O Natal se realiza no coração dos pequenos.
Karen Bueno – Em Aparecida eram humildes pescadores; em Fátima, apenas crianças; em Schoenstatt, jovens em fase de desenvolvimento. As três histórias marianas aconteceram em tempos e lugares diferentes, com contextos adversos, mas seus personagens trazem alguns traços característicos em comum. Todos eles, singelos e filiais, colocaram sua pequenez diante da Mãe de Deus para que ela fizesse dela uma obra grandiosa. Como Educadora, a Mãe formou Cristo nesses corações, fez um novo Natal no ser daqueles que a ela se consagraram.
O Papa Francisco escreve que “Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura” (Evangelii Gaudium, 286). Imagine, então, o que ela não poderia fazer em um coração aberto à graça divina?
A mesma Maria que há mais de dois mil anos aquecia o Menino Jesus nos braços, junto com José e cercada de animais, hoje quer fazer Natal em cada coração filial. Essa é sua missão: dar a luz a Jesus, fazê-lo nascer em toda parte, fazer surgir um novo Natal com sua presença.
Pe. José Kentenich diz sobre a Mãe de Deus: “Nossa Senhora é portadora de Cristo. Vasculhemos as páginas da sagrada escritura… Os reis magos, procedentes do Oriente, e os pastores piedosos procuravam o Salvador. Onde o encontraram? Nos braços da Mãe de Deus! Foram até o presépio e encontraram o menino nos braços, no colo da querida Mãe de Deus”.
Como mostra a história, Maria se manifesta na simplicidade, nos lugares e às pessoas que se fazem pequenos; e a esses presenteia o Senhor – foi assim em Belém e é assim hoje. Como Educadora, ela pode, como ninguém, preparar a manjedoura dos corações para receber Jesus. Isso porque “ela é a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha conosco, luta conosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus” (EG 286).
O quarto domingo do advento é um convite para captar as virtudes de Maria e deixar-se formar por ela. Nesse período, a MTA ajuda a formar o “enxoval” para acolher o Menino Jesus, moldando os corações e fazendo um novo Natal. “Ela é, também hoje, convidada a gerar a Cristo, precisamente num tempo em que os homens não mais reconhecem a Jesus e lhe declaram morte, e não mais se interessam por ele. Ela é e permanece, em razão do seu encargo, a geradora de Cristo. Também em nós ela tem que dar à luz a Cristo novamente. Essa é sua tarefa” (Pe. José Kentenich).
Que neste Advento, possamos como Maria abrir os nossos corações para que Jesus seja o principal, o tudo.