O que isso significa?
Ir. M. Nilza P. da Silva – Com o nome de “Confederação Apostólica Universal” (CAU), Pe. Kentenich descreve o terceiro objetivo de Schoenstatt: promover a união e coordenação de todas as forças apostólicas – a nível diocesano, nacional e internacional – em todos os campos, para abordar em comum e eficazmente ao desafio e a tarefa evangelizadora da Igreja para a nova cultura emergente.
Objetivo assumido de São Vicente Paloti
Confiando na Aliança de Amor com Maria, em seu Santuário, em 1916, Pe. Kentenich assumiu esta finalidade de São Vicente Paloti, pioneiro do apostolado dos leigos e fundador da Sociedade do Apostolado Católico, em 1835. O santo se havia adiantado a seu tempo. Guiados pelo lema: “o amor de Cristo nos impulsiona” e sobre a proteção da Rainha dos Apóstolos, os Padres Palotinos (comunidade fundada por Paloti como “parte central e motriz” do Apostolado Católico), se dedicam a promover o apostolado universal nos mais diversos campos.
Com o Pe. Kentenich e a fundação do Movimento de Schoenstatt, renasce a ideia de Paloti, pois ele vê em Schoenstatt a possibilidade de realizar o “Apostolado Católico”, dando a este empenho um novo nome: “Confederação Apostólica Universal” (CAU). O Fundador de Schoenstatt afirma que, sem contar com a Aliança de Amor no Santuário, não teria arriscado a assumir esta “obra gigantesca” da CAU.
Para o Fundador de Schoenstatt, esta obra (a CAU) compreendia “duas asas”: Primeiro a Confederação Apostólica deve existir dentro da Família de Schoenstatt. Pois Schoenstatt está formado por diversas comunidades (as Ligas Apostólicas, as Uniões e os Institutos Seculares de Schoenstatt) e estas comunidades, animadas por um mesmo espírito, mas juridicamente autônomas, deviam suas forças e iniciativas apostólicas em prol de um apostolado ainda mais eficaz e fecundo.
Em segundo lugar, Schoenstatt, como “primeira ala” da Confederação Apostólica, devia, de acordo com a finalidade assumida a partir de São Vicente Paloti, constituir-se na alma e ser promotor da união e confederação das obras apostólicas no âmbito eclesial mais amplo.
A importância da CAU é hoje mais atual do que nunca
O Concilio Vaticano II abriu amplamente as portas ao apostolado dos leigos e deu impulsos decisivos em relação a uma “Igreja-Comunião”. A “pastoral de conjunto”, os organismos que coordenam as comunidades religiosas, as Conferencias episcopais nacionais e internacionais (por ex. o CELAM), e uma série de outras iniciativas e instituições, sinalizam nesta direção.
Por outro lado, são também muitas as instituições políticas e sociais que buscam unir suas forças e buscar caminhos que conduzam a uma maior eficácia do que poderia conseguir cada instituição separada. Assim, também surgiram as “Nações Unidas”, etc. No âmbito dos comércios acontece o mesmo fenômeno (as multinacionais são um exemplo deles). Tudo isto torna ainda mais compreensível este terceiro objetivo de Schoenstatt.
Ser um modelo de unidade no apostolado
Schoenstatt é chamado, em primeiro lugar, a mostrar um caso preclaro e exemplar da fecundidade, que traz consigo a unidade na diversidade. Deve mostrar que é possível projetar estratégias apostólicas em comum, coordenando a originalidade e forças próprias de cada comunidade em bem da eficácia evangelizadora da Igreja. Na Obra de Schoenstatt, a autonomia jurídica assegura que nenhuma comunidade ou instituição possa assumir uma posição que signifique “domínio” sobre outra comunidade: todas têm os mesmos direitos. Mas, por outro lado, esta autonomia não as isola, mas, impulsionadas por um espírito comum, as move a colocar suas forças evangelizadoras a serviço do todo. Nisto vale plenamente a frase: “a união faz a força”.
Em segundo lugar, Schoenstatt, além de se empenhar para realizar em si mesmo, dentro de sua organização e vida, um exemplo de coordenação, deve se esforçar para criar pontes, ser fator de unidade e coordenação das iniciativas apostólicas, ao interior da Igreja. Se trata de animar e de servir, de ser “coração da Igreja” em um espírito nitidamente mariano. Cada comunidade deve se unir a esta Confederação com sua riqueza e carismas próprios, produzindo assim a unidade na pluralidade e, desse modo, potenciar a eficácia e fecundidade do apostolado. Portanto, devem surgir associações, por exemplo, de comunidades e pessoas que trabalhem na pastoral familiar, na juventude, no apostolado assistencial, etc. As possibilidades são múltiplas e a forma de coordenação, local, nacional o internacional, são igualmente múltiplas.
Por uma Cultura da Aliança
Esta “mobilização” das forças apostólicas se torna possível que a Igreja possa responder, verdadeiramente, aos desafios de um tempo em que “as forças do mal unem suas forças” (Paloti), em que avança vertiginosamente a descristianização do mundo, em que o individualismo e a massificação conquistam cada vez mais terreno. Uma Igreja dividida, uma Igreja onde cada um está recuado em seu próprio campo e limitado a suas próprias forças, é altamente ineficaz. A Confederação Apostólica Universal, da qual Schoenstatt quer ser a alma, ajudará para que o horizonte da evangelização seja promissório e surja uma nova época na cristianização da cultura, de uma cultura da Aliança.
Muito bom o artigo, obrigado Irmã Nilza.