“A voz do tempo é a voz de Deus. O tempo é o livro que manifesta abertamente a vontade e os desejos de Deus” (Sacerdotes Apocalípticos, Pe. JK).
Terezinha Cavicchioli Abram – Reviver os fatos importantes faz-nos enaltecer a vida. Vamos aprofundar sobre o Translado da Sra. Helene Kühr. Ela faleceu em 13 de dezembro de 1973, aos 82 anos, em São Paulo. No ano seguinte, em 1974, seu esposo, Dr. Fritz Kühr, que estava sepultado no cemitério em Rolândia/PR, foi transladado para junto do Santuário da Esmagadora da Serpente, em Londrina/PR.
Uma inquietude pairava em todos. A voz do tempo e a voz de Deus se manifestavam nos corações das famílias: Por que estão separados? Por que separados os que Deus uniu? Um em São Paulo e outro em Londrina? Um grande impulso surgiu: a conquista dos restos mortais de D. Helene Kühr e o translado para junto de seu esposo em Londrina.
Mas, quem era Dona Helene Kühr? Seu esposo tinha repercussão como “amigo” do Pe. Kentenich! O cofundador do Instituto das Famílias, em Dachau! Esta inquietude levou a muitos estudos e pesquisas e a um processo de clarificação sobre a pessoa de Sra. Helene. Quanto mais aprofundávamos, mais valores eram descobertos (ou agregados). Vimos em Helene uma pessoa que soube levar a cruz a que estava predestinada. Sofreu a dor da separação por dez anos; enfrentou os desafios da vida; pessoa culta e voltada para o bem dos demais; foi fiel ao sacramento do Matrimônio. Se confirmavam as palavras de nosso Pai e Fundador: “O amor vive do sacrifício e o sacrifício nutre o amor”. Pelo reconhecimento de sua pessoa, houve um despertar forte e iniciou-se a preparação física e espiritual para o Translado.
Os restos de D. Helene foram exumados e colocado numa urna e transladados para Londrina.
Para este grande evento, realizou-se um Congresso Internacional de Famílias nos dias 15 a 17 de julho de 2016. O tema Central foi: A BELEZA DA VOCAÇÃO MATRIMONIAL. Houve Palestras, Mesas Redondas e Oficinas. Tudo impulsionava a assumir a missão de lutar por fazer da família uma verdadeira comunidade de vida e de amor. No centro deste Congresso estava a deposição dos restos mortais de Helene Kühr junto ao seu esposo, ao lado do Santuário da Esmagadora da Serpente. Toda a preparação foi feita relembrando o Translado do Dr. Kühr: a urna com o símbolo da Pedra Fundamental do Santuário das Famílias, as flores (palmas brancas e cravos vermelhos), e os tecidos vermelhos e brancos. O Monumento dos heróis foi configurado com flores brancas e vermelhas.
Schoenstatt estava em festa. A Igreja também estava em festa pois foi no ano da publicação da Exortação Apostólica da Alegria do Amor pelo Papa Francisco.
A urna de Helene permaneceu no auditório do Congresso. Um momento forte foi no dia 16 de julho, quando as duas urnas, do Dr. Kühr e da D. Helene, foram colocadas no Santuário, diante do altar. Ali os dois se encontraram diante da Mãe de Deus. Houve um tempo de Adoração ao Santíssimo. Em seguida as urnas foram levadas por casais da Liga, União e Instituto até a Capela para a celebração solene da Santa Missa. Após a Missa, seguiu-se em romaria até o Monumento dos Heróis para a deposição das urnas.
Num momento de silêncio profundo e sob o toque de um Trompete e os sinos do Santuário, foram depositadas as urnas, agora uma ao lado da outra.
“ Os anos voam e nós estaremos juntos novamente”. Helene Kühr
O testemunho de Fritz e Helene de que o amor matrimonial, unido ao sacramento do matrimônio e alimentado pelo Terceiro da Aliança, Jesus Cristo, vence todas as provas e dificuldades. Foi um exemplo de comunidade de vida, de amor e de destino. Assim como Cristo foi fiel à sua Igreja, Fritz e Helene foram fiéis ao seu amor. Com certeza a Mãe de Deus coroava lá do céu este acontecimento de vida e amor.
“Tudo quanto Deus quer de nós, foi ideado desde a eternidade num plano de amor.” (Pe. José Ketenich)
Terezinha Cavicchioli Abram
Instituto de Famílias de Schoenstatt