Pentecostes no Ano Mariano.
Karen Bueno – Imagine a beleza da cena: O Espírito Santo desce sobre os apóstolos, reunidos com a Mãe de Deus no Cenáculo. Que privilégio seria acompanhar, contemplar esse momento! Que sentimento devia existir entre aquelas pessoas? Como devia ser sobrenatural a atmosfera da cena. Já faz 2 mil anos, mas a Igreja ainda recebe e vive, com alegria, sob as centelhas e faíscas dessa irrupção de graças a abrasar os corações.
No Ano Mariano, ao celebrar a festa do Espírito Santo, os olhares também se dirigem dóceis à Mãe de Deus. “Como Nossa Senhora está diante de nós? Como imagem do Espírito Santo, como sarça ardente, como um braseiro ardente, do qual não só se irradia luz, mas de onde brota um calor abrasador. Assim vemos Nossa Senhora diante de nós, numa união imensamente profunda com a Sabedoria Eterna. Nela o Espírito Santo criou um modelo, uma imagem”, diz o Pe. José Kentenich.
Para celebrar Pentecostes, dizia o Pai e Fundador, “devemos reunir-nos em torno da querida Mãe de Deus para dela aprender, no recolhimento, no espírito de oração da promessa do Filho de Deus, a esperar a força do alto”.
Nosso coração, um Cenáculo hoje
A união de Maria com o Espírito Santo, tão íntima e única, é narrada por São Lucas: “Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti”. Nenhum outro ser humano teve essa presença tão próxima e vital como Maria.
Mas, como essa íntima unidade se aplica a cada pessoa hoje? Recordando as palavras de São Luís de Montfort, Pe. José Kentenich diz: “Quando o Espírito Santo encontra Maria em uma alma, ele vem a essa alma com sua infinita riqueza”. Portanto, “em primeiro lugar ele (o Espírito Santo) forma Maria em nós. E então, quando encontra em nós a Mãe de Deus, uma imagem da Mãe de Deus, Ele não é parco, não é reservado, não fica longe de mim e de minha alma: vem com sua infinita riqueza a essa alma e lhe concede seus dons, suas graças, traz seus presentes, na medida em que a alma se tornou uma imagem de Maria”.
Sobre a falta de autênticas personalidades cristãs ideais, o Pe. Kentenich chega a afirmar que isso ocorre “porque o Espírito Santo só forma e configura algo heroico onde encontra sua Esposa inseparável. Portanto, o Espírito Santo só quer atuar em profundidade nas almas em que encontra sua Esposa, unida inseparavelmente a Ele. Por isso, se em mim ele não encontrar Maria, os traços de Maria, a atitude de Maria, a imagem da querida Mãe de Deus, não poderá realizar grandes coisas”.
Ainda respondendo à pergunta acima, as palavras do Pe. Kentenich ajudam a refletir: “Quem quiser assumir a forma de Cristo, quem quiser ser formado à imagem de Cristo, quem quiser tornar-se um outro Cristo – e este é o sentido do cristianismo, devemos nos tornar outro Cristo – como poderemos sê-lo? Como poderemos sê-lo de maneira perfeita? Somente se o Espírito Santo encontrar em nós Maria e, através de sua Esposa, novamente formar Cristo em nós”.
Citações: Movido pelo Espírito – Textos escolhidos sobre o Espírito Santo. Pe. José Kentenich