Conhecer a si mesmo e ao temperamento dos filhos é fundamental
Daniel e Miriam Bueno – Para todo membro do Movimento Apostólico de Schoenstatt, a autoeducação e o autoconhecimento são tarefas que nos conduzem à santidade da vida diária e a um encontro pessoal com Cristo e com a Mãe de Deus em nosso Santuário Coração. Assim deve ser. A autoeducação a serviço da minha santidade e do meu crescimento interior. Uma tarefa que percorre a vida em suas fases e situações, como uma grande ferramenta para que possamos nos relacionar melhor com Deus, com nossa vida interior e com as pessoas que amamos.
Por isso, antes de falarmos sobre o “Estudo dos Temperamentos” na educação dos filhos, é fundamental que tenhamos claro que sua finalidade em última instância é o céu! Queremos ser santos e conquistar o céu com nossa “autoeducação” e santificação da vida diária. Educar e nos “auto educar” para o céu, para que possamos crescer e também fazer nossos filhos crescerem em estatura e Graça!
Como pais, precisamos primeiramente conhecer o nosso temperamento e como reagimos principalmente em situações inesperadas, pois na vida familiar se existe algo certo é o inesperado! Um pequeno acidente, uma resposta atravessada de um filho, uma birra quando criança ou um afrontamento na adolescência são situações que fazem parte da vida familiar. Conhecer o meu e os temperamentos dos meus filhos pode nos poupar de grandes atritos e trazer para o nosso lar uma atmosfera de cumplicidade e respeito às individualidades.
Muitas situações são imprevisíveis e principalmente essas geram estresse e afastamento do coração de nossos filhos. Pensando nisso é que você, como pai, pode estudar a relação do seu temperamento com o temperamento do seu filho e conquistar a melhor maneira de reagir às adversidades. Sempre com um olhar de educador, daquele que conduz.
Imagine um pai colérico, que tende a ser muito exigente e perfeccionista na relação com seu filho melancólico, que guarda e matura todas as coisas em seu mundo interior e que desenvolve suas tarefas com uma dinâmica e tempo totalmente diferentes do pai. Ah, que desafio! Por outro lado, também podemos pensar num pai fleumático, muito permissivo que precisa colocar limites no filho sanguíneo ou desafiar seu filho colérico a se superar. Um desafio tão grande quanto a situação anterior.
Como seria bonito se cada pai e mãe pudesse construir uma relação de amor e respeito com cada filho a partir da forma com que cada um se desenvolve.
Em muitas situações tendemos a exigir que nossos filhos olhem para o mundo com a “nossa lente” e, mais que isso, exigimos que sua resposta seja assim como é a nossa. Porque a reação do temperamento do meu filho é diferente da minha, não quer dizer necessariamente que ele está me enfrentando ou me desrespeitando, e sim que eu preciso compreender melhor o universo dele e incorporar essa realidade em minha condução.
Ao passo que uma criança fleumática em uma correção ou advertência precisa do toque, a melancólica precisa lhe conceder permissão para isso. Com uma criança colérica, bater de frente nunca é a melhor escolha, porém é preciso encontrar um meio para que ela reconheça em você a autoridade que lhe é concedida por ser seu pai. A criança sanguínea precisa de espaço, ela precisa correr, precisa sentir o ar. Muitas vezes, favorecer brincadeiras ao ar livre pode ajudá-la a ter mais autocontrole.
Cada filho é único e seu temperamento, combinado a sua personalidade, nos dá caminhos e formas de nos relacionar com ele. Alguns amam a verdade, a sabedoria e o belo, e esse amor pode ser abastecido com a leitura, com o estudo da música, da arte e por atos concretos de sacrifício por algo que realmente seja importante para ele. Outros vivem motivados pelo desafio e a relação com as coisas, por isso devemos abastecer o coração deles com a valorização de sua evolução e superação nos estudos ou nos esportes, por exemplo. Quem tem a paixão dominante da afetividade é motivado por agradar aos outros, como por exemplo a motivação de agradar a Jesus, fazê-lo feliz. Já os combativos são motivados pela conquista, por isso incentivá-lo a imitar ou tentar ser como Jesus fará mais sentido para a sua personalidade.
Se você tem mais de um filho, procure valorizar as qualidades e habilidades que cada um tem a partir de seu temperamento. Na mesa se jantar, nas conversas em família e em momentos que você possa fazer isso publicamente e assim, ele se sinta valorizado pelo seu jeitinho de ser.
Por fim, entender os temperamentos de nossos filhos faz com que assumamos o papel de educadores e condutores de suas vidas para o Céu. Ajudá-los a reconhecer que Deus os criou de maneira única e que eles podem ao longo da vida desenvolver virtudes que os leve de volta à Ele.
*Contribuição do Instituto de Famílias de Schoenstatt
O carinho ,o afeto e a atenção são primordiais para uma boa Educação!