Karen Bueno – Um pedido constante do Papa Francisco é a constituição uma Igreja em saída, que vai até os confins do mundo levando a mensagem do Senhor. O Santo Padre insiste que os católicos devem atingir a todos, em especial àqueles que estão nas periferias, transmitindo a mensagem da esperança, do amor pessoal de Deus. E é exatamente isso que a da Mãe Peregrina de Schoenstatt busca com seu apostolado; Maria parte do Santuário com o Filho nos braços, promovendo a cultura do encontro com o Senhor.
O Papa se refere às periferias sociais, aos pobres e necessitados, mas também às periferias existenciais, àqueles que estão afastados de Deus por diversas circunstâncias. Milhares de pessoas nessas condições são atingidas pela Campanha da Mãe Peregrina– é o colo materno de Maria que alcança o mundo inteiro.
Muitos enfermos recebem a visita da Mãe Peregrina mensalmente, seja em suas casas ou nos leitos de hospitais. Só nos regionais Sudeste e Paraná, são mais de 26.218 doentes cadastrados para receber a Mãe.
Rosilda Santos Silva é técnica de enfermagem e missionária de uma dos enfermos em Araguaína/TO há mais de dez anos. Ela trabalha na Casa de Apoio Glória Moraes, que cuida de pacientes com câncer. Nesta instituição, cerca de 50 a 60 pessoas recebem a visita da Mãe.
A missionária tem o costume de com os pacientes; ela leva a imagem da MTA aos leitos e, se for o caso, pede a um sacerdote para dar a Extrema Unção. “Pessoas de várias idades recebem a Mãe. Elas gostam muito de sua presença; como filhos, se sentem confortados. Já alcançamos várias graças. Acho um trabalho grandioso, de muito valor”, diz. Rosilda leva a imagem da Mãe e Rainha à cabeceira dos doentes que estão inconscientes e também reza, diante da Mãe, com as famílias dos pacientes que faleceram.
Ela recorda de vários testemunhos, em especial o de uma moça que estava grávida e com câncer: “Ela precisava fazer quimioterapia, então o médico mandou abortar a criança. Eu rezei à Mãe e pedi por ela. Fui correndo até o hospital com a imagem e a levei até a moça. O menino nasceu bem, Nossa Senhora tomou essa vida em suas mãos”.
Assim como Rosilda Silva, cerca de 3.107 missionários – no Sudeste e no Paraná – levam o olhar materno de Maria às pessoas doentes que necessitam. “Acredito que esse trabalho não pode parar, os doentes precisam. Nos momentos difíceis é que as pessoas precisam de Deus, e a Mãe leva Jesus”.
Nos presídios
Liberdade é um valor muito importante em Schoenstatt; Pe. Kentenich define o Movimento, entre outros, como terra de liberdade, que foi conquistada com muito sofrimento. Essa liberdade, tão almejada pelos schoenstattianos, é a liberdade interior dos filhos de Deus. A Mãe e Rainha tem a grande missão de visitar também seus filhos presos, aqueles que vivem nas penitenciárias, privados da liberdade e física e, muitas vezes, interior. Ela é um refúgio para todos que se perderam nas estradas da vida.
“Essa visita é muito importante, porque a cadeia tem um ambiente bem pesado, então a Mãe ilumina o trabalho das pessoas ali, deixa tudo mais calmo, é muito bom que ela esteja conosco”, diz o Sr. Francisco Nascimento, funcionário da Unidade Prisional de Anápolis/GO.
Há mais de 20 imagens da Mãe e Rainha, vinculadas ao Secretariado de Atibaia/SP, visitam os presídios brasileiros. Em geral, os funcionários passam com a Mãe Peregrina pelos corredores dos pavilhões e os detentos podem tocar a imagem e fazer suas orações.
O Diác. João Pozzobon, quando caminhava com a Mãe, visitava diversas penitenciárias. Há um tempo, as internas do presídio feminino de Três Lagoas/MS tiveram a graça de receber a visita da Mãe Peregrina Original: “Foi um momento muito forte de graças, pois a presença da Mãe, ao passar pelos corredores, tocou muitos corações. Quando chegamos, as detentas estavam no período do banho de sol, logo uma chamou a outra e todas vieram. Sentimos a alegria deste encontro. Bem baixinho, podia-se escutar esta oração: ‘Minha Mãe ajuda-me a sair dos vícios, a mudar… Mãe eu ainda vou sair daqui…’”, contam as assessoras, Ir. M. Márcia Carmo da Silva e Ir. M. Gislaine Lourenço.
Nas famílias
As periferias existenciais são um grande desafio para a Igreja. Tratam-se das pessoas que estão distantes de Deus, ainda que não enfrentem nenhuma barreira social. O Papa Francisco sempre motiva os cristãos a testemunharem a alegria do Evangelho, sendo sinal de Deus para aqueles que estão afastadas do Senhor. Ali, nos lares mais conturbados, chega também a presença da Mãe e Rainha.
Uma senhora escreve: “Recebo a Mãe e Rainha todos os meses em minha casa e pedi a ela para curar meu filho do vício da bebida. Hoje ele está curado, deixou de beber, graças a Mãe Três Vezes Admirável”.
A MTA promove a união nos lares: “Eu e minha esposa nos separamos, então fui embora e levei comigo minhas duas filhas. Fui orientado por meu pároco a fazer a novena da Mãe. O padre me disse que, nessa situação, o colo da Mãe e Rainha poderia ajudar. Depois de dois dias que terminei a novena, eu e minha amada esposa nos reconciliamos”, testemunha um senhor.
Reconhecer o amor de Deus, por meio da presença de Maria, leva à transformação de vida, como escreve esse senhor: “Eu era travesti e viciado em crack, por isso minha mãe sempre rezava pedindo à Mãe Peregrina por mim, e ela alcançou uma grande benção. Hoje sou uma pessoa diferente, tenho minha esposa e sou restaurado e transformado pelo poder de Deus e da Mãe Peregrina”.
Onde quer que estejamos
Maria é Mãe e Educadora, ela visita casas, presídios, hospitais, comércios, uma infinidade de lugares levando a salvação nos braços. É o modelo do ser missionário que todo cristão deve aspirar. Sua presença silenciosa, discreta, realiza uma revolução, capaz de transformar histórias.
É isso que afirma São João Paulo II: “A Mãe não espera os filhos só em sua própria casa, mas segue-os por toda parte onde estabeleçam residência. Onde quer que vivam, onde quer que trabalhem, onde quer que formem as suas famílias, onde quer que estejam presos a um leito de dor e até em qualquer caminho errado em que se encontrem, lá onde estejam esquecidos de Deus e carregados de culpa. Lá, em toda parte…” (Polônia, 4 de junho de 1979).
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