… que é nossa vida, nossa história
Jane Beatriz e Júlio César Machado – Para nós, schoenstattianos, quando fazemos referência à Aliança, de fato estamos adentrando na nomenclatura específica de nossa espiritualidade. Para todos nós, a vida em Aliança tem grande significado e importância, pois evidencia aquilo que é o conteúdo central da mensagem do Pe. José Kentenich. Por isso, é importante cada vez mais nos aprofundarmos no sentido e significado que a expressão ‘Cultura da Aliança’ tem no mundo de Schoenstatt.
O que podemos entender por ‘cultura’? Num amplo sentido, mas também no particular em Schoenstatt, cultura é um complexo. O termo complexo vem de contemporâneas teorias e pode ser compreendido como aquilo que é enredado ou tecido junto. Assim, a pergunta é: quais são os fios desse tecido? Os fios desse complexo incluem o conhecimento, as artes, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano, não somente no ambiente da família, mas também no grupo social mais amplo (escolas, áreas profissionais, no lazer e demais ambientes).
Nossa cultura: alegre e filial
Em cada local, no mundo todo, os povos se expressam por meio de sua própria cultura, a qual é influenciada por muitos fatores. A cultura do povo brasileiro, por exemplo, é marcada pela boa disposição e alegria – e isso se reflete na música, no colorido das artes plásticas, na espontaneidade de toda a produção cultural… Às vezes, por tanta extroversão, os reflexos de nossa cultura podem passar dos limites, tornando-se, por vezes, rasos, frívolos e superficiais. Por isso, sempre é importante buscar um equilíbrio.
Foram exatamente esses aspectos e essa índole do povo brasileiro, expressos na cultura, que sensibilizaram o Pe. José Kentenich a nos entregar um ideal para vivermos, como Família schoenstattiana nacional: o Ideal Tabor. Isso quer dizer que a nossa vida de Aliança e a cultura que gerarmos, a partir do que o Pe. Kentenich nos deixou, não pode descuidar de compreender e aplicar na prática o Ideal Tabor.
A expressão dos conteúdos
Podemos entender que são dois os mecanismos que caracterizam uma cultura. Por um lado, temos os mecanismos adaptativos e, por outro, os mecanismos cumulativos.
Os mecanismos adaptativos são aqueles motivados pela mudança de hábitos e os cumulativos aqueles que são passados de geração para geração.
Na Cultura da Aliança, considerando a herança deixada pelo Pe. Kentenich, os mecanismos adaptativos se expressam, por exemplo, nas dimensões pedagógicas da espiritualidade de Schoenstatt, marcadas pelas cinco estrelas condutoras (Pedagogia do Ideal; Pedagogia da Vinculação; Pedagogia da Aliança; Pedagogia da Confiança; Pedagogia do Movimento). A Pedagogia do Movimento, por exemplo, nos estimula a sempre “interpretar os sinais dos tempos” segundo aquilo que a Divina Providência indica; dela surgem as chamadas “correntes de vida”, que são aspirações próprias de cada época e situação.
Já os aspectos cumulativos podem ser expressos, por exemplo, nas palavras escritas sobre a lápide do Fundador: “Ele amou a Igreja”; nós podemos atualizar essa frase – que é uma herança e uma missão passada de geração a geração – afirmando que os aspectos cumulativos se expressam pelo amor à Igreja e ao seu Magistério, e isso nunca muda.
A Cultura da Aliança é, pois, a expressão do modo de vida daqueles que resolvem consagrar-se à Mãe de Deus para que ela nos conduza na criação de uma cultura capaz de compreender e expressar-se, no tempo atual, considerando mecanismos adaptativos e cumulativos.
Concretamente, a Cultura da Aliança pretende contribuir para a salvação do mundo em Cristo por Maria: primeiro, do universo ao nosso redor, transformado por nosso exemplo e, depois, de todo o mundo, transformado pelas graças que Maria distribui de seu Santuário.
Família Machado
Instituto de Famílias de Schoenstatt
Porto Alegre/RS