Sétimo dia da Novena de Natal
Normalmente, o presépio nos apresenta São José com uma lanterna na mão, sinal da chama de sua fé, que nunca se deixou abalar. Despojado de todos os bens materiais, da justa honra que um esposo e pai gostaria de ter, por conseguir oferecer o melhor para sua família, na pobre gruta, José ainda brilha. A luz de seu abandono na fé preenche a gruta e tranquiliza Maria, eles vivenciam que a Providência Divina não abandona os que colocam o Reino de Deus em primeiro lugar. “Estando eles ali… ela deu à luz seu filho primogênito. Envolvendo-o em faixas, reclinou-o numa manjedoura.”[1]
Amparada pelo amor e a companhia de José, “Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Ela é a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor.”[2]
O pequeno recém-nascido, Menino “Jesus viu a ternura de Deus em José”[3]
“Nele se pode vislumbrar o homem novo, que olha para o futuro com confiança e coragem, não segue o seu próprio projeto, mas se entrega totalmente à infinita misericórdia Daquele que torna realidade as profecias e abre o tempo da salvação”[4]. “São José assumiu sua paternidade à sombra de Deus Pai. Jesus homem aprendeu a dizer ‘papai’ a Deus Pai, aprendeu do testemunho de José”[5], disse o Papa Francisco.
E ele continua: “Às vezes também a nossa vida parece à mercê dos poderes fortes, mas o Evangelho nos diz que Deus consegue sempre salvar aquilo que conta, desde que usemos a mesma coragem criativa do carpinteiro de Nazaré, o qual sabe transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência. Se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda, isso não significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo que podemos projetar, inventar, encontrar.”[6] “A ternura é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós… Só a ternura nos salvará… Por isso, é importante encontrar a Misericórdia de Deus, especialmente no sacramento da Reconciliação, fazendo uma experiência de verdade e ternura.”[7]
Aplicar em minha vida:
O milagre de Belém se atualiza em nossa vida, quando o coração se decide pelo que é maior, sem fazer exigências e se abrindo para acolher a Deus que nos abraça por meio da realidade. “São José, verdadeiro homem de fé, nos exorta a reencontrar a relação filial com o Pai, a renovar a fidelidade à oração, a ouvir e corresponder com profundo discernimento à vontade de Deus. Por isso, recebe a indulgência desse ano de São José, “quem meditar ‘por pelo menos 30 minutos a oração do Pai-Nosso’, ou participar de um retiro espiritual, mesmo por um dia ‘que inclui uma meditação sobre São José’”[8] |
Texto: Ir. M. Nilza P. da Silva
Rezemos com Maria e com São José:
Vem Jesus, ó Rei divino,
ao meu pobre coração.
Eu te espero com saudade,
alegria e gratidão.
Se o mundo te rejeita,
com dureza e rigor,
Minha alma te acolhe,
com ternura e amor.
Referências
[1] Lucas 2, 4-7
[2] Evangelii Gaudium, 286
[3] Patris Corde, 2
[4] Papa Bento XVI, 20.12.2010
[5] Papa Francisco, 18.12.2017
[6] Patris Corde, 5
[7] Patris Corde, 2
[8] https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2020-12/ano-sao-jose-indulgencia-plenaria-penitenciaria-apostolica.html