Veja os relatos de quem acompanhou esses momentos
Ir. M. Neiva Pavlak – No dia 1° de abril de 1947, o Pe. José Kentenich partiu com o trem noturno de Santa Maria/RS a Porto Alegre/RS, para, no dia seguinte, 2 de abril, tomar o avião rumo a Curitiba/PR, com uma escala em Florianópolis/SC. Ele ia visitar as Irmãs de Maria que trabalhavam em cidades de Santa Catarina e Paraná.
A crônica das Irmãs de Maria relata alguns episódios desta viagem de Santa Maria a Porto Alegre. “Já antes do trem partir, um senhor de descendência alemã, que também viajava para o mesmo destino, começou a dialogar com o Pe. Kentenich. Este senhor já tinha ouvido falar da estada do Pe. Kentenich em Santa Maria. Até a meia-noite a conversa estava muito animada, pois tinham muito assunto a tratar.”
Em Cachoeira do Sul/RS embarcou o superior provincial dos Irmãos Maristas na época, Irmão Vendelino, que acompanhava dois Irmãos jovens para Porto Alegre. Ele não conhecia o Pe. Kentenich, mas conforme o costume cristão, como disse o Irmão, foi cumprimentá-lo. Após ter acomodado os dois jovens maristas, voltou até o Pe. Kentenich e ouviu que este comentou com a Ir. M. Norberta, que o acompanhava, em alemão: “Se ele soubesse falar alemão poderíamos conversar um pouco.”
Irmão Vendelino conta:
“Ao ouvir isto, respondi-lhe: Se este é o caso, então podemos conversar.” E conversaram longamente durante a viagem. “Ao chegarem a Porto Alegre, o Irmão Vendelino pergunta ao Pe. Kentenich: ‘Para onde o sr. vai agora?’ Pe. Kentenich responde: ‘Vou rezar a Missa no Colégio Anchieta.” O Irmão lhe responde: ‘Mas então venha comigo ao Colégio Rosário, onde pode rezar a Missa’. E o Irmão Vendelino completa: ‘Eu tive a felicidade de assistir e ajudar (a Missa).’
Irmão Vendelino continua seu relato:
“Fiquei muito impressionado com sua piedade ao celebrar a Missa. Impressionou-me a profunda piedade que dele transparecia durante toda a celebração. Logo após, tomou café comigo no colégio Rosário, junto com a Ir. Norberta. (…) Após o café, levei o Pe. Kentenich para dar uma volta pelo colégio. Admirou-se da multidão de alunos, que naquele momento estavam no recreio, e que, ao som do sino, se organizaram em filas para entrar nas salas de aula.
O Pe. Kentenich, durante todo o tempo, ia fazendo suas reflexões e todas giravam em torno de preocupações pedagógicas e formação religiosa da juventude.”
Às 10h30min, Pe. Kentenich e Ir. Norberta partiram para o aeroporto e seguiram a sua viagem.
Impressiona-nos a energia física e espiritual do nosso Pai e Fundador para estar continuamente ao dispor das pessoas e, mais ainda, interessado em ouvi-las. Ele sabia estabelecer uma empatia com as pessoas, independentemente de ser conhecidas ou não. Sempre tinha palavras de estímulos e elevava tudo ao sobrenatural. Pe. Kentenich se revela como professor e aluno, ao mesmo tempo. Sabe ensinar e quer aprender, de cada pessoa, de cada povo, neste caso, do povo brasileiro. Assim como um garimpeiro, nosso Pai e Fundador sempre soube encontrar “ouro” dentro do coração daqueles com os quais entrava em contato, sabia causar alegria e valorizar o outro, presenteando o melhor de si, sua riqueza espiritual, sua vinculação à Mãe de Deus e, através dela, a Jesus.
Que sua segunda passagem por Porto Alegre desperte no coração dos filhos de Schoenstatt o anseio por conhecer e viver tudo o que ele ensinou e viveu. Que o seu carisma seja a nossa força para vivermos hoje os grandes ideais de Schoenstatt.
Bela história irmãos do Brasil. Aqui no Chile sabemos pouco sobre as aventuras do pai em seu país. Estou feliz por lê-los. Saudações de Arica, norte do Chile.