O “Senhor Padre” vem até nós.
Ir. M. Rosequiel Fávero – Imagine se recebêssemos a notícia de que o nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, viria nos visitar no início deste 2022. O que faríamos para preparar tal visita? Foi essa a notícia que as Irmãs de Maria de Schoenstatt receberam há 75 anos: O Pe. Kentenich vem! E não foi por e-mail ou telefone. Receberam pelo meio de comunicação comum para grandes distâncias em 1947: por telegrama (muitos de nós talvez nunca tenhamos lido um).
Ir. M. Norberta Schulte, uma das 12 primeiras Irmãs enviadas ao Brasil e superiora da missão brasileira, conta: “Aproximadamente um ano vivemos na expectativa de sua visita. Todas as Irmãs se prepararam por meio de sacrifícios e orações, a fim de que a estadia do ‘Senhor Padre’ (como era chamado, costumeiramente, o Pe. Kentenich na Família de Schoenstatt) em nosso meio se tornasse fecunda. Rezávamos uma oração especial por ele, para que fossem superadas as dificuldades com a viagem. Três vezes tivemos que fazer o requerimento para obtermos a licença para ele entrar no país, pois cada vez surgia outra complicação. Finalmente, em janeiro de 1947, conseguimos recebê-la. Estávamos certas que de que o Senhor Padre viria, que a Mãe de Deus cuidaria de tudo”.
Entretanto, somente em 8 de março souberam, por uma carta, que o Pai e Fundador viajara a Roma e, de lá, viria a América do Sul. Elas rezavam e preparavam a recepção. Sempre na confiança: a ‘Mãe cuidará de tudo’! Finalmente em 14 de março receberam o telegrama anunciando a chegada do Pe. Kentenich para o domingo, 18 de março (somente quatro dias após!), ao Rio de Janeiro.
Junto com a alegria, precisaram correr para providenciar todo o necessário para a viagem. Ir. M. Norberta embarcou naquele mesmo dia no trem noturno para Porto Alegre/RS (oito horas de viagem) e às 11h30min partia num avião para o Rio de Janeiro, aonde chegou somente à noite. No domingo, 16 de março, pelas 14 horas, o que ela e todas as outras Irmãs de Maria no Brasil desejavam aconteceu, nosso Pai e Fundador desembarca no Rio de Janeiro. Quanta alegria, depois de 12 anos de separação!
A viagem para o Rio Grande do Sul prosseguiu somente no dia seguinte, com um voo às 6 horas para Porto Alegre, onde chegaram pelas 12 horas. A continuação da viagem, novamente, se deu na manhã seguinte. Foram mais de oito horas de trem até Santa Maria/RS. Ir. M. Norberta conta: “Chegamos a Santa Maria às 17h30min. Na estação nos esperavam Ir. M. Emanuele [Seyfried], duas noviças e o Remo. Pe. Máximo Trevisan. Os rostos resplandeciam de alegria! Após os cumprimentos fomos para casa em dois ‘autos’, onde todas aguardavam para a recepção. Tudo estava festivamente ornamentado com bandeirinhas e guirlandas. O coro entoou o ‘Benedictus qui veni in nomine Domine’. Nossa noviça mais jovem recitou uns versinhos em alemão, dando as boas-vindas e ofereceu-lhe um ramalhete de rosas”.
O sonho tão almejado tornou-se realidade: o Pai e Fundador estava com ‘sua Família’ no Brasil”!
Fonte: Revista Tabor, edição 103