Da Alemanha para o Brasil – Os caminhos de Deus
Paulina e Diógenes Lawand – O Papa Francisco nos fala que “A memória cristã é como o sal da vida. Sem memória não podemos ir para frente” [1]. E diz também que “Re-cordar significa ‘retornar ao coração, retornar com o coração’. […] (Pois) Sem memória perdem-se as raízes, e sem raízes não se cresce” [2].
Em 8 de novembro de 2022 comemoraremos o centenário do sacramento matrimonial de Fritz e Helene Kühr, recordando a história de amor desse casal.
Os restos mortais de Fritz e Helene Kühr estão no monumento dos heróis, junto ao Santuário de Londrina/PR, Tabor da Esmagadora da Serpente, para nos recordar que o sacramento do matrimônio é fonte de alegria e caminho de santidade. É testemunho frente às adversidades da vida e que a alegria do amor matrimonial os impulsionou a vencer diversas barreiras, inclusive a distância física quando Fritz ficou preso no Campo de Concentração de Dachau e Helene no Brasil – eles ficaram quase dez anos longe um do outro.
Fritz e Helene Kühr se casaram na Alemanha em 1922, não puderam ter filhos, passaram pela Segunda Guerra Mundial. Em Dachau, Frtiz conheceu o Pe. José Kentenich. Helene, longe dele, no meio da mata, sem falar português, imigrou para a cidade de Rolândia/PR, no Brasil. Depois de dez anos Fritz consegue vir para o Brasil e reencontrar a sua amada Helene. Ele adoece com câncer no fígado, falece três anos após seu reencontro com Helene. Ela permaneceu fiel ao seu primeiro amor, Fritz, até o fim de sua vida.
Amoris Laetitia
O testemunho de Fritz e Helene é uma resposta aos desafios do tempo atual. Corremos o risco de nos acomodarmos, paralisarmos e perdermos a alegria do Amor. As famílias católicas, que aspiram viver a santidade no dia a dia, são pequenas ilhas de amor no meio do mundo em chamas.
Como podemos transformar a água em vinho novo do Amor conjugal?
Recordar e renovar o primeiro amor conjugal é ter a certeza de que somos amados por Deus a viver a alegria no casamento, aceitando que o matrimônio é uma combinação de alegrias e fadigas, um caminho de amizade que impele os esposos a cuidarem um do outro, na tolerância aos defeitos do cônjuge, no respeito à originalidade de cada um, silenciando para ouvir e, assim, crescer no diálogo e nos vínculos. Cada matrimônio é chamado a levar a boa nova do Amor, mesmo em meio às dificuldades e desafios dos tempos atuais
Deus utiliza de seus instrumentos pequenos para realizar coisas grandiosas, assim como fez com Fritz e Helene.
Como podemos Viver a Alegria do Amor Matrimonial?
[1] Meditações Matutinas do Papa Francisco. Casa Santa Marta. 7 de junho de 2018. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/cotidie/2018/documents/papa-francesco-cotidie_20180607_memoria-esperanca.html>
[2] Homilia do Papa Francisco. Universidade Católica do Sagrado Coração. Sexta-feira, 5 de novembro de 2021. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2021/documents/20211105-omelia-univ-cattolica.html>