Vamos conhecer um pouco da imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Ir. M. Nilza Pereira da Silva – É uma reprodução de uma obra do pintor italiano Crósio, criada no final do século XIX. O título original desta imagem é “Refugium Peccatorum” – ou seja, Refúgio dos Pecadores.
Em 1915, essa imagem foi adquirida por um professor do seminário de Schoenstatt. Ele sabia que o Pe. José Kentenich e os congregados marianos haviam conquistado uma capelinha para Nossa Senhora e gostariam de ter uma imagem que expressasse a beleza de Maria, como eles a contemplavam.
No início, a imagem não agradou a todos. Mas, Pe. Kentenich, sempre atento aos acenos da Divina Providência, meditou sobre o sentido da imagem, explicou-a aos jovens e, no mesmo ano, ela é colocada no Santuário de Schoenstatt. Deram-lhe o título de Mãe Três Vezes Admirável. (veja o que significa esse título)
Interpretação da imagem
Na imagem nós vemos Maria, a Mãe de Deus, com seu Filho Jesus. A íntima união entre Mãe e Filho está expressa em diversos detalhes. Maria segura seu filho com as duas mãos. Com a mão esquerda o estreita a si e com a direita segura o braço de Jesus, expressando por meio da pequena elevação, a sua atitude de entrega que O oferece a Deus Pai.
Apesar de sua união com o Filho, ela o abraça desprendida de si mesma. Será que ela espera que alguém lhe peça o Filho? Seus olhos falam dessa espera.
O véu é o símbolo do segredo, cobre a Mãe e o Menino, dizendo-nos que Jesus é o segredo do coração de Maria. Assim o véu se torna o sinal da virgindade pela qual ela se une, de um modo particular, a Jesus Cristo. Este detalhe encontramos numa oração do Pe. José Kentenich: “Vem, habita em nossa terra, com teu Filho, Mãe de Deus. Que seguindo vossos passos, ela encontre a paz de Deus. Por Maria, a Cristo unida, Pátria, tu serás remida”.
As cores da imagem, que do branco vão crescendo gradativamente em intensidade, conduzem nosso olhar para o coração do Filho. Embora essa união entre Mãe e Filho seja tão íntima, nota-se uma atitude de desprendimento: a Mãe tem o menino no colo, porém, apesar de tudo, sente-se que é uma outra força que tem o poder sobre Ele: a força do Sobrenatural, do Deus Pai, representado pelas nuvens.
A Mãe segura o Filho, ela não o carrega. O Filho é carregado pela força que tem sua origem no Eterno Deus Pai. Ele vive no íntimo de seu ser e determina seu atuar. O próprio Jesus confessa, na sua conversa com Felipe: “Não crês que estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as digo por mim mesmo, mas o Pai, que permanece em mim, realiza suas obras.” (Jo. 14,10).
A luz, que envolve a cabeça de Maria Santíssima e de Jesus Cristo, rebrilha em toda a imagem e provém do próprio Filho Jesus. Nele atinge sua maior intensidade. Este Filho é “luz da luz”. Quem se expõe a estes raios torna-se sinal de luz para os homens, assim o vemos concretizado de modo perfeito na imagem de Maria.
Este é o plano amoroso de Deus: que o sinal de luz de Maria nos conduza da escuridão da vida, de volta à fonte de sua luz verdadeira – à eterna luz.
Contemplando a imagem de graças, concluímos: quem se une à Mãe de Deus é conduzido por ela ao filho e ao mais íntimo do seu coração. Assim, se unem, coração a coração; dois corações portanto, numa só pulsação. “O coração é o cerne mais profundo da alma humana”.
Muito bom as explicacoes sobre s imsgem da Mâe Peregrina.
Gostaria de parabenizar a Irmã M. Nilza, trazer-nos essa análise artístico-cultural da imagem da Mãe Peregrina… Nossa fé fica ainda mais iluminada quando conhecemos esses ricos detalhes. E a arte imita a vida! Que possamos nos inspirar a ligar nossos corações a Jesus cada vez mais forte!