos anos, os Padres da Adoração [de Schoenstatt]. Isso nos trouxe São Bento com a frase “Ora et labora”, orar e trabalhar. Nesse pequeno conceito se centra o que é a vida contemplativa e aponta a levar uma vida de harmonia nessas dimensões.
O que caracteriza propriamente esta vida e cada uma dessas dimensões, eu diria que é o silêncio – é uma vida que busca o silêncio e a solidão – e também viver isso em comunidade, isso é parte dos Padres da Adoração. E esta forma de viver corresponde à realização de um anseio que alguém leva no coração e que podemos chamar, então, de vocação.
É um anseio que Deus colocou no coração de alguém, em meu próprio coração, de estar mais com ele, de poder viver junto a ele e de que tudo o que eu faça me possibilite e ajude a estar em relação com ele durante todo o dia, assim como estou com um amigo, com alguém que estimo muito, que amo e a quem entrego minha vida.
E, para poder realizar este anseio de estar mais com Deus, como com um amigo, é necessário, então, também deixar algumas coisas, distanciar-se para poder ter uma maior intimidade com ele. Portanto, não se faz uma rejeição à dinâmica do homem contemporâneo, mas, ao distanciar-se das pessoas, vive-se numa busca de estar numa relação mais intensa com Deus, com a Mãe. Esse é o sentido!
E, claro que, dentro desses pontos, a oração, a adoração, é nosso apostolado. É aqui que nós nos fazemos intercessores das necessidades e da realidade do mundo, da Igreja e de tantas pessoas da Família de Schoenstatt que representamos diante de Deus. Nós as levamos ao Santuário, oferecemos nossos momentos de adoração pelas necessidades da humanidade. Esse é nosso apostolado, que não é um apostolado direto com as pessoas, como acontece na vida ativa e apostólica da Igreja, mas é um apostolado, por assim dizer, indireto com as pessoas.
E esse apostolado por elas não se reduz somente aos momentos de oração, de pedidos ou de apresentação ao Senhor, à Mãe. É tudo o que fazemos. Toda nossa vida quer ser uma grande entrega ao Capital de Graças pelas intenções dos homens. Quer dizer que tudo aquilo que fazemos tem um selo, um carimbo, desde o mais simples até o mais importante, de fazer o que agrada a Deus: que tudo o que eu faça, que faça com o selo do meu amor, da minha entrega.
Quando é assim, então nossa fé nos diz que Deus acolhe o que lhe entrego, o que ofereço ao Capital de Graças, e me escuta nas necessidades que lhe apresento. É assim então que nós buscamos realizar esse sonho que o Pe. Kentenich teve de poder ter, dentro de nossa comunidade de Padres, também um núcleo que se dedique a assegurar a vida interior de oração. Que traga um contrapeso, por assim dizer, que equilibre a vida ativa com esta vida de oração e de silêncio.
O Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, quis resgatar essa forma de vida tão antiga na Igreja e tê-la presente aqui também em nossa Família de Schoenstatt. Nós, assim como as Irmãs de Maria da Adoração, buscamos justamente realizar esse sonho do nosso Pai, ser suas mãos orantes que não se cansam de apresentar ao Senhor e à Mãe a realidade e as necessidades de nossa Família, da Igreja e do mundo.
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