Dia de São José, esposo da Virgem Maria, protetor da Igreja de Cristo
Pe. Francisco José Lemes – Neste tempo de Quaresma, tempo de conversão, oração, penitência e caridade, abre-se a solenidade de São José, o “justo” – título que o evangelista Mateus lhe confere diante da gravidez de sua noiva, Maria de Nazaré, gravidez esta que lhe fora revela pelo anjo como obra do Espírito Santo. José acolhe com amor de esposo fiel sua amada esposa e, para cumprir as Escrituras, dá o nome de Jesus e sua descendência de Davi àquele que salvaria seu povo e toda a humanidade.
Embora não ouçamos a voz de José no relato do evangelho de Mateus, por suas atitudes, de um modo muito belo, ele também diz o seu “faça-se em mim segunda a tua vontade”. José acolhe este grande mistério na sua vida, confia cegamente em Deus e na sua Providência, que coloca em prática a sua fé nas Escrituras e nas promessas de Deus a seu povo.
Pai, esposo, modelo de santo
José é o guardião da mais sagrada das famílias. É modelo, para nós, de homem justo e cumpridor da Palavra de Deus a ele dirigida. Modelo de pai, pois, mesmo não sendo o Menino seu filho natural, José o amou como se fosse seu próprio filho, conferindo a ele o seu ofício de carpinteiro. Amou sua esposa com pureza de corpo e alma – a mais bela de todas as criaturas estava sob seus cuidados; aquela que foi pensada por Deus desde toda a eternidade, jardim perfeito de Deus, terra imaculada, estava sob seus cuidados.
Pai daquele a quem Deus lhe confiou os cuidados paternos aqui na terra, é com toda honra protetor da Igreja que nascia de seu lado aberto de Cristo na cruz. Com o mesmo cuidado e zelo que cuidara da Sagrada Família, cuida com igual zelo e cuidado da Igreja, Povo de Deus e também cuida do sucessor de Pedro na terra, o Papa Francisco – que nesse dia tomava posse da Barca de Pedro, a Igreja, o qual a São José confiamos seu pontificado.
Dois “Josés”
Na história de Schoenstatt temos dois “josés” marcantes. O primeiro deles, nosso Pai e Fundador, o Pe. JOSÉ Kentenich. Em sua vida experimentou, como José de Nazaré, o exílio. Quando Herodes procurava matar o Menino, São José toma sua esposa e o menino e se exilam no Egito, até o tempo determinado por Deus para retornarem. E quando chegou a hora, Deus os chama de volta para Nazaré. Também nosso Pai e Fundador, como José de Nazaré, experimentou um exílio de 14 anos nos Estados Unidos. Assim a sua Obra Apostólica de Schoenstatt seria provada e, no tempo previsto por Deus, retorna para seu Nazaré/Schoenstatt, onde veria, como o Menino Jesus, crescer em tamanho e graça diante de Deus e dos homens.
Nosso segundo “José” é o seminarista na Primeira Guerra Mundial, o congregado José Engling que, inocente, dava sua vida como oferta ao Capital de Graça para a recém fundada Obra de Schoenstatt. Assim como aquelas crianças inocentes derramavam seu sangue pelo Salvador ainda criança, José Engling oferecia sua vida pela Obra de Schoenstatt, que contribuirá para o Reino de Cristo, por meio de Maria, se espalhar pelo mundo.
Como São José de Nazaré, nossos José Kentenich e José Engling amaram a Maria, tomaram-na em seus corações castos e belos e, com Ela, acolheram a vontade de Deus e em suas vidas.
A São José recorremos nestes tempos difíceis para a Igreja de Cristo. Dele queremos aprender o silêncio, que não é de omissão, mas de escuta de Deus e de sua vontade. Dele queremos aprender a sermos acolhedores, mesmo que muitas vezes a acolhida não seja aquilo que planejamos. Dele queremos aprender a total confiança na Divina Providência e, na hora da provação, colocar em prática aquilo que professamos! Com confiança… Ide a José!