Conheças as dicas que o Pe. Kentenich aponta para sermos pessoas alegres
Debora Dalegrave – “A alegria está no coração de quem já conhece a Jesus. A verdadeira paz só tem aquele que já conhece a Jesus. O sentimento mais precioso que vem do nosso Senhor é o amor que só tem quem já conhece a Jesus”. Com essa música iniciamos as nossas reflexões no campo da alegria, para assim, por meio dela, transfigurar a realidade.
A alegria é o compartilhar a sabedoria e a benevolência para com outros, o servir, o compartilhar o nosso “eu” para com os que estão ao nosso redor, é tornar-se feliz junto com os outros e, para isso acontecer, a base tem que ser a nossa fé.
Ao nos questionarmos: onde encontrar a alegria no meu dia a dia e por que isso é importante? A resposta pode ser simples…
Ao acendermos uma vela, notamos a sua luz, o seu calor e, ao mesmo tempo, que ela vai se consumindo; todos ao seu redor ficam repletos da sua luz. Assim é a verdadeira alegria! Quando acendo a minha vela, acabo iluminando o caminho de quem está ao meu lado. Jesus nos ensina a cada dia que nada é maior do que nos colocarmos a serviço das outras pessoas, tornando-as felizes como resultado de nossos esforços, com diálogo e sinceridade. E, quando nos alegramos diante da felicidade dos outros, nossa própria vida torna-se cada vez mais pura. É um ciclo que fortalece a nossa fé.
O Pe. José Kentenich, com a sua vasta sabedoria, nos ensina:
“Na maioria das vezes, são as pequenas alegrias que nos envolvem: alegrias naturais, alegrias experimentadas nos gestos de gratidão. É importante que nós, como artistas da alegria, mestres da alegria e apóstolos da alegria, aprendamos e ensinemos a arte de descobrir e de desfrutar essas pequenas alegrias! Sim, num tempo tão pobre em alegrias, nossa principal tarefa deveria ser: desfrutar as gotas de mel onde o bom Deus nô-las oferecer. Sim, esta é a arte de se alegrar, a arte de educar para a alegria.
Meus senhores, concordam comigo que é uma graça e obra de Deus extraordinariamente grande para a humanidade atual se nós aumentarmos, ainda que em medida pequena, o conjunto das alegrias, o capital das alegrias da humanidade de hoje?”
Devemos, primeiramente, despertar em nosso coração esse anseio e compreensão pela verdadeira alegria; como a música nos diz: “A alegria está no coração de quem já conhece a Jesus… É o amor que só tem quem já conhece a Jesus”; a nossa fonte primária do amor.
Mas, como cultivar a alegria quando estamos tristes?
Ah, mas você deve estar se perguntando: e nos momentos de dificuldades e nas cruzes, como podemos cultivar essa alegria? Como manter a nossa chama acessa?
Aqui podemos optar por dois caminhos… O das lamentações, o qual terá como destino a tristeza, a desilusão, a dor; ou o caminho da determinação, de tomarmos a nossa própria cruz com coragem, zelo e amor, enfrentando tudo, absolutamente tudo, como uma maneira de crescimento pessoal e espiritual. Para aqueles que escolheram seguir o caminho da determinação, seguem algumas pistas…
Como podemos nos tornar uma fonte de alegria?
Para responder a essa pergunta, o nosso Pai e Fundador nos inspira e nos ensina dois pontos importantes para sermos pessoas alegres: a arte santa de imunizar e a arte santa de transformar.
Ao se referir à arte santa de imunizar-se contra a tristeza, Pe. Kentenich nos estimula: “Se a tristeza tiver causas palpáveis, corporais, físicas, psíquicas, procurarei eliminá-las. […] Com frequência a tristeza é superada pelo simples conhecimento de suas fontes”. É importante mencionar que em certos casos será necessária, nessa etapa, a ajuda de profissionais capacitados, como psiquiatras, psicólogos e psicoterapeutas
Outro ponto da imunização que o Pe. Kentenich coloca é este: “Se alguém está triste, reze!”(Tg 5, 13) A oração é o grande meio para vencer a tristeza. Desta forma atingimos a fonte última, a vara mágica do amor, ou seja, a profundidade da oração como expressão da intimidade com Deus”.
Nosso fundador ainda coloca essas dicas práticas para se imunizar contra a tristeza: “De vez em quando falar com uma pessoa capacitada, que nos compreenda e nos oriente, talvez ter um confessor fixo a quem tudo podemos confiar. Ou podemos confiar ao papel a nossa dor (escrever, ter um diário). Isto pode ser feito de vários modos; ou esforçando-nos para fazer um trabalho e nos distraindo, agindo de maneira criadora (ter alguma atividade que nos entretenha). Estes são os meios indiretos para nos precaver da tristeza, ou afastar mais e mais a tristeza que nos assaltou”.
Já a arte santa de transformar significa lembrar que os “lírios nascem da cruz”: é a capacidade de fazer das cruzes uma fonte de alegria, transformá-las em alegria; “Devemos aprender a transformar em alegrias, em verdadeiras alegrias, as cruzes, os sofrimentos e as tristezas”, diz nosso fundador. Para isso, “o essencial e o mais profundo é a chave mágica do amor. Quão depressa o amor transforma a tristeza em alegria! Sim, mesmo a tristeza pode ser objeto de alegria, se em nós houver um alto grau de amor” (Pe. Kentenich).
Que sejamos velas ao nos consumir pelo Amor e para o Amor, que sejamos velas estendendo nossos braços ao alto. “Portanto, onde eu puder semear alegrias através do modo como eu me dou, onde eu puder espalhar um pouco os raios de sol através de minha palavra, através de minha vida, devo ‘atacar’ com vontade, porque é um grande feito o que eu fizer. Novamente me pergunto: quantas vezes perdi a oportunidade de aumentar o capital de alegrias do mundo, o capital de alegrias da humanidade – guardem este pensamento – o capital de alegrias junto aos meus?!”
Referências
Todas as palavras do Pe. José Kentenich foram retiradas do livro:
KENTENICH, Pe. José. Viver com Alegria. Vol 1. Terceira e quarta conferência.
Debora Dalegrave
Liga das Famílias de Schoenstatt, Frederico Westphalen/RS