Ir. M. Rosequiel Fávero – É uma longa viagem de avião ao Brasil! Ele chega no Rio de Janeiro/RJ, de lá vai a Porto Alegre/RS e, depois de mais de oito horas, viajando como trem ‘Maria fumaça’, Pe. José Kentenich chegar em Santa Maria/RS, na primeira de suas grandes viagens internacionais. É dia 18 de março de 1947.
Não há ainda nenhum Santuário Filial em nossa Pátria e nem é costume celebrar o Dia da Aliança. As Irmãs de Maria enfeitam, o melhor que podem, a entrada da sua ‘Casa de Noviciado’, construída dois anos antes. Haviam pedido algumas rosas, muito simples, do jardim de uma vizinha, para oferecer flores ao Fundador que chega para as visitar. Organizam um pequeno coral que canta ‘Benedictus qui venit in nomine Domine’ (Bendito o que vem em nome do Senhor).
Pe. Kentenich havia partido de trem, bem cedo, junto com a Ir. M. Norberta Schulte de Porto Alegre. Pelas 17h30min são recebidos, na estação rodoviária de Santa Maria, pelo sacerdote palotino Pe. Máximo Trevisan e um pequeno grupo de Irmãs de Maria.
Diante da casa das Irmãs, a pequena solenidade deve ter alegrado o Fundador, que esboçou um sorriso ao contemplar as suas conhecidas Irmãs missionárias e as jovens Irmãs brasileiras. Uma delas até arriscou declamar para ele um versinho em alemão. Graças a Deus, estes momentos foram eternizados numa sequência de fotos.
Por que eu vim até aqui?
Nas suas primeiras palavras à Família de Schoenstatt (que basicamente se resumia naquele momento às Irmãs, algumas candidatas das Irmãs de Maria e o Pe. Máximo) ele já aponta o grande objetivo de sua visita:
“Por que vim até aqui? (…) Vim para experimentar as glórias da querida Mãe e Rainha Três vezes Admirável de Schoenstatt (…). Em segundo lugar, quero refletir com as senhoras como podemos preparar para expandir mais ainda a glorificação da querida Mãe de Deus”.1 |
É dado o rumo para Schoenstatt no Brasil: expandir as glórias da Mãe de Deus.
Mais tarde, no contexto do Ideal Tabor, ele diz que a glória de Maria é a nossa transformação em Cristo. Deste impulso, inicia, ainda naquele ano, a construção do primeiro Santuário da Mãe e Rainha de Schoenstatt, em nossa Pátria, crescem os Ramos do Movimento, e surge a Campanha da Mãe Peregrina, como o grande apostolado schoenstattiano que conquista o mundo.
75 anos depois, podemos crer que o Pai e Fundador vem novamente ao Brasil e repete a pergunta: ‘Porque vim até aqui’? Será que ele não repete: “Vim contemplar aqui as glórias de Maria e refletir como podemos expandir estas glórias ainda mais”?
Ele começa suas viagens internacionais num tempo de pós-guerra, com grandes crises econômicas e incertezas. É preciso muita coragem para tanto espírito missionário. Não é o que experimentamos novamente hoje? Em nosso mundo de “pós-pandemia” e na incerteza ,frente às consequências de uma guerra que pode ter graves consequências para o mundo inteiro, nós somos, de certa forma, convocados pelo Pe. Kentenich a contemplar as glórias da nossa querida Mãe e Rainha e refletir como podemos fazer com que estas glórias refuljam ainda mais no Brasil Tabor. Também de nós, hoje, se é exigido coragem, fé na missão e confiança vitoriosa.
No dia 20 de março, domingo, às 10 horas, a Família de Schoenstatt de Santa Maria celebrará o jubileu dos 75 anos da primeira visita do Pai e Fundador e convida a todos para acompanhar a celebração festiva, pelo canal do Youtube do Santuário Tabor.
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1 Pe. José Kentenich, em Tabor Nossa Missão
Fotos: Arquivo das Irmãs de Maria de Schoenstatt